20/04/2024 - Edição 540

Ponte Aérea

A Rússia voltou a ser a União Soviética – só que sem comunismo

Publicado em 15/03/2022 12:00 - Raphael Tsavkko Garcia

Clique aqui e contribua para um jornalismo livre e financiado pelos seus próprios leitores.

A Rússia voltou a ser a União Soviética – só que sem comunismo, apesar das crenças infantis e mesmo doentias de amplas parcelas da esquerda brasileira.

Funcionários públicos FORÇADOS a participar de atos políticos, sendo adestrados por funcionários a dizer o que mandavam, com vergonha de mostrarem a cara, enganados com falsa informação sobre o evento… Assustador.

Mas, o sonho de stalinistas, stalinnials, Bolsominions e Lulaminions e afins que desejam o mesmo para o Brasil.

OS CORNUS DUNS, FOCINHOS DOUTROS

A cada dia que passa eu sinto mais vergonha de ser e me dizer de esquerda.

Não que eu tenha mudado minhas opiniões básicas – não mudei -, mas pela companhia asquerosa de gente que não tem vergonha alguma em aplaudir massacre de civis se isso faz avançar suas agendas (e não faz, mas ok).

Segundo o camarada do print, de um lado temos a Rússia e do outro os… EUA?

Não, é a Ucrânia! Quem está sendo invadida e massacrada é a Ucrânia. As crianças assassinadas são ucranianas. As mulheres estupradas são ucranianas. Absoluto NOJO dessa esquerda, não quero ter qualquer relação com esse lixo pró-Putin, pró-autocrata fascista.

Uma vitória de Putin (que na verdade já perdeu seja qual for o desfecho da guerra) é a vitória da barbárie, da autocracia, do fascismo, do "nacional-bolchevismo".

A esquerda brasileira precisa ser resetada e boa parte ser varrida pra debaixo do tapete porque não tem salvação.

E nem precisa mencionar que o "papo" foi com o camarada do "segundo turno ideal" que também deseja que a China destrua Taiwan e que defende Stálin com unhas e dentes, Breno Altman, uma das figuras mais nefastas da esquerda brasileira.

Se merecem. E depois vão falar em direitos humanos – pra humanos direitos, claro. São idênticos aos bolsominions.

PAPO NO RÁDIO

Minha participação na Rádio Show Time falando sobre Rússia, Ucrânia e fanatismos de esquerda e direita. PS: Eu achei que ia ser só áudio, não lembrava que era também por câmera, já que eu não via nada, haha.

CORAGEM

Marina Ovsyannikova, funcionária da TV Um russa, invadiu o noticiário de maior audiência do país para protestar contra a guerra. Antes, havia feito um vídeo e divulgado nas redes sociais em que dizia que seu pai é ucraniano e que "eles não podem nos colocar todos na cadeia".

No cartaz, as frases "Pare a guerra, não acredite em propaganda, eles estão mentindo para você."

Uma coragem monstruosa, incrível. Ela pode ser presa por 15 anos ou até mesmo sofrer consequências piores. Não faltam denúncias de ativistas presos por protestar de intimidação e torturas. O que Marina fez é incrível, um ato de resistência pacífica que mostra que o discurso único do Kremlin encontra resistência na sociedade russa. Enquanto isso esquerdinha tupiniquim repete como papagaio a propaganda Putinista.

Eu temo pelo destino dela, mas só posso admirá-la e esperar que consiga, no fim, justiça e liberdade para ela, para a Rússia e para a Ucrânia.

Em outro vídeo, postado em suas redes sociais antes dela invadir o estúdio, ela diz: "O que está acontecendo na Ucrânia é um crime, e a Rússia é o agressor. A responsabilidade por esta agressão recai sobre um só homem: Vladimir Putin. Meu pai é ucraniano, minha mãe é russa, e eles nunca foram inimigos. Este colar [mostra que] a Rússia deve acabar com esta guerra fratricida.

Infelizmente, nos últimos anos, tenho trabalhado para o Canal Um. Tenho feito propaganda do Kremlin e tenho muita vergonha – de deixar as pessoas mentirem nas telas de TV e de permitir que o povo russo seja zumbificado.

Não dissemos nada em 2014, quando apenas agora começou. Não protestamos quando o Kremlin envenenou a Navalny. Apenas assistimos silenciosamente a este regime desumano. Agora o mundo inteiro se afastou de nós, e dez gerações de nossos descendentes não vão lavar esta guerra fratricida."

 

Leia outros artigos da coluna: Ponte Aérea

Victor Barone

Jornalista, professor, mestre em Comunicação pela UFMS.


Voltar


Comente sobre essa publicação...

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *