19/03/2024 - Edição 540

Ponte Aérea

Das loucuras do neo-Czar russo

Publicado em 19/05/2022 12:00 - Raphael Tsavkko Garcia

Clique aqui e contribua para um jornalismo livre e financiado pelos seus próprios leitores.

A Finlândia compartilha 1200 km de fronteiras com a Rússia. Pese as bravatas, Putin não irá fazer nada contra o país (ou a Suécia) caso/quando entrem na OTAN – ele declarou posteriormente que "não tem problema" com a entrada desses países na organização.

Oras, mas os Comunisteens, Lulaminions e outras desgraças semelhantes não estavam espalhando que a Rússia não podia tolerar a expansão da OTAN em suas fronteiras? Que a Ucrânia havia ~provocado~ a Rússia ao impor (sic) a presença da OTAN na fronteira russa? Que geopolítica isso e geopolítica aquilo, OTAN malvada, a pobre Rússia só está se defendendo?

Então não era esse o problema?

Porque a Finlândia fica ao lado de São Petersburgo, a segunda maior cidade da Rússia, e do importante porto de submarinos nucleares de Murmansk, no ártico (que tem também suas várias complicações geopolíticas e disputas por acesso e posse das riquezas na região que serão a tona dos próximos anos com o degelo do ártico).

Geopoliticamente a neutralidade da Finlândia é muito mais importante para a Rússia que a da Ucrânia – além de tudo um país que sempre foi muito mais amigável e próximo da Rússia que a Finlândia que, com razão, não quer nem conversa.

Será então que as razões do Putin para invadir e cometer genocídio na Ucrânia não tem nada a ver com a OTAN, mas apenas com os desejos imperialistas de um fascista tresloucado que quer ser chamado de Czar e montar um império sob os escombros de povos que ele acha que são ou deveriam ser subordinados ao povo russo?

Pois é…

LEIA MAIS

CENSURA DO BEM

Qual o sentido de alguém da mídia dar espaço pra um cara que defende censurar a mídia?

Sério, é muita falta de noção.

Daqui já algum tempo surgem vozes na mídia: "nossa, mas de onde veio tanta gente defendendo censura, violência contra jornalistas, nos ameaçando?".

Oras, são cria da própria mídia que dá voz e espaço pra extremistas de direita e esquerda achando que é "entretenimento".

Stalinismo não é entretenimento. Fascismo não é entretenimento. E o filho bastardo de ambos em um trisal com o liberalismo radical americano, o identitarismo, não é entretenimento. São ideologias de ódio que todo democrata, todo defensor dos direitos humanos e todo jornalista deveria denunciar e combater.

Como disse a Madeleine Lacsko no twitter, "Seria interessante citar que o "Youtuber" tem seu próprio séquito de perseguidores de jornalistas e defende violência física contra adversários políticos.

Eu já tacaria na manchete."

Exato.

Se é pra dar espaço que seja deixando claro desde o início o perigo que representa e os absurdos que pensa. Se o jornalismo/jornalista não se preocupar com sua própria existência… Estamos perdidos.

O jornalismo tem normalizado esses malucos, tem medo de levantar a voz. Basta!

Leia outros artigos da coluna: Ponte Aérea

Victor Barone

Jornalista, professor, mestre em Comunicação pela UFMS.


Voltar


Comente sobre essa publicação...

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *