19/04/2024 - Edição 540

Campo Grande

Tarifa de ônibus pode passar de R$ 6 em Campo Grande: petição on-line reúne assinaturas contra o aumento

Publicado em 24/06/2022 12:00 -

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Depois que o Consórcio Guaicurus enviou ao município a solicitação para que a tarifa de ônibus do transporte coletivo de Campo Grande seja reajustada para R$ 6,16, o movimento “Busão tá caro” reúne assinaturas pelo congelamento da tarifa e pela melhoria da qualidade dos serviços prestados. É possível assinar a petição no link.

O movimento ressalta os principais problemas enfrentados pelos usuários do transporte coletivo na capital sul-mato-grossense, como os ônibus atrasados, linhas canceladas e veículos lotados. 

Além disso, o movimento relembra que, em fevereiro deste ano, a Câmara Municipal aprovou perdão de dívidas do Consórcio, isenção do ISSQN e subsídio de R$ 12 milhões ao ano, com a contrapartida de que a empresa faria melhorias na prestação do serviço, o que não tem acontecido.

À frente do movimento “Busão tá caro”, a vereadora Camila Jara (PT) reforça que o contrato do Consórcio Guaicurus com a Prefeitura de Campo Grande tem que ser revisto há muito tempo. “É um contrato de 10 anos, e é claro que nesse intervalo, com todas as mudanças que tivemos, o que foi firmado lá atrás não atende mais. Uma das principais mudanças seria a forma de cobrança por quilômetro rodado, e não mais por número de passageiros como é hoje”, explica. 

A parlamentar está solicitando, ainda, acesso às planilhas de custos do Consórcio, que não têm sido divulgadas.

Greve dos motoristas

No último dia 21, os motoristas de ônibus do Consórcio Guaicurus anunciaram greve e nenhum ônibus rodou na cidade. A suspensão da atividade aconteceu pela falta de pagamento do salário do mês de junho. 

Um acordo feito entre o STTCU-CG (Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo Urbano de Campo Grande) e o Consórcio Guaicurus, mediado pelo TRT 24ª e MPT-MS, determinou que o pagamento do vale de 40% do salário será pago no dia 28 deste mês. 

O serviço de transporte coletivo foi restabelecido na quarta-feira (22).

Após alegar esgotamento de recursos, o Consórcio Guaicurus enviou ao Executivo Municipal a proposta de novo valor na tarifa. Se for aprovado, o novo valor de R$ 6,16 será o valor mais caro cobrado entre as capitais do país.

Câmara e a crise do Transporte Coletivo

Em entrevista ao Jornal Bom Dia MS, da TV Morena – Rede Globo, na manhã de quinta-feira (23), o presidente da Câmara Municipal de Campo Grande, vereador Carlos Augusto Borges, afirmou que a intenção dos vereadores da Capital é ajudar a resolver a crise no transporte público, encontrando uma solução entre todos os gestores envolvidos para que a população não arque com o aumento da passagem. Carlão reforçou que a Comissão Permanente de Transporte Público da Casa de Leis e ele como presidente da Casa estão participando das reuniões para evitar o aumento ou mesmo novas paralisações.

“Nós, vereadores de Campo Grande, estamos do lado do povo. Já no início deste ano, votamos a isenção do ISSQN ao Consórcio e o subsídio para as gratuidades, mas é preciso entender o momento que o país enfrenta com o aumento dos combustíveis. O Consórcio está sendo cobrado para que melhore o serviço oferecido e que não ocorram interrupções, porque esse problema é público, social, trata-se de um serviço essencial. Não impacta somente os motoristas ou uma questão administrativa da empresa Guaicurus. Impacta a cidade inteira, os trabalhadores, estudantes, todos que fazem uso do transporte público, o comércio, atinge a cidade inteira. Não podemos deixar que isso ocorra novamente e muito menos que a passagem aumente, penalizando ainda mais a população que não chegou a ter nem R$60 Reais de aumento no salário mínimo”, ponderou Carlão.

Questionado sobre a abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para apurar irregularidades no contrato com o consórcio do Transporte Coletivo, Carlão falou que é hora de resolver a crise.

“A CPI é instrumento que a Câmara tem para apurar irregularidades e que podemos usar, leva tempo e resulta em uma denúncia ao Ministério Público. Mas quando existe um paciente doente, temos que socorrê-lo para salvar a vida, a investigação sobre o que causou a doença, pode ficar para outro momento. Nossa prioridade agora é contribuir, juntamente com todos os gestores públicos envolvidos, a Prefeitura, o Consórcio, o MP, o Governo do Estado que também ajuda a Capital e tem cerca de 40% dos alunos que recebem a gratuidade, todos nós devemos contribuir para subsidiar essa crise. A Câmara vai votar o que for necessário para não penalizar o usuário. Podemos usar a Cosip, a Câmara economizar e aumentar a devolução que fazemos todos os anos do Duodécimo, temos que encontrar uma saída”, disse o presidente da Câmara.


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