30/04/2024 - Edição 540

Ágora Digital

Nazistas, nós?

Publicado em 09/02/2022 12:00 - Victor Barone

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Kim Kataguiri e Monark defendendo o nazismo abertamente.

Este é o resultado do empoderamento de subcelebridades criadas pelas redes sociais na internet e pela manipulação de conceitos e ideias.

De fato, nós erramos. As redes tinham tudo para ser espaços de debate e cultura. Mas, se transformaram em palanques para idiotas e canalhas, uma arena de disseminação da barbárie e da superficialidade.

A grotesca tentativa de naturalizar a apologia ao nazismo mostra o quanto é perigoso dar voz a estas pseudo-celebridades criadas pelas redes sociais na internet. Há centenas destes idiotas, seguidos e aplaudidos por milhões de imbecis, despejando barbaridades diariamente pelos flows da vida.

A Polícia Federal abriu 51 inquéritos para apurar manifestações elogiosas ao nazismo entre janeiro e outubro do ano passado. Em 2020, abriram-se 110 inquéritos. Em 2019, foram 69. Esses números, divulgados pelo Globo, superam a marca registrada entre 2010 e 2018, quando a PF abria uma média de 12 investigações do gênero por ano. O fenômeno não ocorre por acaso. Sob Bolsonaro, os apologistas do nazismo enxergaram estímulos em Brasília. Roberto Alvim, um secretário de Cultura do capitão, ecoou num pronunciamento oficial palavras de Joseph Goebbels, ministro da Propaganda de Hitler. Bolsonaro recebeu em audiência no Planalto uma deputada ultradireitista alemã, Beatrix von Storch, neta do ministro das Finanças de Hitler. Filipe Martins, assessor da Presidência, foi filmado no plenário do Senado fazendo um gesto dos supremacistas brancos.

Quando analisados em conjunto, esses fatos revelam que a democracia brasileira adoeceu. Uma das tarefas do próximo governo será desintoxicar a atmosfera. Palavras bonitas escritas por algum assessor e postadas nas redes sociais não farão de Bolsonaro uma solução. Ele é parte do problema.

Por Josias de Souza

A nota de repúdio ao nazismo publicada por Jair Bolsonaro (PL) foi uma tentativa de se afastar do impacto das declarações do apresentador Monark e do deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil-SP), que defenderam um conceito de liberdade que incluiria até a estúpida permissão para criar um partido nazista no Brasil. Bolsonaro é o principal arauto dessa perigosa e mortal ficção da 'liberdade acima de tudo' e, portanto, corresponsável pela normalização de aberrações. Houve um componente político de fazer um gesto em prol de Israel e, com isso, agradar seus eleitores evangélicos? Sim, claro. Mas a nota significa muito mais que isso.

Bolsonaro mesmo repete sistematicamente desde 2020 que "existe algo mais importante que a nossa vida, que é a nossa liberdade". Na prática, isso significa que a liberdade de expressão pode se colocar acima de qualquer outro direito. O que é uma mentira muito útil para quem está em guerra com os limites legais estabelecidos pela República. A liberdade de expressão sem restrições que vem sendo defendida por ele é, na verdade, a liberdade para que ele e seus seguidores possam atacar a democracia e os direitos de terceiros sem serem incomodados. Essa visão considera que, por estar em uma democracia, ele tem a liberdade de ferir de morte a própria democracia e não ser devidamente responsabilizado.

Esse tipo de argumentação apela para o "paradoxo da tolerância" – que voltou a ser pop nas redes sociais nos últimos dias. Para o filósofo Karl Popper, a liberdade irrestrita leva ao fim da liberdade da mesma forma que a tolerância irrestrita pode levar ao fim da tolerância. Os intolerantes argumentam que devem ter liberdade absoluta, o que significa poder para destruir a liberdade alheia. Qualquer indivíduo é capaz de compreender isso, mas rebanhos não necessariamente.

Claro que o direito ao livre exercício de pensamento e à liberdade de expressão são garantidos pela Constituição Federal e pelos tratados internacionais que o país assinou. Mas a liberdade de expressão não é um direito fundamental absoluto no Brasil. Porque não há direitos fundamentais absolutos. Nem o direito à vida é, caso contrário, não haveria o direito à legítima defesa. E a partir do momento em que alguém abusa de sua liberdade de expressão, indo além de expor a sua opinião, espalhando o ódio, incitando à violência e buscando minar o sistema que garante a existência das liberdades individuais e coletivas, isso pode trazer consequências mais graves à vida de outras pessoas. Lembrando que ninguém nasce odiando negros, indígenas, população LGBTQIA+, mas aprendem a fazer isso.

