20/04/2024 - Edição 540

Artigo da Semana

Hora da humildade

Publicado em 11/06/2015 12:00 -

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É hora de nós, integrantes do PT, termos humildade. Falhamos no combate efetivo à corrupção e precisamos reconhecer isso. É verdade que muitos outros também falharam antes de nós. Entretanto, fomos eleitos para fazer a diferença, e não para permitir a reprodução de práticas inadequadas existentes há décadas no Estado brasileiro.

Governamos o país por mais de 12 anos e apesar dos avanços na transparência que produzimos, não criamos novos mecanismos que protegessem da corrupção na Petrobras, garantindo transparência plena, normas e programa de integridade e impedindo que tão poucos detivessem tanto poder.

Desde 1997 (governo FHC) a Petrobras está fora da Lei de Licitações, o que não justifica nossas limitações. Os partidos não são feitos de anjos, mas de homens e mulheres que têm virtudes e defeitos. É dever do PT apurar e depurar com rigor.

A corrupção foi tema de todos os governos democráticos desde 1985. Sarney, Collor, Itamar, FHC, Lula e Dilma enfrentaram denúncias. A sociedade brasileira mudou e se tornou menos permissiva.

É hora de nós, integrantes do PT, termos humildade. Falhamos no combate efetivo à corrupção e precisamos reconhecer isso.

O tema da corrupção ocupou também os governos democráticos de Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek e João Goulart, e também durante toda a ditadura militar, mesmo que o suposto motivo do golpe tivesse sido acabar com a corrupção.

Muitos, coniventes com episódios similares no passado, usam a crise de maneira oportunista para tentar golpear um mandato conquistado legitimamente por Dilma. Precisamos retomar nossa indignação transformadora, propondo reformas profundas de transparência e ética, e impedir que episódios assim se repitam em qualquer governo.

Hoje a maior preocupação da sociedade é o futuro do Brasil. Comprovamos, com os governos Lula e Dilma, que as teses do desenvolvimentismo estavam corretas. Os ideais de Celso Furtado se tornaram realidade com a inclusão de milhões e a criação de um expressivo mercado de massas. Esse modelo, porém, está esgotado, o Brasil requer uma nova agenda.

É necessário renovar o programa do PT. Nosso ideário nasceu das lutas da década de 70 e, nestes 35 anos, desde a fundação do partido, o Brasil mudou. Devemos aproveitar o 5º Congresso do PT, em Salvador, que começa nesta quinta (11) para renovarmos a agenda partidária. É indispensável ouvir os milhares que votaram no PT e que hoje estão frustrados e desencantados.

O PT precisa ser o partido da igualdade, garantindo, com educação, oportunidades para todos.

O PT precisa ser o partido da radicalização da democracia, trazendo a opinião de todos os cidadãos para o centro da gestão.

O PT precisa ser o partido do Estado empreendedor, focado em resultados, regido por metas e indicadores, baseado no mérito e alavancado em parceria público-privada.

É preciso um novo ciclo para o Brasil, baseado em educação de qualidade, desenvolvimento tecnológico, inovação, redução drástica da burocracia, eficiência da máquina pública, aumento da produtividade, redução da carga tributária e ampliação de investimentos que diminuam o deficit de infraestrutura.

Essa nova agenda só é possível diante dos avanços promovidos por Lula e Dilma. Como um dos maiores partidos de esquerda do mundo, o PT deve ser como a fênix, renovando para devolver esperança a milhões que acreditam em um Brasil mais justo, mais próspero.

Jairo Jorge – Prefeito de Canoas (RS) pelo PT


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