19/04/2024 - Edição 540

Campo Grande

Escolas da Reme passam por nova desinfecção para evitar a disseminação da Covid-19

Publicado em 05/03/2021 12:00 -

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As escolas da Rede Municipal de Ensino (Reme) passam por nova desinfecção, uma das ações desenvolvidas pela Secretaria Municipal de Educação (Semed), para evitar a disseminação da Covid-19 e atender aos protocolos de biossegurança. A ação também faz parte do plano de retorno das aulas híbridas, com atividades remotas e presenciais, com vistas a diminuir a aglomeração de pessoas nas unidades.

O Decreto n. 14.613, publicado no Diogrande em 4 de fevereiro deste ano, prorrogou o prazo de suspensão das aulas presenciais em todas as unidades da Reme, até o dia 1° de julho de 2021, porém, caso a situação pandêmica permita, as aulas poderão ser retomadas ainda no primeiro semestre.

Para a desinfecção e limpeza das áreas internas e externas das escolas é utilizado produto específico recomendado pelas autoridades de vigilância sanitária, eficaz na eliminação do novo coronavírus. Todo o trabalho é feito com máquinas de aplicação rápida e os agentes que atuam na desinfecção também estão devidamente protegidos com EPIs.

O serviço começou no último dia 3, na Escola Municipal de Educação Infantil Coração de Maria, no Bairro Coronel Antonino. As Emeis Clebe Brazil Ferreira (Jardim Itamaracá), Tupinambás (Jardim São Lourenço), Georgina Ramires da Silva e Vó Fina (ambas na Vila Santo Eugênio), além da Escola Municipal Antônio José Paniago (Jardim Itamaracá) também passaram por desinfecção. A previsão é de que 53 unidades da Reme sejam higienizadas nos próximos 15 dias.

“Nossa preocupação é com os servidores que estão trabalhando normalmente nas unidades, atendendo aos pais e aos responsáveis pelos nossos alunos, para entregarem as atividades que devem ser desenvolvidas em casa, além dos kits de merenda e de materiais escolares”, explicou a secretária Municipal de Educação, Elza Fernandes.

Com o início da entrega dos kits de merenda e de materiais escolares, desde o início desta semana, o fluxo de pessoas nas unidades deve aumentar, já que a retirada dos benefícios devem ser feita pelos responsáveis na escola onde o aluno está matriculado. “Estamos agindo de forma preventiva para proteger a todos. Pedimos para que as famílias aguardem o contato da escola, que irá agendar a retirada dos kits, de forma ordenada, para não causar aglomerações”, afirmou o superintendente de Gestão Administrativa, Financeira e de Convênios da Semed, Walter Pereira.

Desde o início do ano letivo, no dia 8 de fevereiro deste ano, mesmo com as aulas presenciais suspensas e com as atividades remotas – por meio dos cadernos de atividades, com uso de tecnologia (aplicativos) e da Rádio e TV Reme (transmitida pelo canal 4.2 da TVE) -, todas as unidades da Reme estão abertas para atenderem à comunidade escolar, no período da manhã, das 7h30 às 13h30, e no período da tarde, das 13h30 às 17h30, os servidores realizam trabalho interno, especialmente de limpeza.

Em pouco mais de três meses esta é a segunda ação de desinfecção das escolas da Reme, realizada pela Secretaria Municipal de Educação. A primeira ocorreu em novembro de 2020, logo depois do período eleitoral, nas unidades que foram locais de votação. A Semed, na Vila Margarida, também passou pela segunda desinfecção esta semana.

Vereadores debatem o retorno às aulas

O retorno das atividades educacionais presenciais foi um dos temas discutidos na Câmara Municipal de Campo Grande, na quinta-feira (04). Na Palavra Livre, os vereadores divergiram sobre a questão, no entanto, concordam que os professores, administrativos e estudantes devem ser preservados.

“Quem pagará a conta do distanciamento cognitivo do aluno da rede privada e do aluno da rede pública? O aluno da rede privada está sendo atendido, e o da rede pública, prejudicado. Não podemos ignorar isso. Se já era difícil o filho do pobre entrar nos cursos, agora piorou. Quem pode garantir a eficiência do ensino remoto? Sou professor e não acredito nessa eficiência. Como alfabetiza uma criança à distância? Quem pode garantir que, até julho, os professores e administrativos estarão imunizados? Temos que levar uma discussão séria dentro da ciência”, disse o vereador Prof. Juari, que iniciou o debate.

A volta presencial das aulas já foi discutida na Câmara. No dia 9 de fevereiro, a Casa de Leis promoveu reunião sobre o tema, com a presença da secretária municipal de Educação, Elza Fernandes. Ela esclareceu que as aulas seguem de maneira remota, mas acrescentou que a Secretaria já está fazendo o planejamento para o retorno de forma híbrida (parte da turma no ensino presencial e parte no on-line) antes do dia 1º de julho, atendendo as normas de biossegurança.  

Já no último dia 23, o presidente da ACP (Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da Educação Pública), Lucílio Souza Nobre, fez uso da Tribuna e demonstrou preocupação com o retorno das atividades. Para ele, a categoria deve ser vacinada antes do retorno às aulas para evitar um novo surto da Covid-19.

Segundo o vereador Valdir Gomes, as unidades públicas de ensino não têm condições estruturais de receber aulas presenciais sem a vacinação. “Não há condições de comparar [com a rede privada]. Há EMEIs que não têm janela, com 40 crianças juntas. Como faremos isso numa pandemia? O que precisa, não sei de que forma, é vacina. Chega um pouquinho [de vacina] que não dá nem para os idosos. Quem vai pagar a vida?”, questionou.

Mesma linha de raciocínio tem o vereador Prof. Riverton. “A realidade das escolas municipais é diferente das privadas. Quem vai pagar pelo prejuízo cognitivo na vida das crianças? Nós vamos recuperar, sim, pois nossos profissionais são capacitados. Eles estão fazendo com que o ensino chegue nas casas dos alunos”, analisou.

Em sua fala, o vereador Tiago Vargas afirmou que todos os vereadores são favoráveis à educação. “Queremos que as pessoas retornem, sim, às aulas, mas com cuidado e segurança a todos os profissionais da educação. Ou, quem vai pagar a conta, é a população”, finalizou.


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