Pessoas como o presidente dizem que não incitam essa violência. Mas a sobreposição de seus discursos ao longo do tempo mina a credibilidade das instituições e as regras de convívio comum. Ele nem precisaria por os pés nas ruas em outubro para perpetrar um golpe de Estado caso perca nas urnas, se civis e policiais alimentados por ele com as mentiras de que podem fazer o que quiserem fizerem o serviço sujo.

A responsabilidade por uma declaração também é diretamente proporcional ao poder de difusão dessa mensagem. Quanto mais pública a figura, mais responsável ela deve ser. Bolsonaro, Monark, Kataguiri e Adrilles Jorge (demitido da Jovem Pan após fazer uma saudação nazista no ar após um debate sobre a polêmica) não são "cidadãos" comuns, têm ou tinham à sua disposição canhões de comunicação e contam com seguidores.

A liberdade de expressão não admite censura prévia. A lei garante que as pessoas não sejam proibidas de dizer o que pensam. E foi isso o que aconteceu. Pessoas falaram e se expressaram do jeito que quiseram. E, agora, precisam arcar com o impacto e as consequências de seus atos.

Monark, Kataguiri e Adrilles rasgaram os limites e, agora, respondem por isso, mas Bolsonaro vem ultrapassando a barreira do aceitável diariamente sem que seja alvo de um processo por crime de responsabilidade porque conta com o respaldo de aliados. Como o próprio procurador-geral da República, que foi célere para abrir uma investigação a fim de avaliar se um crime foi cometido pelos dois acima citados, mas é lento para denunciar Jair contra crimes contra a humanidade cometidos na pandemia, por exemplo.

Criticado, Bolsonaro dá um passinho para trás. E parte do mundo político, dos empresários e da imprensa cravam, diante do breve refugo, que "agora, o presidente acalmou". Até que o próximo ataque chega. E com esse vai e vem, vai conseguindo passar adiante a sua mensagem e esgarçando o tecido democrático que, no final, começa a conviver com violações que antes eram inaceitáveis.

Quem imaginaria, há dez anos, que estaríamos convivendo com ameaças de golpe por um presidente da República, que o líder de um partido político, como Roberto Jefferson, publicaria vídeos empunhando armas e conclamando uma insurreição, que manifestantes se reuniriam aos milhares para pedir a cabeça de ministros do Supremo, que um canal com milhões de seguidores defenderia a existência de um partido nazista como exemplo de liberdade? Não que o Brasil não fosse um país violento, claro. Matamos desde sempre negros, indígenas, homossexuais e transexuais. Mas os últimos acontecimentos são prova de que estão involuindo como povo.

Em alguns casos, setores da sociedade se rebelam, como foi com o podcast Flow ou mesmo com o comentarista bolsonarista Adrilles. Mas nesses casos, pesou na comoção popular a longa capivara dos envolvidos. Há, porém, tantos outros casos em que a "liberdade é colocada acima da vida", diariamente, em que biografias são encurtadas em silêncio após discursos violentos de líderes e influenciadores encontrarem quem resolve tirá-los do papel.

Por Leonardo Sakamoto

NEURÓTICO

Ao questionar em sua live semanal as pesquisas de opinião que colocam Lula na dianteira da corrida presidencial, Bolsonaro comportou-se como um neurótico que constrói castelos no ar.

Ao atacar novamente o sistema eleitoral, declarando que as Forças Armadas detectaram "dezenas de vulnerabilidades" nas urnas eletrônicas, o presidente ganhou a aparência de psicótico que mora nos castelos que pendura na atmosfera.

Ao insinuar que o TSE resiste em responder às supostas dúvidas levantadas pelos militares, Bolsonaro coloca a Justiça Eleitoral na posição do psiquiatra que demora a cobrar o aluguel do maluco encastelado na Presidência da República.

Bolsonaro sustentou que sua audiência, maior do que a de um evento transmitido simultaneamente pelo PT na internet, é uma evidência de que as pesquisas de opinião são inconfiáveis. O argumento é tosco, pois as pesquisas abrangem uma amostra que extrapola a dos usuários de internet.

Ao grudar na sua conclusão imbecil a afirmação de que as "minhas Forças Armadas" também desconfiam das urnas, Bolsonaro insinua que o único resultado que considera aceitável para a sucessão presidencial é a sua reeleição.

O capitão prepara uma bagunça à moda de Donald Trump. É como se desejasse virar candidato favorito a uma vaga no hospício. Convém à Justiça Eleitoral encomendar, desde logo, a camisa de força.

