20/04/2024 - Edição 540

Brasil

Número de brasileiros que usa internet pelo celular cresce 106% em dois anos

Publicado em 26/06/2014 12:00 -

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O número de brasileiros que acessa a internet por meio do telefone celular atingiu 52,5 milhões em 2013, representando 31% da população do país. O percentual mais que dobrou nos últimos dois anos. Em 2011 representavam 15% e, em 2012, eram 20%.

As informações fazem parte da 9ª pesquisa TIC Domicílios divulgada pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (CETIC.br), órgão ligado ao Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br) e ao Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), na última quinta-feira (26).

O levantamento foi feito a partir de entrevistas em 16.887 domicílios, entre setembro de 2013 e fevereiro de 2014, em 350 municípios do Brasil, em áreas rurais e urbanas.

Pela primeira vez desde o começo da realização da pesquisa, a parcela da população brasileira que usa a internet ultrapassou os 50%. Em 2013, o percentual chegou a 51%, aproximadamente 86 milhões de brasileiros.

O levantamento considera usuários da rede indivíduos que utilizaram a internet pelo menos uma vez nos três meses anteriores à pesquisa.

Celulares Tradicionais

Entre as atividades realizadas por quem acessa a internet no telefone celular, os dados indicam que 30% das pessoas acessaram redes sociais; 26% compartilharam fotos, vídeos ou textos; 25% acessaram e-mails; e 23% baixaram aplicativos.

Apesar de crescente, o número de brasileiros que usam a rede pelo smartphone ainda é pequeno quando comparado à quantidade de pessoas que utiliza telefones móveis. No país, são 143 milhões de pessoas que usam celular, ou seja, 85% da população com 10 anos de idade ou mais.

"Há distinções por classe e faixa etária. Ao contrário do senso comum, não é todo mundo que acessa a internet no celular. O uso de celular não implica no uso de internet, são dois pontos distintos", diz Winston Oyadomari, coordenador da pesquisa.

Um dos motivos para que muitos donos de celular não acessem a rede pelo dispositivo, segundo a pesquisa, é a capacidade do aparelho. De acordo com os resultados, 41% das pessoas que têm telefone móve, não usam a internet porque possuem equipamentos tradicionais e não smartphones.

Mobilidade Crescente

A preferência por computadores móveis em vez de desktops também apareceu na pesquisa. Pela primeira vez, mais da metade dos domicílios com computador no Brasil possui equipamentos portáteis.

De acordo com os dados, dos 30,6 milhões de domicílios com computadores no país, 57% têm notebooks. Em 2012, essa proporção era de 50%. Em 2008, 95% dos lares com computador tinham apenas desktops.

A presença de tablets nas casas dos brasileiros também cresceu. Em 2013, 12% dos domicílios com computador possuíam tablets. Um ano antes, o percentual era de apenas 4%.

Segundo Alexandre Barbosa, gerente do CETIC.br, entre os usuários que compram um computador pela primeira vez, a pesquisa aponta que a tendência é que se adquira um modelo móvel, como, por exemplo, o notebook. "Apesar de a gente achar que o tablet vai roubar o lugar do notebook, o computador portátil aparece com maior intenção de compra pelos usuários na pesquisa. O tablet atua de maneira complementar aos outros dispositivos."

Barreiras

Apesar do crescimento no acesso a computadores e à internet entre os brasileiros, a renda, a localização geográfica e a idade ainda são barreiras significativas para boa parte da população.

Segundo a pesquisa, na classe A, 98% dos domicílios têm acesso à internet. Na classe B, 80%. Já na classe C, o número cai para 39% e nas classes D e E, é de apenas 8%.

Nas áreas urbanas, a proporção de domicílios com acesso à rede é de 48%, enquanto nas áreas rurais é de apenas 15%.

"Mesmo com o crescimento ano após ano, o Brasil ainda encontra desafios para a massificação do acesso à internet. Nossas análises identificam um conjunto complexo de fatores geográficos, sociais e econômicos que precisam ser observados sobre a expansão da conectividade em todo o território nacional", diz Alexandre Barbosa.

Winston Oyadomari afirma que os dados podem servir de base para a definição de políticas públicas que ampliem o acesso à rede no país. "O cenário de disparidades não se altera pelo menos há alguns anos, embora o crescimento de acesso seja uma realidade."

A idade também aparece como obstáculo para o uso da internet. Quanto maior a faixa etária, menor é a penetração da rede entre os usuários. Segundo a pesquisa, entre adolescentes de 10 a 15 anos, 75% usa a internet. De 16 a 24 anos, 77% afirma ser usuário. De 25 a 34, o percentual é de 66%.

A partir daí o uso começa a decrescer. Entre as pessoas de 35 a 44 anos de idade, 47% são usuárias de internet. Na faixa entre 45 e 49 anos, o número cai para 33% e acima de 60 anos, somente 11% acessa a rede. Em números absolutos, há mais de 45 milhões de pessoas de 45 anos ou mais que não usam internet.

Entre as análises regionais de destaque, a pesquisa identificou que o Sudeste tem ao mesmo tempo a maior proporção de domicílios conectados e desconectados. São 14,1 milhões de casas com acesso à internet e 13,3 milhões sem conexão.

A distribuição da amostra da pesquisa entre as cinco regiões brasileiras se dividiu de acordo com a distribuição da população no território nacional. Segundo o CETIC.br, 43% dos domicílios pesquisados são da região Sudeste, 27% do Nordeste, 15% do Sul, 8% do Norte e 7% do Centro-Oeste.

As casas participantes são sorteadas aleatoriamente com base no Censo de 2010 realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Os questionários estruturados são aplicados presencialmente por entrevistadores do IBOPE Inteligência.


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