19/04/2024 - Edição 540

Ágora Digital

O povo vai entender… diz Temer sobre aumento de impostos

Publicado em 21/07/2017 12:00 - Victor Barone

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Da Argentina, onde participa da reunião da Cúpula do Mercosul, o presidente Michel Temer (PMDB-SP) afirmou que a população brasileira compreenderia o aumento dos tributos da gasolina. Na quinta-feira (20), Temer autorizou o aumento das alíquotas do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) sobre a gasolina, o diesel e o etanol. O aumento no preço final da gasolina ficou em R$ 0,41 por litro. No entanto, terá impacto em outros produtos. “A população vai compreender porque este é um governo que não mente, não dá dados falsos. É um governo verdadeiro, então, quando você tem que manter o critério da responsabilidade fiscal, a manutenção da meta, a determinação para o crescimento, você tem que dizer claramente o que está acontecendo. O povo compreende”, disse ao chegar a Mendonza.

Calhambeque

O juiz Sérgio Moro deixou de fora do bloqueio de R$ 10 milhões em bens do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT-SP), decretado na terça-feira (18), um carro do petista com mais de três décadas de uso. A caminhonete Ford F1000, de 1984, foi considerada como "sem valor representativo" por causa da "antiguidade do veículo". Lula teve mais de R$ 606 mil bloqueados pelo Banco Central, em quatro contas diferentes.

Amigo FHC

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT-SP) disse neta semana que chegou a agendar um encontro com o também ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB-SP), mas desmarcou quando leu "no jornal" que a conversa entre os dois havia sido vazada. "Eu e Fernando Henrique não temos nada um contra o outro. Falei: Topo conversar com ele, fala para ele que topo. Escolhemos até a casa. Mas aí não dá, se você fala para a imprensa que construiu um resultado", disse Lula.

Gato escaldado

Para evitar que o presidente Michel Temer (PMDB-SP) seja mais uma vez gravado, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) instalou no gabinete presidencial um dispositivo que dificulta a compreensão de áudios captados por aparelhos eletrônicos. Chamado de "misturador de voz", o aparato emite sinais sonoros, não captados pelo ouvido humano, que interferem na gravação do som ambiente e sobrepõem o áudio de conversas feitas no local de despachos do presidente. Agora dá pra ficar tranquilo…

PSDC esnoba o “Mito”

Apesar de reunir um percentual importante das intenções de voto para a sucessão presidencial de 2018 – 16% segundo a última pesquisa Datafolha – o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) está tendo dificuldades em se aninhar em uma legenda. A primeira tentativa de se realocar deu errada. O PSDC (Partido Social Democrata Cristão) descartou a possibilidade de ter Bolsonaro como candidato ao Planalto. O parlamentar havia dito na terça-feira (18) estar “namorando” a legenda, que classificou como “honesta, patriota e cristã”. Por meio de nota, no entanto, a Executiva do Diretório Nacional do partido negou que tenha interesse em uma negociação com Bolsonaro. “Não existem esses entendimentos e não há interesse da Democracia Cristã”.

Sem perdão

O senador Cristovam Buarque (PPS-DF) estava prestes a lançar seu livro "Mediterrâneos Invisíveis", na tarde de terça-feira (18), quando foi hostilizado e chamado de “golpista” por participantes do encontro anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). O parlamentar cancelou o lançamento que ocorreria em Belo Horizonte, onde também participou do encontro e compôs mesa de debates no tema “saídas para a crise política e econômica do país”. Ainda em BH, na entrada do Teatro Cidade, o senador voltou a ser chamado de “golpista e traidor” e precisou ser escoltado por soldados da Polícia Militar do Estado. Em resposta aos manifestantes, o parlamentar mandou beijos e bateu boca. Por meio das redes sociais, Buarque mandou um recado: “viver num país em que se é hostilizado por pensar diferente é mais um incentivo para que eu continue a minha luta pela educação”.

Tal pai, tal filho, tal neto

Aos 61 anos, Getúlio Dornelles Vargas Neto foi encontrado morto na última segunda-feira (17) com um tiro no peito, em seu apartamento no Bairro Moinhos do Vento, área nobre de Porto Alegre. Ao lado do corpo foi encontrado um bilhete de despedida para a família. A Polícia Civil da Capital gaúcha registrou o caso como suicídio, mas vai apurar as circunstâncias da morte. Ao tirar a própria vida, o advogado repetiu o gesto do avô, o ex-presidente da República Getúlio Vargas, que também se matou com um tiro no peito em agosto de 1954 no Palácio do Catete; e do pai, Maneco Vargas, que também tirou a própria vida em 1997, igualmente com um tiro no peito, em Porto Alegre. Getúlio Neto foi um dos fundadores do PDT em 1986, quando disputou uma cadeira de deputado estadual no Rio de Janeiro. Derrotado, deixou a política e se dedicou a carreira de advogado. Há seis anos, aos 55, voltou ao Rio de Janeiro e se filiou ao PPS. Na época, especulava-se que pretendia suceder Eduardo Paes na prefeitura do Rio. A candidatura não aconteceu.

