23/04/2024 - Edição 540

Mato Grosso do Sul

1° semana de agosto mostra queda de 48% nas mortes por Covid em relação a julho

Publicado em 06/08/2021 12:00 -

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A primeira semana de agosto mostra uma queda de 48% no número de mortes por Covid-19 em Mato Grosso do Sul, na comparação com o mesmo período de julho. Também houve redução de 22% nos casos confirmados da doença e diminuição de 30% em relação aos pacientes internados.

O Boletim divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde (SES) mostra que nestes seis primeiros dias de agosto teve 59 mortes em função da Covid, contra 115 óbitos no mesmo período de julho, queda de 48%. Já o número de casos nesta semana foi de 3.017 e no mês passado 3.912.

O número de pacientes internados em 6 de agosto é de 481 no Estado, enquanto em 6 de julho era 694, uma redução de 30%. Outro dado importante é sobre as pessoas que estão em isolamento devido a infecção com o vírus: agora são 3.973 e no mês passado, no mesmo período, eram 7.113.

A taxa de ocupação de leitos de UTI SUS também reduziu nesta comparação, já que agora está em 78% na macrorregião de Campo Grande, 56% em Dourados, 53% em Três Lagoas e 59% na região de Corumbá. Em julho estes percentuais estavam em 87% (Campo Grande), 75% (Dourados), 78% (Três Lagoas) e 74% (Corumbá).

Para os especialistas, a queda nos indicadores da Covid-19 tem relação direta com o aumento da vacinação no Estado, que se trata inclusive de um cenário em todo o Brasil. “É o principal fator (vacinação), até porque outras medidas como distanciamento e uso de máscaras foram um pouco banalizadas pela população”, descreveu a médica infectologista, Mariana Croda.

Vacinação

Mato Grosso do Sul segue como destaque na vacinação no Brasil, estando nas primeiras colocações no ranking nacional tanto na primeira como na aplicação da segunda dose. Um dos fatores é a eficiência da logística do Estado, que distribui os imunizantes em menos de 12 horas aos 79 municípios.

De acordo com o “Vacinômetro”  60,49% da população do Estado já tomou a primeira dose e dose única (Janssen) e este percentual chega a 81,63% se contar o público acima de 18 anos. Já a segunda dose foi disponibilizada a 34,21% da população. Ao todo já foram aplicadas 2.429.234 vacinas em Mato Grosso do Sul.

Desde o início da imunização o governador Reinaldo Azambuja convocou “mutirões” nos municípios para ampliação da vacinação, ressaltando que “lugar de vacina era no braço e não na geladeira”. Também incentivou a população a completar o ciclo (imunização), procurando as unidades de saúde para tomar a segunda dose.

População indígena

Mato Grosso do Sul já atingiu a chamada “imunidade coletiva” da população indígena frente à pandemia da Covid-19. Até o último dia 31 de julho, de um público vacinável estimado em 46.180 pessoas que residem nas aldeias, 98,16% receberam a primeira dose e 83,16% a segunda, de acordo com dados do painel Vacinômetro-MS, da Secretaria Estadual de Saúde (SES).

Levantamento realizado pela SES aponta que a imunização possibilitou uma queda acentuada no registro de infecções na população indígena e no número de óbitos nas últimas semanas. O estudo comprova que de janeiro a julho deste ano, houve uma queda de 72,11% nos casos e de 43,61% nos óbitos.

“Como resultado da vacinação, há 15 dias estamos sem ocorrência de mortes por Covid nas aldeias indígenas sul-mato-grossenses”, aponta o secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende. Segundo ele, no último mês de julho houve quatro óbitos, entre eles dois de indígenas que se recusaram a tomar a vacina.

