25/04/2024 - Edição 540

Poder

Bolsonaro é principal opção de eleitores de Moro caso ele desista

Publicado em 18/01/2022 12:00 -

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O presidente Jair Bolsonaro (PL) é a principal alternativa apontada pelos eleitores de seu ex-ministro Sergio Moro (Podemos), de acordo com pesquisa Genial Quaest divulgada no último dia 12. E apesar de elencar o combate à corrupção como seu principal tema, Moro conta com apenas 10% das intenções de voto entre os que consideram este o maior problema do país.

Do total dos eleitores de Moro, 22% escolheriam Bolsonaro, 15% optariam por Lula (PT), 11% pelo ex-governador Ciro Gomes (PDT), 7% pelo governador João Doria (PSDB) e pela senadora Simone Tebet (MDB), 3% pelo presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD) e 1% por Felipe D'Ávila (Novo), no primeiro turno, segundo a pesquisa.

Entre os principais candidatos, Moro é o único com eleitores que apontam Jair Bolsonaro como a principal alternativa de voto. Entre os eleitores de Lula, 28% votariam em Ciro; os de Ciro, em Lula (40%); os de Doria, em Lula (25%) e Moro (19%). A margem de erro é de 2 pontos percentuais.

No segundo turno, 36% dos eleitores de Moro votariam em Bolsonaro e 26% em Lula, enquanto 58% dos eleitores de Ciro e 50% dos de Doria escolheriam Lula e 16% e 23%, respectivamente, iriam com Bolsonaro.

A análise sobre a segunda opção é um dado relevante trazido pela pesquisa Quaest considerando que as pré-candidaturas tentam se firmar. Nenhum dos que pleiteiam a disputa ao Palácio do Planalto vai reconhecer que pode desistir da corrida, mas isso deve acontecer com vários nomes.

Há a expectativa, por exemplo, de que, caso não alcance números para se tornar competitivo, Moro busque uma vaga ao Senado Federal. Nesse caso, os votos dele migrariam para outros candidatos, tendo Bolsonaro à frente.

Moro tem só 10% entre os que elegem corrupção maior problema

Apesar de ter escolhido o combate à corrupção como seu principal tema de pré-campanha, Sergio Moro conta com apenas 10% das intenções de voto entre aqueles que consideram este o maior problema do país. Enquanto isso, Bolsonaro recebe 36%, Lula 32%, Ciro 5% e Doria 2%.

Pesquisas não são previsões do futuro, mas retratos do momento. Se a eleição fosse hoje, segundo a Quaest, o ex-presidente Lula poderia vencer no primeiro turno com 45%, seguido por Bolsonaro (23%), Moro (9%), Ciro (5%), Doria (3%), Tebet (1%). Pacheco e D'Ávila não pontuaram. A soma dos concorrentes de Lula é de 41%, o que levaria a um empate no limite da margem de erro.

Na pesquisa de resposta espontânea, que mostra o voto mais consolidado, que está na ponta da língua do eleitor, Lula foi de 23% para 27% entre dezembro e janeiro, enquanto Bolsonaro passou de 15% para 16%, Moro de 2% para 1% e Ciro manteve-se com 1%.

Isso mostra um fortalecimento de Lula, mas também resiliência de Bolsonaro que, apesar das más notícias relacionadas à economia e à pandemia, mantém-se estável junto ao seu eleitorado.

Avaliação positiva de Bolsonaro sobe entre quem recebe Auxílio Brasil

O presidente aposta na força do pagamento do Auxílio Brasil (o antigo Bolsa Família) no valor mínimo de R$ 400 para alavancar sua popularidade entre os mais pobres até a eleição.

A pesquisa Quaest apontou que, entre os eleitores com renda familiar de até dois salários mínimos que recebem o Auxílio Brasil, a avaliação negativa de Bolsonaro caiu de 63%, em novembro, para 53%, em janeiro.

Enquanto isso, a avaliação regular subiu de 22% para 28% e a positiva, de 13% para 17%, no mesmo período.

Na região Nordeste, a avaliação negativa do governo Bolsonaro caiu de 61% em dezembro para 56%, e no Norte, de 50% para 42%. Enquanto isso a desaprovação subiu nas regiões Centro-Oeste (44% para 48%), Sudeste (46% para 49%) e Sul (40% para 48%).

Amadorismo de Moro continua a surpreender seus aliados

Qualquer político minimamente informado sabe de pelo menos duas coisas a respeito de Joaquim Barbosa, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, e o primeiro negro a chegar lá.

Primeira: que a ser candidato, ele só admite disputar a presidência da República, e mesmo assim se satisfeitas todas as condições que estabelecer. Sua vaidade não permite menos do que isso.

Segunda coisa: que ele não gosta e nunca gostou de Sergio Moro. Sempre fez restrições ao comportamento do ex-juiz desde que ele comandava a Operação Lava Jato.

Impossível que Moro não soubesse. Mesmo assim, depois de muito insistir, foi recebido por Barbosa em seu apartamento no Rio. A conversa não foi longa. E, ao final, deu em nada.

Ou melhor: deu. Mal o ex-juiz foi embora, Barbosa confessou a amigos que vê com desconfiança a candidatura de Moro à sucessão do presidente Jair Bolsonaro e suas ligações com militares.

Durante o encontro, Barbosa rejeitou qualquer possibilidade de ser vice de Moro ou de concorrer ao governo do Rio de Janeiro. Foi por cortesia, só por isso, que Barbosa disse ter recebido Moro.

Foi também porque a ida de Moro ao seu apartamento o poria de novo sob a luz dos holofotes, e o ex-ministro do Supremo sente falta do tempo em que os holofotes o iluminavam.

Maldade final de Barbosa, outra prova do amadorismo que orienta as ações de Moro: ele disse achar que o ex-juiz poderá acabar sendo candidato ao Senado.


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