Por Josias de Souza

IMPRENSA SOB ATAQUE

Apontado por relatório da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) como a principal ameaça à liberdade de imprensa no Brasil, Jair Bolsonaro (PL) defendeu, vejam só, a liberdade de imprensa. E nem corou as bochechas diante da contradição. "A nossa liberdade, a liberdade de imprensa garantida em nossa Constituição não pode ser violada ou arranhada por quem quer que seja nesse país", disse o presidente que viola e arranha diariamente a liberdade de imprensa em discurso na abertura dos trabalhos de 2022 do Poder Legislativo. Jair queria cutucar o ex-presidente Lula, que defende o debate sobre a regulação dos meios de comunicação. Acabou dando uma aula de cinismo.

O Relatório da Violência contra Jornalistas e Liberdade de Imprensa no Brasil, elaborado pela Fenaj, foi divulgado na semana passada com os dados de 2021. Nele, o presidente da República repete 2020 e aparece novamente como o principal agressor de jornalistas, responsável por 147 casos registrados, ou 34,19%.

Dirigentes da EBC, empresa pública de comunicação sob responsabilidade de Bolsonaro, responderam por outros 142 casos – ou 33,02% dos registros, principalmente por conta da censura baixada durante a atual gestão. E 4,65% dos casos partiram de manifestantes bolsonaristas. No total, foram 430 casos em 2021, dois a mais que o ano anterior. Em 12 de dezembro, por exemplo, seguranças e fãs do presidente agrediram jornalistas diante dele, que permaneceu em silêncio, em Itamaraju (BA). Uma repórter chegou a levar um mata-leão de um dos jagunços de Jair. Já no dia 31 de outubro, jornalistas que cobriam a viagem de Bolsonaro ao G20, em Roma, foram agredidos por seguranças que estavam a serviço do presidente.

Bolsonaro vem atacando instituições que atuam na fiscalização do poder público, entre elas a imprensa. Ele precisa que a população veja denúncias sobre desvios de recursos públicos nos gabinetes de sua família e a corrupção na compra de vacinas no Ministério da Saúde como mentiras e que sua incompetência em gerar empregos e reduzir a fome seja encarada como fake news. Por isso, demoniza os profissionais de imprensa que contam os fatos, fazem análises e garantem opiniões. Ele também aproveitou para cutucar o Tribunal Superior Eleitoral e setores do Congresso Nacional que analisam a exigência de que plataformas digitais tenham escritório no Brasil para poder operar em nosso território a partir de uma quantidade de usuários. "Os senhores nunca me verão pedir pela regulação da mídia e da internet. Eu espero que isso não seja regulamentado por qualquer outro poder", disse.

Das grandes plataformas, a única que não tem representação e, por isso, ignora sistematicamente as decisões judiciais sobre retirada de material de ódio, é o Telegram – aplicativo que Bolsonaro usará para articular seus seguidores nas eleições de outubro. "A nossa liberdade acima de tudo", defendeu o presidente. O problema é que essa frase não apenas é um equívoco, mas vai contra as leis do país.

De acordo com a Constituição, nossos direitos individuais são limitados pelos direitos de terceiros e da sociedade, em um delicado equilíbrio. Sabemos que a liberdade de expressão não está acima de tudo porque não há direitos absolutos – nem a vida é, caso contrário, não haveria a legítima defesa. Todos nós podemos ser responsabilizados quando abusamos desses direitos, usando nossa liberdade de expressão, por exemplo, contra a saúde coletiva ou a integridade física de outras pessoas.

Bolsonaro veio subverter esse processo, tornando regra a impunidade diante do ódio e da mentira espalhados em massa.

Desde que assumiu o poder, ele trabalha para propagar a ideia de que o interesse dos indivíduos é sempre mais importante do que o bem-estar da coletividade. Isso não vale a todo o indivíduo, claro, apenas para o "povo escolhido" de Jair Messias, ou seja, os grupos que o apoiam, que fazem parte dos 15% que acreditam em tudo o que ele diz ou dos 9% que estão, hoje, com ele por conveniência. Entre eles, estão garimpeiros, madeireiros, agropecuaristas que agem de forma ilegal, líderes religiosos ultraconservadores, empresários que desejam fazer o que quiserem sem ser importunados pela CLT, políticos e servidores públicos interessados em levar vantagem, milicianos e parte da banda podre das Forças Armadas e das polícias, entre outros.

