True Colors
Publicado em 26/02/2015 12:00 - Guilherme Cavalcante
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Às vezes me pergunto o que faz de um LGBT, de fato, um LGBT. Penso que não basta ser lésbica, gay, bissexual, travesti, transgênero, interssexual ou queer, acho que é preciso ter orgulho da própria identidade e sexualidade promovendo, por meio da militância, o empoderamento desta luta pela diversidade.
Ao longo desses anos, vejo que o que dá sentido ao conceito de “comunidade”, tal qual a LGBT se propõe, é o ato de compartilhar as reivindicações e ser sensível às necessidades dos outros. Todos nós precisamos compreender a luta de todas as letras que compõem nossa sigla.
Mas para alcançar esse nível de pertencimento, é preciso sair da zona de conforto, da superficialidade na reprodução de manchetes opressoras nas redes sociais, pois todo mundo tem noção de certo e errado. Para ser LGBT de verdade, é preciso saber desconstruir as normatividades e sustentar ideias. E para isso é preciso mergulhar a fundo nos espaços de convivência.
Quem possui uma vida socialmente privilegiada, precisa abandonar a (pseudo) estabilidade e permitir-se ser vulnerável, conhecendo a realidade que é relativizada nos jornais, nos discursos…
Quando comecei a coluna, preciso admitir, não sabia muita coisa além do senso comum. E embora ainda seja extremamente verde, minha imersão neste campo de conhecimento veio por meio da participação de grupos de discussão e das entidades e organizações desligadas do governo que lutem por direitos LGBT. Há um abismo entre meu entendimento das lutas LGBT em 2011 e atualmente.
Campo Grande conta com várias organizações que promovem discussões, ações, vivências e outras atividades que ajudam a compreender qual é a realidade e por que luta a comunidade LGBT. É interessante que nós, militantes, compartilhemos de nossa força e disponibilidade de tempo para conhecer entidades como a ATMS (Associação de Travestis e Transexuais de Mato Grosso do Sul), Rede Apolo (Rede de Homens Gays e Bissexuais de Mato Grosso do Sul) e até mesmo do Fórum LGBT de Mato Grosso do Sul, que reúne várias entidades e que deliberam demandas para o Governo do Estado.
Fora isso, separo algumas sugestões de grupos no Facebook onde as discussões acontecem nas mais diversas profundidades, e que via de regra ajudam-nos à ampliação de horizontes e à desconstrução do senso comum. Seguem as sugestões:
Judith Butler e a Teoria Queer
ABEH – Associação Brasileira de Estudos da Homocultura
Todos Contra a homofobia, a lesbofobia e a transfobia
Boa parte desses grupos tem participação mediada e praticamente todos contam com moderadores que promovem as regras para as discussões. De toda forma, mesmo quem não se sente apto a participar dos debates, pode ser um bom ouvinte. E a partir daí aumentar o repertório para a real compreensão do que é ser LGBT.
Pais e mães de LGBTs em Campo Grande
Tolerância e respeito ao diferente têm ganhado espaço nos lares brasileiros, num contexto onde muito se deve às lutas das militância, que promovem a visibilidade das reivindicações LGBT.
Em Campo Grande, esta realidade ainda em sedimentação alcança um novo estágio com o 1º Encontro de Pais, Mães e Familiares de LGBT, que acontecerá nesta quinta-feira (26), à partir das 19h, no Auditório da Secretaria de Assistência Social de Campo Grande (Rua dos Barbosas, 321, Bairro Amambaí, Campo Grande).
Concebido pela sociedade civil e apoiado por diversas instituições, como a Comissão da Diversidade da OAB-MS, o encontro tem o objetivo de mobilizar pais e mãe contra a homotransfobia, além de proporcionar um espaço para troca de experiências. É um espaço aberto a todas as pessoas que se identifiquem e se interessem pelo tema.
Para saber outras informações, acesse a página do evento no Facebook.
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