28/03/2024 - Edição 540

Mato Grosso do Sul

Diversificação da economia faz do Estado um celeiro de farturas, diz Jaime Verruck

Publicado em 11/10/2017 12:00 -

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A transposição do Estado da bovinocultura para a agropecuária e o salto para a industrialização. Esse é o grande avanço de Mato Grosso do Sul nos últimos 40 anos, segundo os indicadores econômicos e sociais apresentados pelo secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck.

Verruck lembra que MS tornou-se competitivo ao incentivar a expansão industrial e estimular o emprego de tecnologia na produção agropecuária. No entanto, há muitos desafios distribuir os investimentos em todas as regiões, em razão da baixa densidade demográfica na maioria das cidades. Praticamente dois terços do Estado são ocupados por cidades com 20 a 50 mil habitantes.

Ele cita o exemplo de São Gabriel do Oeste, onde está o maior complexo frigorífico de carne suína. A empresa Alvorada importa mão de obra de cidades vizinhas para manter o ritmo de produção. Pelo menos 300 funcionários moram em Rio Verde e outros 100 em Camapuã. Em razão disso, os empreendimentos estão se concentrando em cidades mais populosas. Quatro cidades com mais de 100 mil habitantes concentram os parques industriais – Campo Grande, Dourados, Corumbá e Três Lagoas.

Em 1980 o Estado tinha uma população de 1,3 milhão de habitantes. Neste ano a população alcança 2,6 milhões de habitantes. O aspecto positivo, segundo Werruck, é a faixa etária da maioria da população. Diferentemente do resto do Brasil, de acordo com a pirâmide etária, por um bom tempo MS terá uma população economicamente ativa bastante jovem.

O Produto Interno Bruto (PIB) do Estado cresce acima da média nacional. A projeção deste ano aponta crescimento de 0,5% em nível nacional, enquanto o PIB estadual deve crescer 2,5%. No período de 2002 a 2014 o crescimento chegou a 70,65%.

A agropecuária continua sendo a base da economia, registrou safras recordes de soja e milho e avança no setor sucroenergético, mas ainda tem potencial para crescer muito mais, pois há 750 mil hectares de áreas ociosas. E o crescimento agrícola se dá em áreas de pastagens e é cada vez maior a integração lavoura-pecuária.

De acordo com o secretário Jaime Verruck, o setor pecuário, embora tenha cedido áreas para o cultivo de grãos, registra crescimento na produção, embora esse seja um dos desafios, não apenas na bovinocultura, mas também na avicultura e suinocultura. Nesses três segmentos Da pecuária há muito espaço para crescer. A Semagro tem registrado muitos pedidos de licenciamento pecuária intensiva. A ociosidade na produção de carne é de 40% da capacidade instalada de frigoríficos, segundo o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Produção e Agricultura Familiar.

A suinocultura é um dos segmentos ociosos. Para manter o ritmo de processamento, os frigoríficos importam de outros estados nada menos que 500 mil suínos-dia, entre leitões e porcos prontos ao abate. Na avicultura também há espaço para crescimento. Dos 220 aviários, 50% são de pequenos e médios produtos.

Os indicadores sociais são os principais parâmetros da economia regional e no caso dos níveis de emprego, o secretário Jaime Verruck lembra que é preciso entender que no caso de Três Lagoas, foram geradas 8 mil vagas na fase das obras civis da expansão do conglomerado de celulose. Findada essa fase de construção, acabam os postos de trabalho, mas surgem outras vagas para mão-de-obra qualificada, para a fase operacional.

Verruck destacou também a expansão do setor sucroenergético. As usinas de álcool estão ampliando a produção de açúcar, etanos e geração de energia a partir da biomassa; a expansão da silvicultura, que já ocupa uma área de 1 milhão e 56 mil hectares com o plantio de eucalipto. Nesse segmento, há o problema da produção fora do raio das fábricas de celulose. Com o aumento de 3 milhões para 5 milhões de toneladas ano, a demanda por celulose deve absorver a produção de eucalipto, mas em outras regiões, a oferta está restrita ao setor siderúrgico, módulos de madeira e comércio de carvão para usos diversos.

Um fato positivo nos indicadores de emprego, com a participação dos setores público e privado. Para o Governo, é muito positivo o fato de o Estado estar saindo da posição de grande patrão. Hoje a participação do poder público na geração de postos de trabalho é de 20%, abaixo do setor de serviços. “O papel do Estado é de indutor do desenvolvimento e não empregador”.

Segundo Verruck, o grande gargalo hoje é a logística, melhoria das estradas vicinais e pontes para escoamento da produção. Toda produção passa por uma estrada vicinal. O secretário, o principal desafio é melhorar as condições de escoamento dos produtos e o ideal é a estruturação de um sistema intermodal, com a integração dos transportes rodoviário, hidroviário e ferroviário.


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