19/04/2024 - Edição 540

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Em Auschwitz, papa pede a Deus perdão por crueldade

Publicado em 29/07/2016 12:00 -

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O papa Francisco visitou, nesta sexta (29), o campo de concentração de Auschwitz, na cidade de Oswiecim, na Polônia. Ali, o pontífice rezou silenciosamente em memória a 1,5 milhão de pessoas, a maioria judeus, mortos no local pelos nazistas na Segunda Guerra.

Em seu terceiro dia de viagem à Polônia, onde participa da Jornada Mundial da Juventude, Francisco passou alguns minutos conversando e trocando presentes com 12 sobreviventes do campo, incluindo uma mulher de 101 anos.

Um dos homens deu ao papa uma foto de si mesmo com outros presos em uma beliche, e pediu que ele a assinasse. O pontífice beijou todos os sobreviventes.

Francisco, 79, não fez nenhum pronunciamento enquanto andava pelos corredores escuros do bloco 11 de Auschwitz, que abrigava presos escolhidos para punições especiais.

Em um livro de visitas no local, o papa Francisco escreveu em espanhol: "Senhor, tenha piedade de seu povo. Senhor, perdoe tamanha crueldade".

As forças de ocupação nazistas criaram o campo de Auschwitz-Birkenau durante a Segunda Guerra Mundial em Oswiecim, a cerca de 70 quilômetros da segunda maior cidade polonesa, Cracóvia, no sul do país.

Entre 1940 e 1945, Auschwitz se desenvolveu em um vasto complexo de quartéis, oficinas, câmaras de gás e crematórios. Cerca de 1.1 milhão de prisioneiros morreram em Auschwitz, cerca de 90% deles eram judeus. Cerca de 1 em cada 6 judeus mortos no Holocausto perderam a vida no campo. Outras vítimas do nazismo em Auschwitz incluem 150 mil poloneses, 23 mil romenos, 15 mil prisioneiros soviéticos, 40 testemunhas de jeová, e dezenas de milhares de pessoas de diversas nacionalidades, além de um número desconhecido de homossexuais.

Para em Auschwitz

Com ajudantes usando lanternas para iluminar o caminho, o papa visitou a cela subterrânea onde o monge franciscano Maksymilian Kolbe foi morto após oferecer sua vida para salvar um polonês a quem os funcionários do campo haviam escolhido para morrer de fome.

Em julho de 1941, o diretor do campo, em retaliação à fuga de um dos prisioneiros, sentenciou outros dez à morte por inanição.

Kolbe se ofereceu para morrer no lugar de um deles e foi assassinato por injeção letal, mas o homem a quem salvou sobreviveu à guerra. Ele foi canonizado em 1982 pelo então papa João Paulo 2º, também polonês.

Nesta sexta, quando se completam 75 anos do sacrifício de Kolbe, o pontífice também visitou Birkenau, uma parte do campo onde a maioria dos assassinatos foram cometidos em câmaras de gás.


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