26/04/2024 - Edição 540

Auau Miau

Ter um companheiro pet faz bem para sua saúde mental

Publicado em 14/08/2018 12:00 -

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Muito já se sabe sobre os efeitos positivos da presença de animais de estimação para a nossa saúde mental – vide a quantidade de cães terapêuticos que atuam em hospitais para ajudar pacientes que sofrem de ansiedade e estresse pós-traumático e até na recente adesão de empresas à política de que seus funcionários levem seus pets ao escritório.

Mas parece que o impacto de cães e gatos na vida do ser humano pode ser ainda maior. Segundo estudo realizado por psiquiatras da Clínica Médico-Psiquiátrica da Ordem, em Porto (Portugal), adotar um pet pode amenizar as dores de pacientes com tipos perniciosos de depressões que não respondem aos tratamentos médicos convencionais.

Conforme descrito no periódico científico Journal of Psychiatric Research, 33 pacientes diagnosticados com distúrbio depressivo maior (DDM) experimentaram melhora significativa em seus quadros nutrindo contato com pets. Desse montante, mais de um terço já não tinha mais sintomas suficientes para ser enquadrado com a doença após 12 semanas. Por outro lado, outros 33 pacientes do estudo que não adotaram animais não mostraram ter nenhuma melhora significativa em seus sintomas depressivos.

Os participantes da pesquisa eram 80 pacientes de uma clínica psiquiátrica ambulatorial portuguesa. Nenhum deles tinha experimentado algum alívio da depressão mesmo após 9 a 15 meses de tratamento com sessões de terapia e dois ciclos de ingestão de medicações.
Foi aí que os pesquisadores decidiram incluir os pets e estudar como eles poderiam servir como auxiliares no tratamento do transtorno depressivo.

Durante as 12 semanas seguintes após a tomada de decisão, todos os pacientes continuaram participando de sessões de terapia e ingerindo suas medicações.

Utilizando a Escala de Avaliação de Depressão de Hamilton (HAM-D) e a Escala de Avaliação Global da Funcionalidade (GAF), os psiquiatras observaram que os novos donos de animais de estimação começaram a demonstrar sinais de alívio da depressão em apenas quatro semanas.

As diferenças significativas entre os dois grupos pela escala HAM-D apareceu na 8ª semana. Já na 12ª, os níveis entre os pacientes eram bastante divergente na escala GAF – que indica uma relação de como a doença mental afeta a capacidade da pessoa funcionar no dia-a-dia. Não houve diferença significativa entre pacientes mulheres e homens.

Como os participantes do estudo não foram escolhidos aleatoriamente para saber quais teriam um animal de estimação e quais não, os resultados da pesquisa devem ser vistos com ressalvas. No entanto, mesmo assim, os dados fornecem indícios convincentes para futuras investigações.

Especulando sobre a conclusão, os autores do estudo afirmaram: “Uma das razões que podem os explicar os resultados é que os animais de estimação se forçam a neutralizar um dos principais sintomas da depressão, a anedonia. A Anedonia é a incapacidade de experimentar prazer encontrado em atividades normalmente agradáveis, como exercícios físicos, hobbies e interações sociais.”

A dupla ressalta que os cães podem proporcionar o benefício adicional de forçar seus donos a praticar atividades físicas e, muitas vezes, vivenciar novas situações sociais.

“No entanto, eles não são uma cura para esse tipo de doença e os benefícios só aparecem em pessoas que apreciam pets e têm tempo, atenção e dinheiro (para alimentação e cuidado veterinário) para gastar com eles.”


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