24/04/2024 - Edição 540

Entrevista

Candidato ao Governo pela Rede, prof. André Luis aposta na tecnologia para modernizar o Estado

Publicado em 24/08/2021 12:00 -

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O médico veterinário e advogado André Luis Soares da Fonseca é conhecido por sua luta pela causa animal e pelo direito do tratamento de animais com leishmaniose. Nas últimas eleições, foi eleito vereador por Campo Grande. Professor da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul desde 1991, André é pré-candidato ao Governo do Estado pela Rede Solidariedade. Um de seus principais focos de campanha será a modernização tecnológica do Estado, o desenvolvimento sustentável, a proteção ao meio ambiente, e a prioridade à saúde, à educação e à segurança. Confira a entrevista.

 

Como o senhor analisa o cenário político nacional após dois anos de bolsonarismo?

De uma maneira muito crítica. Eu vejo como positivas algumas intervenções do Governo Bolsonaro, como na área de infraestrutura. Mas, nas demais, eu vejo uma perda, uma fragilidade muito grande, muito preocupante para a estabilidade social e política do país.

O senhor crê que há ameaças reais contra a democracia e a realização das eleições do ano que vem?

Eu vejo com preocupação e como um risco a ruptura política no Brasil. Essa administração está levando a uma polarização sem precedentes e que não traz benefício nenhum, nem à sociedade, nem ao próprio governo.

O senhor é pré-candidato ao Governo do Estado? Como surgiu a pré-candidatura?

Sim, nós somos pré-candidatos a governador e isso veio da nossa preocupação em acelerar o crescimento sustentável do nosso estado, tanto na questão da agricultura de ponta, como do meio ambiente sustentável. Nós entendemos que não são coisas díspares, são coisas que têm que andar juntas, são simbióticas. Tenho a preocupação de trazer tecnologia de ponta para o estado, tanto na área de educação, de produção e no comércio.

Quais suas principais propostas de campanha?

Quanto à questão das propostas de trabalho, nós ainda estamos elaborando, mas elas vão ser focadas no desenvolvimento sustentável, na proteção ao meio ambiente, na prioridade absoluta à saúde, à educação, e à segurança, mas, usando tecnologias e metodologias de ponta. Procurar colaboração externa nos EUA, na Europa, para novas tecnologias, e fazer realmente com que a máquina administrativa seja altamente produtiva, através do incentivo ao servidor público e da plena capacitação dos servidores.

O senhor é conhecido como um ativista da causa animal, que peso isso terá em sua campanha?

A questão ambiental, hoje, está arraigada não só nas discussões sobre agricultura sustentável, mas em todos os aspectos da qualidade de vida das cidades, do meio ambiente, da saúde mental… Tudo isso hoje passa pelas questões ambientais. Nós precisamos implementar atividades ambientais sérias e sustentáveis. Eu não entendo e não vejo incompatibilidade em meio ambiente e produção agrícola, por exemplo. Na verdade, eu entendo que as duas têm que caminhar juntas. Então, nós vamos focar muito, principalmente, na parte de tecnologia: tecnologia do comércio, da indústria, da agricultura, na formação de uma estrutura básica de logística, de infraestrutura de comércio, de transportes… Isso é muito importante. E também, com muita importância, na questão da educação. Nós gostaríamos de implementar, já, atividades pioneiras na educação. Nós achamos, por exemplo, que deveria ter um streaming, um canal de educação, como forma de reforço escolar, educação em tempo integral de qualidade, qualificação e boa remuneração do servidor público, aplicação de tecnologias de ponta em todas as áreas em que o estado puder intervir.

Qual seu arco de aliança preferencial no primeiro turno?

Em caso de aliança, no primeiro turno, necessariamente nós vamos polarizar com os partidos que dividem os mesmos ideais nossos, de respeito às diversidades, de respeito ao meio ambiente, à pluralidade política… [As alianças ocorrerão], muito provavelmente, com os partidos mais alinhados, de centro-esquerda, que são a tendência natural da nossa Rede Sustentabilidade, focado principalmente na qualidade de vida do ser humano e, principalmente, em questões sociais. A gente acha fundamental o desenvolvimento do estado, mas também a participação do cidadão, o respeito ao cidadão. Eu acho importante o estado intervir na economia, no sentido de garantir ao rico o direito de ser rico, mas ao pobre o direito de não ser pobre.

Mato Grosso do Sul foi um dos Estados que mais votos deu a Bolsonaro. Somos um Estado eminentemente conservador?

Sim, eu entendo que o estado de Mato Grosso do Sul é um estado bastante conservador. Mas, eu entendo, também, que a evolução do pensamento, nas tecnologias, tem feito o estado se modernizar mais e poder evoluir, inclusive, em conceitos. Acho uma coisa importante, e é nisso que vamos trabalhar, essa necessidade da evolução tecnológica e de conceitos. E eu acho que é uma maneira diferente de pensar e que vai trazer grande progresso para o estado, de uma maneira em geral.

O senhor crê que este cenário possa ser revertido nas eleições do ano que vem?

Sim, eu entendo que o Estado de Mato Grosso do Sul é conservador e que para as próximas eleições vamos ter uma boa evolução. Esse conservadorismo eu entendo que é mais um medo de mudar de paradigmas. Acho que isso, com o tempo, vai passar, com a evolução do pensamento humano, das tecnologias, das mídias… Novas tecnologias vão quebrar esses paradigmas e o estado vai ter uma evolução muito grande nas próximas eleições.

Como o senhor analisa o estado de Mato Grosso do Sul, hoje?

Olha, eu entendo que hoje Mato Grosso do Sul tem um estágio intermediário dentro da Federação Brasileira em termos de importância. Mas, pela localização dele, pela estrutura geográfica, tem um imenso potencial. Nós temos que aplicar mais tecnologia, mais conhecimento aplicado, tecnologia de ponta, para ampliar a importância do nosso estado, que tem uma vocação para turismo, comércio e indústria muito grande. Acho que, com planejamento, com boa política de estado, a gente vai conseguir fazer uma boa evolução de maneira geral, tanto na melhoria das condições do comércio, da indústria, da agricultura, como, também, da educação.

O que faria de diferente caso fosse governador?

A nossa primeira proposta como governador é modernizar o estado. A primeira coisa é contratar uma consultoria para organizar fisicamente o estado, ver quais das secretarias e subsecretarias são realmente importantes, para poder organizar estruturalmente o estado e diminuir o número de comissionados, aumentar o número de concursos públicos, qualificar os servidores públicos e trazer tecnologia de ponta para o estado. Conversar com as partes interessadas, melhoras sensivelmente a educação do estado, a logística de rodovias e ferrovias no estado… Trabalhar junto, e ouvindo, sempre, setores do turismo – que é uma vocação natural do estado -, do comércio, da indústria, para trazer modernidade ao estado, mas, sempre, conversando com as áreas que detêm essa expertise, para fazer um projeto de baixo para cima, e não de cima para baixo. Um projeto em que a sociedade, ativamente, participe. E, basicamente, intervir socialmente para, novamente, fazer com que o rico tenha direito de ser mais rico e o pobre tenha direito a não ser pobre.

Quer deixar uma mensagem ao eleitor?

Bom, para finalizar, eu entendo que o estado de Mato Grosso do Sul é um estado que tem um imenso potencial de crescimento. Para isso, nós precisamos simplesmente de boa gestão. Muitas vezes, a falta de dinheiro é suprida com uma boa gestão. Acredito que o estado tem que intervir para facilitar o trabalho na iniciativa privada, ele tem que instrumentalizar, tem que dar estrutura básica, tem que dar logística, e tem que dar educação de qualidade – que é a base de crescimento de qualquer grande nação, de qualquer grande povo. Então, educação de qualidade, parceria do estado com a iniciativa privada – de forma que o estado possa subsidiar o crescimento da iniciativa privada, dando uma boa infraestrutura.


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