28/03/2024 - Edição 540

True Colors

5 pontos que mostram por que precisamos avançar nos direitos LGBTQIA+

Publicado em 30/06/2021 12:00 - Marília Marasciulo - Galileu

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No dia 28 de junho de 1969, em Nova York, membros da comunidade LGBTQIA+ protestaram contra a repressão policial em um bar. Conhecida como Revolta de Stonewall, a data passou a marcar o dia do orgulho LGBTQIA+  — e todo o mês de junho se tornou um período para festejar os avanços sociais e refletir sobre as dificuldades vivenciadas pelas pessoas LGBTQIA+. Mas muito ainda precisa ser feito no mundo para garantir igualdade, representatividade, segurança e liberdade para essa população.

Conheça 5 pontos que mostram por que precisamos avançar nos direitos LGBTQIA+:

1. Preconceito
Embora a sociedade tenha visto avanços em pautas de diversidade nos últimos anos, a percepção do público LGBTQIA+ sobre preconceito ainda é de que ele é predominante. Na pesquisa Oldiversity, conduzida pelo Grupo Croma, empresa brasileira especialista em design e inovação, 53% das pessoas LGBTQIA+ disseram ter sofrido algum tipo de discriminação por sua orientação sexual. E 73% afirmaram que o atual governo influenciou um aumento no preconceito.

2. Violência
Preconceito muitas vezes culmina em violência física e mortes. Segundo um levantamento do Grupo Gay Bahia, 237 pessoas LGBTQIA+ tiveram morte violenta no Brasil em 2020 (entre homicídios e suicídios). A sondagem é realizada desde 1980, e revela uma diminuição de 28% nas mortes em comparação com o ano anterior. Além disso, em 2020 o Brasil foi pelo 12º ano consecutivo o país em que mais transsexuais são assassinados no mundo. De acordo com o Trans Murder Monitoring (Observatório de Assassinatos Trans), o país conquistou a posição ainda nos primeiros 9 meses do ano, com 124 mortes.

3. Perseguição
Em termos de direitos LGBTQIA+, o mundo ainda está bastante dividido entre Ocidente e Oriente. No Ocidente, os avanços são mais perceptíveis, com a maioria dos países já reconhecendo o casamento igualitário, por exemplo. Já no Oriente, predomina a perseguição de Estado. Na Rússia, por exemplo, gays sofrem com restrições à liberdade de expressão. Na Arábia Saudita, os LGBTQIA+ são penalizados com multa, açoitamento, castração química e até mesmo pena de morte. Isso se repete principalmente em países que obedecem à Lei Islâmica da Sharia, como Líbia, Somália, Paquistão e Catar.

4. Desigualdade no trabalho
A discriminação também aparece no mercado de trabalho. Segundo a Oldiversity, 75% dos entrevistados afirmaram que as empresas têm preconceito em contratar profissionais LGBTQIA+. Já uma pesquisa feita pela rede social LinkedIn em 2019 com seus usuários mostrou que 50% dos profissionais homossexuais já assumiram sua orientação sexual abertamente no trabalho. A sondagem também abordou o cargo dos profissionais: 13% disseram ocupar ou ter ocupado um cargo de direção, 15% cargos de coordenação e gestão e 54% cargos de entrada.

5. Representatividade
Um fenômeno recente foi que várias marcas adotaram em seus perfis de redes sociais a bandeira arco-íris no mês de junho, em alusão ao Orgulho LGBTQIA+. Mas essa tendência não se reflete em representatividade na publicidade como um todo. É o que mostra a pesquisa TODXS, que desde 2015 analisou mais de 22.253 inserções de TV e 5.769 posts de Facebook para mapear representatividade de gênero, raça, faixa etária, PCDs e LGBTQIA+s. Apenas 1,3% das pessoas presentes nas inserções eram parte deste último grupo.

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Victor Barone

Jornalista, professor, mestre em Comunicação pela UFMS.


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