20/04/2024 - Edição 540

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PoderData: Governo Bolsonaro é reprovado por 58% dos brasileiros

Publicado em 15/10/2021 12:00 -

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A reprovação ao governo do presidente Jair Bolsonaro chegou a 58% na mais recente pesquisa PoderData divulgada nno último dia 14 pelo site Poder360. O volume representa uma leve melhora na avaliação negativa da atual gestão se comparado com o levantamento anterior, quando a reprovação era de 63%.

A leve melhora também pode ser vista na parcela que avalia positivamente o atual governo, que passou de 31% a 33%, variação dentro da margem de erro de dois pontos percentuais.

A percepção popular do trabalho individual de Bolsonaro também foi medida pelo PoderData. Ao todo, 53% dos brasileiros disseram considerar a atuação do presidente como ‘ruim’ ou ‘péssima’. O volume é cinco pontos percentuais menor do que na pesquisa anterior.

Já quem avalia o trabalho do ex-capitão como ‘ótimo’ ou ‘bom’ soma 29%, superando os 25% da última pesquisa. A opção ‘regular’ foi marcada por 18% dos entrevistados, um aumento de três pontos percentuais.

Esta é a primeira vez em quatro meses que os números indicam alguma melhora na avaliação do presidente e sua equipe.

Mulheres e jovens entre 16 e 24 anos seguem como os grupos que mais desaprovam a atual gestão, com 62% e 80% de reprovação, respectivamente. Entre os homens, a aprovação do governo Bolsonaro é de 41%. A atual gestão também se sai melhor nas camadas de 24 a 44 anos e maiores de 60, quando é avaliado positivamente por 38% e 37%, respectivamente.

Ao todo, foram realizadas 2.500 entrevistas entre os dias 11 e 13 de setembro em todas as unidades da Federação. A margem de erro é de dois pontos percentuais.

Religião

O presidente é considerado ótimo ou bom por 45% dos evangélicos, de acordo com pesquisa PoderData, divulgada nesta quinta-feira 14 pelo site Poder360. Em agosto, a taxa era de 50%.

Já os que consideram o trabalho do ex-capitão ruim ou péssimo somam 37%.

Entre os católicos, segundo o levantamento, Bolsonaro é considerado “ruim” ou “péssimo” por 57%, ante 67% em agosto.

No grupo, os que consideram o presidente ótimo ou bom são 26%. Há dois meses e meio, o número era de 21%.

A pesquisa foi realizada entre os dias 11 e 13 de outubro de 2021. Foram 2.500 entrevistas em 469 municípios nas 27 unidades da Federação. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos.

Datafolha

No último dia 11, pesquisa Datafolha mostrou situação similar à da pesquisa PoderData. O Datafolha mostrou que, faltando um ano para as eleições presidenciais, Bolsonaro é, disparado, o presidente com maior índice de rejeição na comparação com os presidentes que venceram as últimas oito eleições.

Segundo levantamento, 59% dos brasileiros dizem que não votariam de jeito nenhum em Bolsonaro.

O índice de rejeição é 21 pontos maior do que o do ex-presidente Lula, que lidera as pesquisas de intenção de votos – e é rejeitado por 38% dos eleitores.

Os dados confirmam o que parece cada dia mais factível: Bolsonaro não deve se reeleger, caso os números não sejam revertidos. Desde 1989, nunca um presidente eleito teve mais do que um terço de rejeição no eleitorado.

Nas duas disputas eleitorais em que foi eleito, Lula tinha um índice de rejeição em torno de 30% do eleitorado, tanto um ano antes quanto nas proximidades do pleito.

Antes de disputar a eleição em 1989, Fernando Collor de Mello tinha 11% de rejeição. O índice foi aos 30% durante o processo eleitoral.

Em 1994, o tucano Fernando Henrique Cardoso era rejeitado por 12%, chegando a 17% nas proximidades da votação. Quatro anos depois, FHC era rejeitado por 25% e depois por 21% durante o processo que o reelegeu – no único caso em que a queda da rejeição caiu nas proximidades da eleição.

Em 2009, Dilma Rousseff (PT) tinha 21% de rejeição antes e chegou a 27%, índice que foi mantido um ano antes da reeleição, em 2009, e subiu para 33% durante a votação.

Para uma derrota mais do que previsível em 2022, Bolsonaro não irá

Não será surpresa se lá por meados do ano que vem, ou até antes disso, caso conclua que será derrotado ainda no primeiro turno, o presidente Jair Bolsonaro desista de ser candidato à reeleição e indique outro nome. Vai depender de uma porção de coisas, mas impossível não é.

O próprio Bolsonaro tem conversado a respeito com alguns dos seus ministros, seja quando provocado por eles, seja quando lhe dá na veneta. Pelo menos meia dúzia de vezes, do início do ano passado para cá, já admitiu que não nasceu para ser presidente. Queixa-se do excesso de trabalho, logo ele que trabalha tão pouco.

Se isso é uma maneira, a princípio, de reforçar o apoio do núcleo dos seus devotos mais fanáticos e de fazer-se de vítima, mais adiante lhe poderá ser útil para justificar por que não será candidato. O certo é que, para uma derrota mais do que prevista, ele simplesmente não irá. Nada ganharia com isso. A depender…

Bem, a depender, talvez dispute uma vaga de senador pelo Rio de Janeiro, sua principal base eleitoral, ou por outro estado. Bolsonaro descarta passar a faixa presidencial a Lula se ele o suceder. A tarefa caberá ao vice-presidente Hamilton Mourão, se ele ainda estiver ao seu lado. Fará como Donald Trump.


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