No culto bolsonarista, a liberdade individual de não vacinar seus filhos contra a covid-19 é mais importante do que a vida das crianças e dos adultos que têm contato com elas; a liberdade de não usar máscara é mais importante que salvar vidas na pandemia; a de desmatar a Amazônia é maior do que os impactos mundiais das mudanças climáticas e a consequente falta de água para gerar energia e matar a sede; a de lucrar a qualquer custo é mais relevante do que a de garantir um mínimo de dignidade aos trabalhadores; a de correr nas rodovias está acima da integridade física de outros motoristas e da vida de suas famílias. É esse culto que ele veio defender no Congresso Nacional nesta quarta. E é esse projeto de país que ele vai tentar aprofundar nas eleições deste ano. Vende-se como humilde, pedindo harmonia entre os poderes no discurso. Na prática, quer eliminar todo aquele que não lhe diz amém.

Por Leonardo Sakamoto

REPUGNANTE

O modelo Rodrigo Malafaia, sobrinho-neto do pastor que carrega o mesmo sobrenome, se casou no último dia 4 com o cantor Leandro Bueno, ex-participante do programa “The Voice Brasil”. Em entrevista ao UOl, o modelo afirmou que não tem relação com o tio e que o considera uma das pessoas mais repugnantes na terra, e também afirmou que tem o objetivo de mudar a história de seu sobrenome. “Tenho vontade de mudar a história desse sobrenome porque tenho pavor por quem ele é lembrado. Querendo ou não somos da mesma família. Eu não queria isso, pois acho ele uma das pessoas mais repugnantes da face da terra”, declarou o modelo. Rodrigo também contou que tinha vergonha de usar o sobrenome Malafaia. “Não vou mudar o meu nome. Eu tinha essa vergonha, mas não tenho que ter vergonha de nada”, afirma o modelo. “Só quero que, em vez de ser lembrado por uma pessoa que prega o ódio, eu seja lembrado por uma pessoa que prega o amor. É para isso que eu vim”, destacou Rodrigo.

O pastor Silas Malafaia se tornou uma figura proeminente do meio evangélico no começo dos anos 2000, quando escolheu a comunidade LGBT como a “principal inimiga da família brasileira” e faz militância e lobby no Congresso para evitar que qualquer projeto de lei voltado aos direitos LGBT avancem. No lastro de Malafaia, surgiram nomes como o deputado federal Marco Feliciano (PSL-SP) e do ex-senador Magno Malta (PL-ES) que, assim como o pastor Malafaia, pregam o ódio contra a comunidade LGBT e representam o obscurantismo contemporâneo no Brasil.

NUMA FRIA

A viagem de Mario Frias de cinco dias para ver o lutador Renzo Gracie em Nova York somou gastos equivalentes a 13 vezes o teto da Lei Rouanet para cachês de artistas. Conforme dados do Portal da Transparência, foram gastos R$ 39 mil para tratar de um "projeto cultural envolvendo produção audiovisual, cultura e esporte" com o lutador de jiu-jítsu bolsonarista. Enquanto isso, na terça (8), o governo oficializou o limite cachês de artistas pela Lei Rouanet a R$ 3.000.

Desde que assumiu o cargo, em junho de 2020, Frias realizou 26 viagens, sendo esta para Nova York a mais cara. Em seguida vem um trajeto para Roma, em agosto do ano passado, quando ele participou da Conferência dos Ministros da Cultura do G20 —esta custou pouco mais de R$ 30 mil. Em seguida vem sua viagem para a Mostra Internacional de Arquitetura da Bienal de Veneza, em maio do ano passado, ao custo de R$ 21.218 para a semana em que ficou na Itália. O evento homenageou Lina Bo Bardi, uma das mais importantes arquitetas brasileiras, que Frias revelou não saber quem era.

BRIGUEM, DESGRAÇADOS

Durante uma palestra para membros do Podemos em Teresina (PI), o candidato à presidência Sergio Moro foi surpreendido com a presença de um eleitor bolsonarista, que se infiltrou no evento para chamar o ex-ministro da justiça de “traidor”. Em seguida, foi expulso do local, gritando palavras de apoio a Jair Bolsonaro no percurso. O infiltrado de 44 anos, identificado como Almir Martins, identificou-se como um admirador de Sergio Moro. Inicialmente elogiou o candidato, e se propôs a ler um poema de cordel em sua homenagem, mudando o discurso logo em seguida. Após chamar o ex-juiz de “traidor”, sacou o celular para filmar a reação do público, enquanto a organização do evento se desculpava pelo ocorrido.

QUEM NOS SALVARÁ?

Em conversa com apoiadores na quinta-feira (10), o presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a falar em ditadura e disse que “algo” irá acontecer nos próximos dias para “salvar” o Brasil’. Antes, Bolsonaro falava sobre os regimes impostos em Cuba e na Venezuela. “Qual a diferença de uma ditadura que vem pelas armas, como é em Cuba e Venezuela, e a ditadura que vem pelas canetas? Nenhuma. Vocês sabem o que está acontecendo no Brasil. Acredito em Deus e nos próximos dias vai acontecer algo que vai nos salvar no Brasil. Tenham certeza disso”, disse.

A menção a uma possível “ditadura das canetas” é uma referência ao Supremo Tribunal Federal (STF). Uma vez que em outras ocasiões o chefe do governo federal já criticou “canetadas” de ministros da corte.

Na quarta-feira, o filho 03 do presidente, deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), publicou um vídeo fazendo várias críticas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Eduardo diz que vão dar um “golpe que vai acabar com o Lula”. “Vocês acham que esse pessoal quer voltar ao poder para que? Jair Bolsonaro ganhando essa eleição, e eu tenho fé em Deus que vai ganhar, a gente vai dar um golpe que vai acabar com o Lula. Vamos jogar ele no lixo da história, onde ele merece”, disse o deputado. O parlamentar também afirmou que Lula deu uma “manobra” no Supremo para “conseguir se safar” das condenações porque indicou ministros para o cargo. “Lula conseguiu se safar da cadeia, mas a população vai dizer para ele o seu local certo: o lixo da história de Luiz Inácio Lula da Silva. E ai, eu te digo, não vai ter petismo para ele poder se salvar”, alegou.

MAIS NAZISTAS

Um vídeo divulgado pelo jornalista Kalil Oliveira no Twitter mostra um jovem com camiseta com símbolo nazista sendo expulso de um bar na zona sul de Teresina, capital do Piauí, após fazer a saudação nazista.  “Grande raça ariana! Grande raça ariana”, diz o rapaz, que aparenta ter em torno de 20 anos, em frente ao estabelecimento. Alertado que estaria fazendo apologia ao nazismo com a camiseta, o rapaz se irrita e tira uma faca da cintura, ameaçando as pessoas, enquanto é filmado pela câmara do celular. Na sequência, após os frequentadores do bar não se intimidarem, o rapaz vira as costas e deixa o local.

FRASES DA SEMANA

“Fui vítima do ódio, que me custou 580 dias de prisão injusta e ilegal, condenado à saudade incurável do povo brasileiro, a quem amo de paixão. Mas sempre fui, e serei, acima de todos os ódios. Aprendi na Bíblia, que ‘se eu não tiver amor, eu nada serei’”. (Lula, em modo pastor)

“Se você me perguntar se o PT é um partido de ‘santos’, não. Onde se junta ser humano e dinheiro tem sempre um risco. Por isso que defendo transparência. A única forma de se garantir que não tenha desvio de conduta é com controle social”. (Jaques Wagner, senador do PT-BA)

“Eu sempre me refiro, em tom de brincadeira, aos nordestinos, como pau de arara e outras coisas, como arataca, cabeçudo, alemão e cabra da peste”. (Bolsonaro, em Salgueiro, sertão de Pernambuco)

“O Lula não consegue enganar muitas pessoas já. Moro, com aquele jeitinho dele, de fala mansa, de frieza, de expressão que não muda, ele ainda pode enganar muita gente”. (Carla Zambelli, deputada federal, que teve Moro como padrinho de casamento e com ele dançou a valsa)

“O feminismo só vai adiante quando homens de geleia não se posicionam. […] A população tem que se posicionar contra esse politicamente correto. Se o feminismo cresce é por causa de homem frouxo. Então não seja frouxo”. (Eduardo Bolsonaro, deputado federal, um homem de coragem)

“Deltan Dallagnol é um pivete conhecido com uma folha corrida cheia de transgressões, delitos e abusos. Já o condenei 2 vezes no Conselho Nacional do Ministério Público. Mas isso é pouco. Responderá e haverá de pagar pelos outros crimes que cometeu.” (Renan Calheiros, senador)

“Falaram que eu revoguei o luto de Padre Cícero, lá de Pernambuco. É isso mesmo? De que cidade fica lá? Está cheio de pau de arara aqui e não sabem que cidade fica o padre?” (Bolsonaro, em live, reclamando de assessores. Padre Cícero nasceu e morreu em Juazeiro do Norte, Ceará)

[Que cínico!] – “Não deixemos que qualquer um que esteja no Planalto Central ouse regular a mídia, não interessa por qual intenção e objeto. A nossa liberdade, a liberdade de imprensa garantida em nossa Constituição não pode ser violada ou arranhada”. (Bolsonaro)

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Victor Barone

Jornalista, professor, mestre em Comunicação pela UFMS.


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