19/04/2024 - Edição 540

Brasil

Em três anos, Bolsonaro leva menos médicos ao povo brasileiro

Publicado em 22/04/2022 12:00 -

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Após três anos do lançamento do “Médicos pelo Brasil”, o governo Bolsonaro anunciou a contratação de 529 médicos que atenderão em 24 estados do Brasil. Para a lembrança de todos, o atual governo apresentou esse programa em 2019 como substituto do programa Mais Médicos, criado em minha gestão no Ministério da Saúde e que proporcionou acesso à saúde a 63 milhões de brasileiros com 18.240 médicos espalhados por 4.058 municípios, sendo 34 distritos indígenas.

A falta de médicos para atendimento nos rincões do país é realidade. E mais médicos ainda precisam estar em cada canto deste país para atender as pessoas que mais precisam.

Após três anos do lançamento do “Médicos pelo Brasil”, o governo Bolsonaro anunciou a contratação de 529 médicos que atenderão em 24 estados do Brasil. Para a lembrança de todos, o atual governo apresentou esse programa em 2019 como substituto do programa Mais Médicos, criado em minha gestão no Ministério da Saúde e que proporcionou acesso à saúde a 63 milhões de brasileiros com 18.240 médicos espalhados por 4.058 municípios, sendo 34 distritos indígenas.

A falta de médicos para atendimento nos rincões do país é realidade. E mais médicos ainda precisam estar em cada canto deste país para atender as pessoas que mais precisam.

A intenção nunca foi destruir ou criar obstáculos no novo programa, como faz Bolsonaro com o Mais Médicos. Mas queremos que médicos cheguem em todos os municípios que precisam. O propósito é desmascarar as mentiras do governo. E assim construir o melhor para o povo, bem diferente do que faz  Bolsonaro.

A decepção é que após três anos do anúncio do programa, ainda na maior tragédia humana que tirou a vida de milhares de brasileiros que é a pandemia da Covid-19, o governo brasileiro anuncia a contratação de apenas 529 médicos. Além disso, cria mentiras absurdas anulando o Mais Médicos, que de acordo com pesquisas tinha 95% de satisfação dos usuários.

Só para vocês terem ideia: o Mais Médicos levou mais de 2,6 mil profissionais médicos para atendimento em diversos municípios do estado de São Paulo. O Médicos pelo Brasil está levando apenas 41. Ou seja, em vez de trabalhar para levar mais profissionais para quem mais precisa, o governo inventa mentiras. E ainda espalha fake news e desqualifica os médicos cubanos.

Bolsonaro mente ao dizer que o Mais Médicos não teve amplo debate nas instâncias constitucionais. Isso porque a lei do programa teve aprovação pelo Congresso Nacional, Superior Tribunal Federal (STF), Tribunal de Contas da União (TCU) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Ou seja, além de bem avaliado pela sociedade, teve aprovação pelos órgãos de controle e pelo Poder Judiciário.

O presidente diz que os médicos serão mais bem remunerados, mas mente quando fala que eles teriam uma carreira de estado, com estabilidade permanente. E também quando falou em contratá-los por CLT, pois na verdade esses médicos receberão uma bolsa federal por dois anos. Só depois serão contratados.

Outra inverdade dita por Bolsonaro é quando ataca os médicos cubanos que atuavam no Mais Médicos. Ele não só ataca os profissionais que abriram mão das suas vidas e convívio com suas famílias para dar dignidade e saúde aos brasileiros, mas também desmerece o profissionalismo alegando que “não sabiam nada de medicina”.

A contratação dos médicos cubanos do Mais Médicos foi objeto de parceria com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), que realizava o pagamento desses profissionais. Então, Bolsonaro mente ao dizer que 80% do salário dos médicos era destinado a Fidel Castro.

Bolsonaro mente ao lançar um programa que contrata 529 médicos mais que na verdade substitui o vínculo dos profissionais que já atuam e cria o programa menos médicos, reduzindo a contratação de médicos, a atenção básica em saúde e a qualidade de vida do povo brasileiro.

Alexandre PadilhaMédico, professor universitário e deputado federal (PT-SP). Foi Ministro da Coordenação Política de Lula e da Saúde de Dilma e Secretário de Saúde na gestão Fernando Haddad na cidade de SP


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