19/04/2024 - Edição 540

True Colors

Profissionais LGBTQ sofrem mais exclusão em carreiras ligadas à ciência e tecnologia

Publicado em 10/03/2021 12:00 - Marília Marasciulo - Galileu

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Um estudo liderado por cientistas da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, revelou que profissionais LGBTQ em carreiras nas áreas de STEM (sigla em inglês para ciência, tecnologia, engenharia e matemática) sofrem mais limitações, exclusão social e assédio do que seus pares. Eles também são menos valorizados quanto a seus trabalhos científicos e conhecimento técnico.

Publicado na revista Science Advances em janeiro, o estudo mostrou ainda que trabalhadores LGBTQ relatam mais dificuldades com a saúde, bem como maiores intenções de deixar a área e se demitir, o que não é explicado por diferenças em treinamento, experiência e dedicação ao ofício.

Nas décadas recentes, os esforços para aumentar a diversidade nas áreas STEM se intensificaram na tentativa de mudar a dinâmica de profissões dominadas por homens brancos. Estudos anteriores documentaram a desigualdade baseada em raça e gênero, mas a nova pesquisa analisou especificamente a experiência de profissionais LGBTQ. 

Segundo os autores, determinar se profissionais LGBTQ encontram desvantagens sistêmicas nas áreas STEM é importante não só para mapear por completo o cenário de desigualdade demográfica nessas carreiras, mas também para identificar os pontos nos quais essas profissões falham em alcançar seus ideais meritocráticos.

Eles avaliaram dados de sociedades STEM com cerca de 25 mil membros, incluindo mil indivíduos que se identificaram como lésbicas, gays, bissexuais, transgênero ou outros. Os sociólogos Erin Cech, da Universidade de Michigan, e Tom Waidzunas, da Universidade de Temple, examinaram as desigualdades em cinco dimensões: oportunidades de carreira, desvalorização profissional, exclusão social, dificuldades com saúde e bem-estar e intenções de abandonar a carreira.

Os profissionais LGBTQ têm menos oportunidades de desenvolver seus talentos do que seus pares não LGBTQ, além de menos acesso a recursos necessários para desempenhar seus trabalhos. Quando se sentem ameaçados, sentem menos segurança em denunciar por medo de retaliação.

Cerca de 20% dos profissionais LGBTQ disseram que se sentem desvalorizados em relação ao seu conhecimento, mesmo tendo níveis semelhantes de experiência e educação que seus colegas não LGBTQ. Um terço dos respondentes relataram se sentir excluídos, e 30% sofreram algum tipo de assédio no ambiente de trabalho por sua orientação sexual e/ou identidade de gênero.

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Victor Barone

Jornalista, professor, mestre em Comunicação pela UFMS.


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