27/04/2024 - Edição 540

Campo Grande

Semadur, ANA e WWF-Brasil apresentam diretrizes do Programa Manancial Vivo

Publicado em 17/07/2014 12:00 -

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Responsável por aproximadamente 60% da água que abastece Campo Grande, a bacia hidrográfica do Guariroba recebe desde 2009 o Programa Manancial Vivo, criado com a finalidade de preservar as áreas de proteção ambientais que ficam em 62 propriedades rurais. O processo foi suspenso no ano passado e retomado pela equipe que assumiu na gestão do prefeito Gilmar Olarte, que recebeu em seu gabinete representantes da Agência Nacional das Águas – ANA e WWF-Brasil que, acompanhados do secretário municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano, João Alberto dos Santos, apresentaram ao prefeito as diretrizes do programa.

O Programa Manancial é uma experiência piloto que segue os conceitos do Programa Produtor de Água, desenvolvido pela ANA, que é um programa voluntário de restauração do potencial hídrico e do controle da poluição difusa no meio rural. Prevê pagamentos aos produtores rurais que, por meio de práticas e manejos conservacionistas e de melhoria da distribuição da cobertura florestal na paisagem, contribuam para o aumento da infiltração de água e para o abatimento efetivo da erosão, sedimentação e incremento de biodiversidade.

De acordo com João Alberto, os proprietários rurais que já vêm adotando tais práticas nas bacias atendidas pelo “Programa Manancial Vivo” recebem incentivos – pagamentos – se mantiverem seu comprometimento com essas práticas. “Os pagamentos aos proprietários rurais serão baseados na realização e manutenção das práticas recomendadas pelos técnicos do projeto. O programa disponibiliza, gratuitamente, equipe técnica para elaboração dos projetos e assistência técnica para a execução de todos os projetos que atendam aos objetivos do Programa Manancial Vivo”, explicou o titular da Semadur.

Otimismo

O superintendente da Agência Nacional das Águas, Ricardo Medeiros de Andrade disse que o grupo está otimista com o novo governo municipal e ao mesmo tempo impressionado com a rapidez que o programa foi retomado. “Em pouco tempo de governo, a atual gestão nos chamou de volta e demonstrou que entendia a importância de retomar os trabalhos com a mesma força que vinha acontecendo. Hoje, temos R$ 4 milhões já disponíveis para o programa e vamos dar sequência ao trabalho que busca melhorar as condições do solo e da água do principal manancial de Campo Grande. Esse esforço concentrado da Prefeitura é essencial para o sucesso do projeto”, defendeu Andrade.

A WWF-Brasil atua no programa por meio de aporte financeiro do Banco do Brasil, que desenvolve o programa “Água Brasil”. O superintendente de Conservação da organização, Michael Becker informou que R$ 1 milhão foi disponibilizado para dar sequência ao projeto. “Estamos animados com a retomada do programa e a expectativa é planejar as ações para os próximos cinco anos. Fico feliz em observar a vontade política da atual gestão, que demonstra com essa atitude o seu comprometimento para com o meio ambiente e, consequentemente a população”, ressaltou Becker.

Sobre a APA do Guariroba

A Bacia Hidrográfica do Córrego Guariroba se constitui no principal sistema produtor de água bruta do município de Campo Grande. Possui área de 36.200 ha e, devido a seu potencial produtivo, houve a construção do reservatório e implantação do sistema de captação e adução de água até a zona urbana em 1985, de onde se efetua a captação de aproximadamente 60% do sistema de abastecimento de água de Campo Grande, sendo complementado pelos sistemas superficiais dos córregos Lajeado e Desbarrancado (13% da produção de água) e por um amplo conjunto de poços que exploram os recursos hídricos subterrâneos, todos operados atualmente pela concessionária Águas Guariroba.

A progressiva substituição da vegetação natural por pastagens cultivadas, associada a determinadas situações em que o manejo do gado e do solo não são compatíveis com a capacidade de suporte ambiental local, tem gerado impactos expressivos na bacia, sobretudo no que se refere a processos erosivos e ao assoreamento dos corpos d’água naturais e do Reservatório Guariroba.

Na busca de alternativas para a resolução dos problemas decorrentes de processos erosivos instalados e a necessidade de recuperação e conservação da bacia, foi instituída pelo poder público municipal, através do Decreto Nº.7183, de 21 de setembro de 1995, a Área de Proteção Ambiental (APA) dos Mananciais do Córrego Guariroba.


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