29/03/2024 - Edição 540

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Pets em apartamentos: dicas para promover o bem-estar dos animais em condomínios

Publicado em 01/12/2021 12:00 -

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O processo de urbanização faz com que as pessoas busquem por oportunidades onde elas acontecem, especialmente nas grandes cidades. Com isso, é normal que terrenos para novas construções se tornem mais escassos e acelere a verticalização, principalmente em bairros centrais.

Este fato, somado aos aspectos comportamentais, de segurança e custo de vida nas cidades tornam as moradias mais compactas, visando a praticidade. As taxas de natalidade caem e, em vez de filhos, as famílias agregam cada vez mais animais de estimação, cujo bem-estar já é fator relevante e até determinante na busca por um apartamento.

Dados recentes do Radar Pet 2021, realizado pela Comac, indicaram que o número de pets cresceu cerca de 30% durante a pandemia. E, segundo o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), o gasto médio mensal com cuidados aos pets é de R$ 189. A previsão é que o mercado pet encerre o ano de 2021 com faturamento de R$ 46 bilhões, de acordo com o Instituto Pet Brasil.

Naturalmente, o mercado de construção civil acompanha a evolução do perfil dos moradores e passa a integrar espaços pet em novos condomínios, e agora, além dos espaços comuns, também  são oferecidas estruturas para atividades recreativas  e para cuidados como banho e tosa.

Neste contexto, os “pais de pets” ganham cada vez mais espaço na sociedade, embora ainda exista o pensamento de que o convívio para os animais de estimação é mais difícil em apartamentos, fazendo com que a adaptação ao novo lar e à rotina de pets e tutores sejam decisivos na hora de escolher a nova moradia.

Para o zootecnista Alexandre Rossi, é possível viver bem com o animal em apartamentos mais compactos. "O  entretenimento dentro de casa, com brinquedos e arranhadores,  por exemplo, é fundamental para a rotina dos cães e gatos. No caso dos cachorros, ainda é possível associar as brincadeiras a passeios três ou quatro vezes por dia, para que eles gastem bastante energia", comenta o veterinário, também conhecido como Dr. Pet.

Alexandre explica para  cães maiores há maior restrição nas brincadeiras em pequenos espaços,  sendo necessária a prática de atividades fora de casa. “Nesse momento, o ideal é proporcionar diferentes estímulos para eles: olfativos, visuais e sociais. Apenas brincar de bolinha dentro do apartamento pode não ser o suficiente", explica.

Para os gatos, o zootecnista explica que o ambiente  pode ser moldado com atrativos específicos, até mesmo de forma caseira,  com tubos de PVC e corda enrolada. "Os felinos gostam de lugares altos e, principalmente, das janelas. Por isso, é de suma importância que elas sejam protegidas com rede, até mesmo a varanda. Isso evita que eles caiam ou pulem intencionalmente", indica.

Nos condomínios

Com o crescimento de pets como parte da família, os condomínios já passam a ser preparados com espaços dedicados para recebê-los. De acordo com Renée Silveira, diretora de Incorporação da Plano&Plano, a presença dessas áreas tem influenciado diretamente na decisão de compra.

“Os espaços Pet Place e Pet Agility contribuem, e muito, na escolha do cliente, que busca além da qualidade do empreendimento, diferenciais de lazer e comodidade. Ter uma área exclusiva preparada e equipada para brincar com o pet dentro do condomínio, com total segurança, e outra área com todos os equipamentos para banho, tosa e outros cuidados que o pet necessita, sem sair de casa, nos tempos atuais de violência e assaltos, é um grande benefício aos moradores”, ressalta.  

Ricardo Laham, engenheiro civil e CEO da Vila 11, comenta que as empresas do setor imobiliário precisaram se adaptar ao boom do setor pet, que impactou diversas frentes do mercado e a rotina dos brasileiros. "Percebemos que ao menos 50% de nossos moradores possuem animais de estimação, sendo os cães a maioria. Neste contexto, espaços como o Pet Place passaram a ser essenciais para atender à rotina das famílias, oferecendo comodidade e segurança", comenta.

O engenheiro ressalta que é essencial que o ambiente ofereça toda a infraestrutura necessária aos animais, como espaço para brincadeiras e atividades físicas, não bastando prover um espaço em um local determinado do prédio, sendo uma questão fundamental tratar da saúde e da segurança. “Cuidados como portões de contenção para evitar fugas, porta-saquinho para recolher as necessidades, bebedouros higiênicos, drenagem específica e cuidado com as espécies vegetais", observa o engenheiro.

"Além disso, os espaços precisam contemplar o apoio aos donos, seja com mobiliário externo adequado e Wi-Fi disponíveis para dar ao morador a opção de trabalhar e interagir com os vizinhos ou relaxar enquanto seu pet se distrai", completa Laham.

Cuidados nos espaços compartilhados

Para Alexandre Rossi, os donos precisam ficar alertas para alguns pontos quando se trata dos Pet Places. "Cada animal tem seu comportamento individual, por isso, não recomendo que o dono chegue no espaço e, simplesmente, solte o pet. No convívio entre eles,  é comum ter estranhamentos, brigas ou um deixar o outro mais amedrontado.  Alguns cães também são mais antissociais que outros, nesse caso, a dica é frequentar em horários mais vazios", orienta.

Outra dica importante é que o tutor vá sozinho avaliar o local, somente depois leve o cachorro. "É essencial o tutor entender se há espaço para que o animal fuja, como entre o vão das grades ou por cima, no caso daqueles que costumam escalar. Ter comporta é fundamental para promover a segurança, diminuindo o risco de que o animal saia do espaço. Além disso, prestar atenção nos cachorros que já estão lá antes de soltar o dele", exemplifica.

Convivência com a vizinhança

Antes de oficialmente se mudar para o apartamento, a primeira atitude a ser tomada para quem quer ter um pet  é ficar atento às regras do condomínio e evitar problemas com os vizinhos e com outros animais de diferentes tamanhos, características ou espécies. Respeitar horários, limites de barulho e os ambientes que eles podem frequentar são fundamentais.

"Geralmente, áreas como churrasqueira, piscina, co-working, lavanderia e academia são ambientes mais restritos para os bichos, pensando justamente na proteção e prevenção de acidentes", finaliza Laham.


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