Meia Pala Bas
Publicado em 06/10/2016 12:00 - Rodrigo Amém
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As eleições municipais de 2016 ficarão marcadas pelo constrangimento de coligação. Candidatos à vereança e à prefeitura fizeram o possível e o impossível para omitir os próprios partidos do material de divulgação. Um vizinho meu, por exemplo, cobriu o carro com seu adesivo, mas se deu ao trabalho de retirar o nome do partido com um estilete de cada uma das peças publicitárias.
Não sei como foi aí em Campo Grande, mas aqui no Rio, ninguém ousou usar o Temer para pedir votos. Ou o Serra. Ou a Dilma. Havia um esforço deliberado para descolar a imagem dos candidatos do cenário político nacional.
No frigir dos ovos, os eleitos entram para a história por sua baixa representatividade. Num cenário político de desencanto e desfaçatez, num pleito vergonhoso e desiludido, foram aclamados como ‘os menos piores’.
A estratégia geral nos comitês eleitorais foi focar no candidato e esconder a legenda. Do outro lado da urna, o eleitor demonstrou sua desilusão nos históricos números de abstenção e votos brancos e nulos. Os poucos que compareceram demonstraram um desejo por mudança que beirou o voto de protesto. Como resultado, São Paulo elegeu mais um na sua já tristemente longa lista de prefeitos caricatos. O Rio de Janeiro se jogou em extremos ideológicos irreconciliáveis.
Não faltaram tentativas de renovação. O (até outro dia) apartidário Movimento Brasil Livre elegeu um vereador pelo Democratas, que nada mais é do que o PFL de botox e cabelo pintado de acaju, para parecer jovem. O Partido Novo elegeu alguns vereadores muito jovens, o que é positivo. E fez vídeos de entrevista com o Rodrigo Constantino, o que é muito negativo. Por outro lado, o PMDB de Eduardo Cunha e cia continua com o maior número de prefeituras no Brasil.
No frigir dos ovos, os eleitos entram para a história por sua baixa representatividade. Num cenário político de desencanto e desfaçatez, num pleito vergonhoso e desiludido, foram aclamados como "os menos piores". Parabéns, vossas excelências.
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