O levantamento da SES registra que das 83.375 doses da vacina enviadas para a comunidade indígena, 76.507 foram aplicadas nos municípios de Amambai, Anastácio, Antônio João, Aquidauana, Aral Moreira, Bela Vista, Brasilândia, Caarapó, Coronel Sapucaia, Corumbá, Dois Irmãos do Buriti, Douradina, Dourados, Eldorado, Guia Lopes da Laguna, Iguatemi, Japorã, Juti, Laguna Caarapã, Maracaju, Miranda, Naviraí, Nioaque, Paranhos, Ponta Porã, Porto Murtinho, Rio Brilhante, Sete Quedas, Sidrolândia e Tacuru.

Das 30 cidades que abrigam aldeias, apenas Coronel Sapucaia, Anastácio, Nioaque, Porto Murtinho, Maracaju, Douradina, Dourados e Rio Brilhante não atingiram o índice de 80% de indígenas completamente imunizados, ou seja, que já receberam a segunda dose da vacina contra a Covid-19.

Ações

Além da campanha de vacinação, o Governo do Estado, por meio da Secretaria Estadual de Saúde, adotou diversas ações de prevenção e combate à pandemia dentro das aldeias. Uma delas foi a implantação, em parceria com o Distrito Sanitário Indígena (DSEI-MS), do Programa Vigilância Sentinela Indígena.

“Esse projeto possibilitou a ampliação de acesso ao diagnóstico, tratamento e medidas preventivas ao coronavírus como testagem e monitoramento dos resultados, treinamento em coleta de Swab pelas equipes assistenciais dos Polos, fornecimento de medicamentos, testes rápidos, frascos de álcool 70% e demais insumos”, avalia o secretário Geraldo Resende.

O programa também desenvolveu ações como capacitação das equipes de saúde indígena para o manejo da infecção, vigilância e fluxos assistenciais com utilização de ferramentas de Telessaúde e Teleconsultoria nas diversas esferas da assistência e vigilância.

A primeira unidade sentinela iniciou as atividades em maio do ano passado no Polo Base Dourados, cujo trabalho se estendeu em seguida para as comunidades de Amambai, Caarapó, Aquidauana, Paranhos, Tacuru, Japorã, Miranda, Sidrolândia.

A Secretaria Estadual de Saúde também teve forte atuação junto à comunidade indígena de Aquidauana, em parceria com a Prefeitura e o DSEI-MS, após surto de casos e óbitos naquele município em julho do ano passado, com ampliação do atendimento médico e realização de testagem e treinamentos nas aldeias do Distrito de Taunay para auxiliar na identificação de casos suspeitos de Covid-19.

Outra ação que teve grande impacto na conquista dos resultados positivos de vacinação nas aldeias, foi a chamada “busca ativa”. Entre os dias 2 e 18 de julho, a SES cedeu diversos veículos para as equipes de vacinação, que visitaram os indígenas de casa em casa, explicando a importância da imunização e aplicando as doses no próprio local.

Covid entre indígenas

No geral, do início da pandemia até o último dia 31 de julho, Mato Grosso do Sul havia registrado 357.373 casos confirmados de Covid-19 e um total de 8.938 óbitos pela doença. Entre os indígenas os números de casos chegaram a 6.108 confirmações e 147 óbitos.

O primeiro caso confirmado de Covid-19 em aldeia indígena do Estado foi comunicado em 13 de maio do ano passado, ocorrido em Dourados. E o primeiro óbito na população indígena em terras homologadas ocorreu também em Dourados, sendo ambos da etnia Guarani-Kaiowá.

Desde o início da campanha de vacinação nas comunidades indígenas sul-mato-grossenses, houve 43 óbitos por Covid-19, sendo, 23 em contexto urbano (53%) e 20 em territórios indígenas (47%). Das mortes, 95% ocorreram mesmo com hospitalização e 5% sem assistência médica.

“O avanço da vacinação na população indígena e população geral do Estado com esquema vacinal completo e que receberam primeira dose, tem como consequência direta na melhoria do quadro pandêmico que agora estamos comemorando”, conclui o secretário Geraldo Resende.


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