A nata

Levantamento da Revista Congresso em Foco mostra que pelo menos seis em cada dez senadores são alvo de inquéritos, ações penais ou recursos de condenação em tramitação no Supremo Tribunal Federal (STF). Dentro desse universo, todos os representantes titulares de seis estados brasileiros no Senado estão às voltas com procedimentos criminais em andamento no Supremo. Acre, Alagoas, Amazonas, Minas Gerais, Rondônia têm todos os três senadores em exercício respondendo a procedimentos criminais. Isso só não ocorre com São Paulo porque um dos senadores titulares (o ministro Aloysio Nunes, das Relações Exteriores), também com pendências no tribunal, está licenciado (veja a lista). Ao todo, são pelo menos 48 os senadores com procedimentos abertos no STF, dos quais 34 estão sob investigação na Operação Lava Jato. Nunca foi tão grande o número de senadores formalmente colocados sob suspeita de terem praticado crimes.

Assim eles choram

Governadores, prefeitos, deputados e vereadores vão chorar de tristeza se vingar a proibição da inauguração de obras públicas nos três meses que antecederem eleições. Este é o objetivo do PLS 199/2017, recentemente apresentado pelo senador Cristovam Buarque (PPS-DF). Também ficará proibida no mesmo período, segundo a proposta, a realização de shows artísticos, eventos culturais, feiras e exposições pagos com recursos públicos. De acordo com o autor, o objetivo é evitar que inaugurações de obras públicas sejam usadas com conotação eleitoral em benefício de algum candidato.

Mui amigo

Em entrevista ao jornalista Roberto D'ávila, da GloboNews, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), reafirmou ser leal ao presidente da República, Michel Temer (PMDB-SP). Cauteloso, Maia negou ter sido "picado" pela "mosca azul" ou que seja afetado por qualquer "comichão" de chegar, agora, à Presidência. Mesmo assim, o presidente da Câmara não descartou que, a longo prazo, após duas ou três eleições, se enxerga como um possível candidato ao principal cargo do executivo. "A longo prazo, é obvio que chegar onde cheguei já me coloca, daqui a duas, três eleições como uma alternativa [à Presidência], mas, a curto prazo, acho que a presidência da Câmara [dos Deputados] já me dá a possibilidade de realizações que eu nunca imaginei que eu pudesse realizar", ponderou Maia.

Trem da alegria

Michel Temer (PMDB-SP) praticamente não mudou o número de cargos, funções de confiança e gratificações do Governo Federal. A quantidade de funcionários nessas funções se manteve em cerca 100 mil funções de confiança no último ano. A maior parcela dos cargos está concentrada no Ministério da Educação, que possui 47.252 cargos, funções de confiança e gratificações. A Pasta é responsável diversas unidades orçamentárias e gestoras espalhadas pelo país, como universidades e institutos de educação federais, por exemplo. Na segunda colocação, está o Ministério da Fazenda com 6.688 cargos, funções de confiança e gratificações. A maioria dos cargos estão alocados em unidades do Distrito Federal e de São Paulo. Na Presidência da República existem 6.293 mil cargos, funções de confiança e gratificações. Esses cargos representam cerca de 30% dos 20 mil funcionários que estão lotados na Pasta.

Eu sou normal!

Depois de abrir o cofre para se salvar, o presidente Michel Temer (PMDB-SP) disse ser “normal” gastar R$ 15 bilhões para barrar denúncia contra ele na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara Federal. Em nota à imprensa, por meio do Ministério do Planejamento, afirmou que a liberação de verbas para garantir apoio na Câmara se trata “de procedimento absolutamente normal”. O texto foi divulgado em resposta à reportagem do jornal O Globo intitulada “Antes de votação, Temer distribuiu R$ 15 bilhões em programas e emendas”, publicada na edição do dia 16. Assinada pelos repórteres Leonardo Barretto, Letícia Fernandes, Cristiane Jungblut e Catarina Alencastro, a matéria informa que pacote de bondades do presidente Michel Temer, durante semana decisiva para sua permanência no Planalto, foi fruto de uma verdadeira operação de guerra no Congresso.

