25/04/2024 - Edição 540

Brasil

Exploração sexual de crianças e adolescentes só tem 20% dos casos denunciados

Publicado em 03/12/2015 12:00 -

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Denúncias de exploração sexual de crianças e adolescentes representam apenas 20% desse tipo de violência no Brasil. Essa é a estimativa do governo, segundo o coordenador geral de Proteção à Infância do Ministério do Turismo, Adelino Neto.

“Não temos o número efetivo da exploração sexual. Queremos que as pessoas denunciem mais. As pessoas estão mais conscientes, mas por questões de preconceito e machismo, que ainda existem, muitas pessoas não denunciam”, disse Neto.

O Disque 100, da Secretaria de Direitos Humanos (SDH) da Presidência da República, recebeu no ano passado 5,4 mil denúncias. No primeiro semestre de 2015, as violações contra crianças e adolescentes lideraram as denúncias de direitos humanos.

“Com as Olimpíadas de 2016, teremos um grande fluxo de turistas e queremos tirar das sombras da violência meninos e meninas. Não podemos permitir que existam, por exemplo, pacotes turísticos oferecendo serviços de acompanhantes de crianças e adolescentes. Isso é um absurdo”.

Dados recentes do Instituto de Segurança Pública do Rio, apontam que 70% das vítimas de violência sexual no estado são menores de idade. Para a coordenadora interina do Centro de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Cedeca) no Rio de Janeiro, Priscilla Pires, o turismo sexual no estado ainda é muito grave e os casos aumentam na alta temporada.

“A exploração sexual é velada. É preciso uma campanha maciça de educação, nas escolas, com as famílias, nas praias, na mídia, em locais de maior incidência, no curto, médio e longo prazos”, disse Priscilla, ao ressaltar que, além de conscientizar a população sobre o turismo sexual, é fundamental fortalecer a rede de proteção das crianças e adolescentes. “O sistema de prevenção ainda e muito amador. É preciso mais suporte, com articulação mais integrada, um canal de comunicação maior entre os atores envolvidos. Às vezes, essas pessoas não conseguem se falar e acompanhar a situação”, lamentou.

O Disque 100 funciona 24 horas e a denúncia é anônima. Além do dique 100, foi criado um aplicativo no celular Proteja Brasil que dá localização e o acesso aos equipamentos públicos e serviços sociais de proteção integral dos direitos de crianças e adolescentes brasileiros. Adelino acredita que as ações de enfrentamento aumentaram muito, tanto coercitivas, com apoio policial, como de conscientização e capacitação do setor. “O Brasil está endurecendo o jogo. Temos campanhas e nenhum tipo de exploração de crianças e adolescentes será tolerado no setor de turismo”.


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