Meia Pala Bas
Publicado em 22/08/2014 12:00 - Rodrigo Amém
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Para ser presidente, Aécio vai ter que parecer mais “social” do que pretende ser. Tem que garantir que o povo que o “assistencialismo” continua. E tem que prometer para o lado de cima que vai parar com essa palhaçada de “vagabundo comendo de graça”. Ao mesmo tempo, tem que bater na Marina. Vai ter que insinuar que ela é religiosa fanática, comunista, intolerante. A missão do Aécio vai ser convencer aqueles que rejeitam Dilma de que Marina é uma eco-chata delirante, desconectada da realidade e sem condições de comandar um país plural como o Brasil.
Não existe um cenário em que a campanha do Aécio não seja forçada a beber na fonte do preconceito.
Para ser reeleita, Dilma vai ter que continuar pedindo benção para o que há de pior na política brasileira, tanto dentro quanto fora do seu partido. Essa submissão, interna e externa, garante a ineficiência dos governos brasileiros há um século. Mas só assim ela garante tempo de TV suficiente para explorar o carisma de Lula ad nauseum. Dilma também vai ser obrigada a insinuar que um outro presidente – qualquer outro – colocará a perder todas as “conquistas sociais” do seu governo.
Não existe um cenário em que a campanha da Dilma não seja forçada a beber na fonte do medo.
Para ser presidente, Marina precisa abrir mão de suas convicções pessoais – mais alinhadas com a direita conservadora – ou mentir a respeito delas, de forma a cooptar os votos da esquerda. De uma forma ou de outra, parte importante dos valores que Marina afirma defender ficarão do lado de cá do processo eleitoral. ]
Não existe um cenário em que a campanha da Marina não seja forçada a beber na fonte da dissimulação.
Para ser presidente, é preciso uma invejável capacidade de flexibilidade ética, filosófica e moral. O problema é que isso meio que depõe contra.
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