Abusado

A jornalista Patrícia Lélis registrou na Delegacia da Mulher de Brasília, na noite de terça-feira (17), um boletim de ocorrência de ameaça e injúria contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSC-RJ), filhote do também deputado federal e presidenciável Jair Bolsonaro (PSC-RJ). Lélis, que é ex-namorada de “Bolsonarinho”, conta que foi xingada, ameaçada e intimidada pelo parlamentar depois da resposta que deu a uma postagem em que ele tenta desqualificá-la atacando o feminismo. “Eu começo a ‘entender’ a importância da figura masculina na vida de uma mulher quando minha ex-namorada que já se declara feminista é vista em uma balada LGBT acompanhada de um médico cubano, usando uma roupa vulgar e, como se não bastasse, rebolando até o chão. E ainda posta isso na internet, como se fosse uma atitude louvável. Lembrando que antes do feminismo ela andava com roupas discretas, não rebolava até o chão, e namorava comigo. 😉 #FeminismoÉDoença”, escreveu Bolsonaro em seu perfil pessoal no último dia 11. Patrícia, então, respondeu à postagem do ex-namorado contando sobre o relacionamento abusivo que tinha com ele. “Foram 3 anos e 8 meses em um relacionamento abusivo. Eu estou percebendo que tudo na vida evolui, menos você”, escreveu a jornalista em sua postagem de resposta. A partir daí, de acordo com Patrícia, ela passou a ser ameaçada e, inclusive, perseguida por apoiadores do parlamentar. A gota d’água para que ela resolvesse registrar queixa, no entanto, foi o fato de o próprio deputado federal ter começado a ameaçá-la e intimidá-la por meio de mensagens privadas.

Bolsonaro e o PSC guaicuru

Um estranho no ninho em seu próprio partido, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) busca opções, mas seu discurso “assusta” a maioria das agremiações partidárias. Recentemente, seu companheiro de partido no Mato Grosso do Sul, o senador Pedro Chaves, disse que Bolsonaro não está confortável no PSC. “Ele é bastante radical. Representa um segmento da extrema direita. A situação não é confortável, nem para ele e nem para o partido, porque a linha programática do PSC é diferente dessa que ele prega”, afirma o senador sul-mato-grossense. Por outro lado, o deputado estadual Coronel David (PSC) se alinha ao discurso bolsonarista. “Ele representa a renovação na política brasileira, é uma pessoa de pulso firme e intolerante em relação a corrupção. As pessoas estão cansadas de políticos com falsas promessas, por isso o crescimento do Bolsonaro nas pesquisas para presidente”, afirma o parlamentar, que deve acompanhar o deputado fluminense caso este realmente saia do PSC.

Bancada limpa

Cerca de 60% dos senadores são alvos de inquéritos, ações penais ou recursos de condenação em tramitação no STF (Supremo Tribunal Federal). Os três senadores do Mato Grosso do Sul – Simone Tebet (PMDB), Pedro Chaves (PSC) e Waldemir Moka (PMDB) – estão de fora desta lista pouco republicana. O Mato Grosso do Sul, ao lado do Distrito Federal, são as únicas unidades da federação sem nenhum senador acusado ou suspeito de envolvimento em práticas criminosas.

Tudo igual

Dois anos após o lançamento pirotécnico da Operação Lama Asfáltica, nada mudou. Ainda não houve punições e muitas cabeças coroadas continuam atuando como se nada tivesse ocorrido. Algumas até tecem planos para 2018. Até o momento, todos os 180 envolvidos no escândalo mantém-se fora das grades. As únicas exceções foram as rápidas prisões preventivas do ex-secretário estadual de Obras, Edson Giroto, e o do empresário João Alberto Krampe Amorim. Apesar da lei da delação premiada, em vigor desde 2013, o MPE-MS não foi estabeleceu nenhum acordo de colaboração para desvendar o suposto esquema criminoso que corroeu as finanças das administrações públicas no Estado. O único que acabou dançando foi o ex-prefeito de Campo Grande, Gilmar Olarte, que continua adornado com tornozeleira eletrônica.

Sem partido, sem debate, sem ideias

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSC-RJ), rebento do também deputado federal e presidenciável Jair Bolsonaro (PSC-RJ), vem a Campo Grande no próximo dia 14 participar de uma audiência pública sobre o movimento “Escola Sem Partido". O evento contará com a presença dodo idealizador do projeto Escola Sem Partido, Miguel Nagib. Na capital, o projeto já foi rejeitado no último ano na Câmara, e agora passa por uma reformulação, pelas mãos do vereador Vinicius Siqueira (DEM).

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Victor Barone

Jornalista, professor, mestre em Comunicação pela UFMS.


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