25/04/2024 - Edição 540

Comportamento

Agorafobia: entenda o transtorno que pode crescer no pós-pandemia

Publicado em 14/09/2021 12:00 -

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A agorafobia, popularmente conhecida como “medo de sair de casa”, está em evidência há algumas semanas. Interpretada por Amy Adams, a protagonista de A Mulher na Janela — filme da Netflix que estreou em maio — sofre do transtorno. E, segundo especialistas, a pandemia de coronavírus, que já dura 15 meses, também pode intensificar as crises. Estima-se que 150 mil brasileiros sofram desse problema por ano.

Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico das Desordens Mentais (DSM, na sigla em inglês), principal referência da psiquiatria, a agorafobia é um transtorno de ansiedade caracterizado pelo medo de ficar em situações ou locais que possam causar crises de pânico, descontrole ou vergonha. Pode ocorrer tanto em lugares públicos e abertos quanto em locais fechados. Por isso, indivíduos que sofrem de agorafobia costumam viver reclusos em casa, em um ambiente controlado.

O termo vem do grego “ágora”, que eram os locais públicos onde os cidadãos se reuniam em assembleia, e “fobia”, que significa medo. Sua origem vem da concepção de que as pessoas que sofrem do transtorno têm medo de sair de casa, o que é um pouco impreciso.

Saiba mais sobre a condição:

Sintomas

Os sintomas de agorafobia estão muito relacionados a crises de ansiedade e ataque de pânico. Envolvem ansiedade súbita, medo intenso, aceleração dos batimentos cardíacos, tontura, formigamento, falta de ar, náusea, entre outros.

Manifestações

Como mencionado, é imprecisa a ideia de que a agorafobia é simplesmente o medo de sair de casa. Na verdade, ela pode ocorrer tanto em lugares públicos e ao ar livre, como praças, parques, ruas; quanto em locais fechados, como transporte público, shoppings, mercados.

Basicamente, ela ocorre sempre que o indivíduo se vê em uma situação de impotência, em que ninguém conseguirá lhe ajudar caso sofra com um ataque de pânico. Por isso, há pessoas que têm crises até mesmo dentro de casa, quando estão sozinhas.

Causas

Não há uma causa exata. Muitos casos têm relação a crises anteriores de síndrome de pânico, em que a pessoa esteve em uma situação tão vulnerável que acabou se traumatizando. Assim, surge o medo desproporcional de que ela tenha um ataque novamente e ninguém possa lhe ajudar.

Por isso, há um receio de que as manifestações de agorafobia se intensifiquem no pós-pandemia, uma vez que o temor de se contaminar com a Covid-19 em locais públicos pode acionar uma crise de pânico, por exemplo. Estima-se que cerca de 30% a 50% das pessoas com agorafobia também sofram de pânico.

Tratamento

O principal tratamento para a agorafobia é a psicoterapia, em que o terapeuta ajuda o paciente a se comportar de outra maneira e aprender novas habilidades que o permitam controlar o medo em situações incômodas. Uma das mais utilizadas é a Terapia Cognitivo Comportamental (TCC). Também podem ser receitadas medicações, principalmente ansiolíticos, sedativos e inibidores seletivos de recaptação da serotonina. Mas isso depende de cada caso e da orientação de um psiquiatra especialista.


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