Poder
Publicado em 14/03/2014 12:00 -
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Em meio a uma crise entre partidos da base aliada, a presidente Dilma Rousseff anunciou no último dia 13 a nomeação de seis novos ministros no andamento da reforma ministerial para o último ano de seu mandato. A posse dos novos ministros acontecerá na segunda-feira, 17, às 10 horas.
As nomeações acontecem após duas derrotas do Governo na Câmara Federal, capitaneadas pelo “aliado” PMDB. O partido pleiteava aumentar o seu espaço na Esplanada dos Ministérios com as novas indicações mas manteve os ministérios da Agricultura e do Turismo.
A novidade das reformas é, exatamente, a nomeação para o Ministério do Turismo. Dilma resolveu escolher o gerente de assessoria internacional do Sebrae, Vinicius Nobre Lages para a pasta depois que o nome preferido por ela, Ângelo Oswaldo, do PMDB de Minas Gerais, não foi bem recebido pela cúpula do próprio partido. Ele substituirá Gastão Vieira (PMDB-MA), que deixa a pasta para disputar as eleições.
O PMDB manteve também o Ministério da Agricultura, para onde foi nomeado o secretário de Política Agrícola, Neri Geller. Mesmo tendo dito no início da semana que não indicariam nomes para a reforma, os deputados do PMDB aceitaram a escolha da presidente para a pasta. Antônio Andrade (PMDB-MG) deixa o ministério.
PP nas Cidades
Na cota do PP, Dilma nomeou Gilberto Occhi, atual vice-presidente de governo da Caixa Econômica Federal, para o Ministério das Cidades. O partido chegou a aderir ao chamado "blocão" na Câmara, mas desembarcou da iniciativa após ser contemplado pela reforma. Occhi substitui Aguinaldo Ribeiro (PP-PB).
O PT manteve o Ministério do Desenvolvimento Agrário com a indicação do ex-presidente da Petrobras Biocombustível e ex-ministro Miguel Rossetto. Ele entra no lugar de Pepe Vargas (PT-RS). Rossetto foi ministro da pasta durante o governo Lula, de 2003 a 2006.
O PRB também manteve a sua pasta. Eduardo Lopes (PRB-RJ) assumirá o Ministério da Pesca e Agricultura no lugar de Marcelo Crivella (PRB-RJ). Lopes era suplente de Crivella no Senado.
Dilma nomeou ainda o ex-reitor da Universidade de Minas Gerais Clélio Campolina Diniz para o Ministério de Ciência e Tecnologia na lugar de Marco Antônio Raupp.
Reduzindo a tensão
O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, disse hoje que as mudanças ministeriais devem reduzir as tensões entre o governo e o PMDB, maior partido da base aliada.
"Quando você toma uma definição, há pessoas felizes, outras menos felizes. Mas a tensão tende a baixar, eu espero que isso ocorra. Qualquer processo, quando se conclui, ajuda a dar um encaminhamento, a tensão é própria da definição", avaliou.
Segundo o Gilberto carvalho, os peemedebistas contribuíram para a construção do projeto político do governo para o país.
O ministro disse que as disputas internas são parte do "teatro político, mas não podem atrapalhar o andamento de obras e projetos para o país". Segundo ele, "o que conta mesmo é a direção que está indo o governo, quais são as obras e ações que estamos realizando, qual o projeto que estamos construindo, e o projeto continua. É um projeto que está mudando o país. Isso continua acontecendo. O resto tem um pouco de jogo de cena, um pouco do teatro politico, digamos assim, que é natural".
Carvalho disse que o PMDB é mais que um aliado do governo e que o PT "nunca pensou em governar o país com um partido único". Segundo o ministro, os peemedebistas sempre foram "camaradas" e contribuíram para a construção do projeto político do governo para o país, com o vice-presidente Michel Temer e com os vários ministros da legenda que já passaram pelo governo.
"É natural que haja tensões, momentos mais fortes, mais difíceis. A gente tem de ter maturidade e serenidade, como a presidenta teve, para suportar as interpretações, as ondas e contra ondas e no final a gente acaba sempre se acertando", ponderou.
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