20/04/2024 - Edição 540

Mato Grosso do Sul

Comissão vai discutir atuação das forças armadas em MS

Publicado em 02/08/2017 12:00 -

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A inclusão de Mato Grosso do Sul no plano de ação das Forças Armadas será discutida por uma comissão federal, a mando do presidente Michel Temer. Nesta segunda-feira (31.7), Temer se reuniu com o governador Reinaldo Azambuja e durante o encontro ficou definido que uma Comissão formada por integrantes dos ministérios da Defesa e da Justiça e Segurança Pública virá ao Estado nos próximos dias para verificar a situação nas fronteiras.

“Mais uma vez, o presidente Michel se mostrou sensível à situação de abandono das nossas fronteiras, que estão escancaradas. Ele (presidente) disse que vai mandar uma equipe para Mato Grosso do Sul para avaliar a situação e discutir um plano de ação das Forças Armadas em nosso Estado”, divulgou Reinaldo Azambuja.

O documento “Importância dos Investimentos em Segurança Pública nas Fronteiras do Brasil com o Paraguai e a Bolívia” mostra, em dados estatísticos, a fragilidade da segurança nas fronteiras e reforça o pedido do envio das tropas federais a Mato Grosso do Sul.  Foi entregue pessoalmente pelo governador Reinaldo Azambuja ao presidente Michel Temer e aos ministros Aloysio Nunes (Relações Exteriores), Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo), Torquato Jardim (Justiça e Segurança Pública) e Sérgio Etchegoyen (Gabinete de Segurança Institucional).

Além de reforçar o pedido da presença federal nos mais de 1,5 mil quilômetros de fronteiras entre Mato Grosso do Sul e países vizinhos, Reinaldo Azambuja reiterou a importância do combate ao tráfico internacional de armas e de drogas – que abarrota o sistema carcerário estadual e aumenta o índice de criminalidade em todo o país.

Levantamento da Procuradoria-Geral do Estado (PGE-MS) aponta que cada preso federal custa R$ 3.617,29 por mês aos cofres públicos – valor superior à média nacional, de R$ 2,4 mil. No Estado, são 16.224 presos para 7.327 vagas. Em 2016, a polícia estadual apreendeu 296,8 toneladas de drogas, cujas operações, incluindo prisão de traficantes, também oneram o orçamento estadual. Nos últimos cinco anos, o volume de drogas apreendidas foi de 977 toneladas.

Apoio

Governadores do Consórcio Brasil Central (MS, MT, GO, DF, RO, TO e MA) cobram do Governo Federal a presença maciça das Forças Armadas e de tropas federais nas fronteiras do País. Nesta sexta-feira (4), o assunto foi discutido por integrantes do bloco em Campo Grande. Para os governadores, a medida é fundamental no combate ao crime organizado, que atinge os grandes centros do Brasil como São Paulo e Rio de Janeiro.

“Queremos fortalecer com a União aquilo que falei com o presidente Michel Temer na última segunda-feira (31 de julho): queremos uma unidade entre o Governo Federal e os estados na fronteira do Brasil para trabalharmos juntos, policiais estaduais e federais, para diminuirmos a entrada de armas e drogas no Brasil”, destacou Reinaldo Azambuja.

Presidente do Consórcio Brasil Central, o governador Marconi Perillo (Goiás) revelou que defende a presença federal nas fronteiras há pelo menos quatro anos. “Eu apoio integralmente essa iniciativa do governador Reinaldo Azambuja. Os estados não podem continuar arcando sozinhos com a responsabilidade das fronteiras que são nosso maior problema de segurança”, afirmou.

Para ele, grande parte dos crimes cometidos no Brasil está ligada às drogas e armas contrabandeadas. “Defendo que um terço do efetivo das Forças Armadas possam ser deslocados para as fronteiras, em água, ar e terra. As drogas e armas entram pelos países vizinhos e os governos estaduais não têm condições de controlar. Se nós conseguirmos fechar minimamente as fronteiras do Brasil nós vamos reduzir o fluxo de drogas e de armas fortemente aqui no País”, completou Perillo.

O governador de Rondônia, Confúcio Moura, lembrou que, recentemente, tropas federais foram enviadas ao Rio de Janeiro e que essa metodologia de trabalho deve ser replicada nos estados fronteiriços do Brasil. “Forças Armadas, PRF, PF e polícias estaduais, juntas, trabalhando não de uma maneira aleatória, mas sim inteligente e integrada. Assim tem que ser o trabalho nosso”, reiterou. Para ele, a união de esforços em torno dessa temática é uma das grandes pautas do Consórcio Brasil Central.

“Sabemos que o cuidado das fronteiras é de competência da União Federal, o tráfico de drogas internacional é de competência da União Federal, a entrada de armas no Brasil é da União Federal. O que nós estamos buscando é a unidade na ação das nossas agências de segurança”, lembrou o governador de Mato Grosso, Pedro Taques. Ele e Reinaldo Azambuja ainda pontuaram que as forças policiais de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás já trabalham com troca de informações dos sistemas de inteligência, e que a meta é integrar todos os estados membros do consórcio Brasil Central.


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