24/04/2024 - Edição 540

Eles em Nós

Foi goleada

Publicado em 11/11/2020 12:00 - Idelber Avelar

Clique aqui e contribua para um jornalismo livre e financiado pelos seus próprios leitores.

Para esclarecer quem ainda está confuso:

Não existe, lendo esta página, creio, ninguém que acredite na lorota de Trump, de que sua derrota foi "roubada". Mas ainda há pessoas que não sabem que NÃO FOI APERTADO. Goleada, landslide mesmo, não foi. Mas apertado também não foi.

No voto popular, foi a maior diferença de um candidato sobre o outro em todo o século XXI, com a exceção dos 7 milhões e tanto que Obama enfiou em McCain em 2008. Biden lidera com bem mais de CINCO MILHÕES de votos sobre Trump.

"Ah, mas o que conta é o Colégio Eleitoral".

Sim, mô fio, não ensine o Pai Nosso ao vigário. Lá também não foi apertado. Para vencer, Trump teria que reverter pelo menos QUATRO desses seis estados, nos quais ele perde pelas seguintes margens:

148.445 – Michigan

51.447 – Pensilvânia.

36.870 – Nevada

20.804 – Wisconsin

14.057 – Geórgia

12.828 – Arizona

*****

É fato que, em eleições americanas, como em qualquer eleição por voto não eletrônico-automático, ajustam-se votos problemáticos, com incongruência de assinatura etc. Mas isso sempre muda os números de forma minúscula. É tutaméia.

A vitória de Biden-Harris é contudente; não é goleada, mas é categórica. Reitero isso porque há gente, mesmo bem informada, que, por causa da confusão criada pelo supremacista branco, perdeu a dimensão disso — e é nessa confusão que o racista-misógino aposta.

Então, por favor, que se entenda. O processo está tenso e confuso, mas a vitória Biden-Harris não foi apertada, foi ampla, com boa margem no voto total e no Colégio Indireto.

É preciso que se diga isso e que se circule a informação correta.

FELIZ ANIVERSÁRIO MESTRE           

12 de novembro de 2020, 78 anos de Paulo César Batista de Faria, o

Paulinho da Viola. Ou apenas Paulinho, não apenas para os íntimos, mas para um país inteiro.

Sempre acreditei que o que há de melhor em nós está resumido, sintetizado e levado a outro plano de excelência na vida e na obra de Paulinho da Viola. Quer entender como combinar a abertura ao novo e a manutenção dos laços com a tradição? É só ouvir bem um verso (na verdade um dístico) de Paulinho: tá legal, eu aceito o argumento/ mas não me altere o samba tanto assim.

O Brasil tem grandes compositores e cantores que tagarelam o tempo todo, têm opinião sobre tudo. Paulinho não é assim. Calmo, sereno e discreto, ele encarna aquela dedicação completa à perfeição de sua arte. Ele sabia que assim preservaria a si próprio e sua obra. É uma reflexão antiga, juvenil mesmo em Paulinho. Já faz mais de 50 anos que ele fez essa escolha.

Paulinho conseguiu aquela mais rara das proezas: ser admirado no mundo todo e continuar sendo amado pela gente de sua rua, de seu bairro, de seu entorno. Basta ver Paulinho chegando a uma roda de samba do Rio de Janeiro para perceber como o afeto e o respeito imenso brotam por todos os lados. É raro isso.

Dá para consertar o país? Dá. É só ouvir direito a arte de Paulinho da Viola, aprender as lições que estão lá.

Feliz aniversário, mestre!

É GUERRA!

A ameaça de guerra do Bolsonaro está rendendo os melhores memes.

Leia outros artigos da coluna: Eles em Nós

Victor Barone

Jornalista, professor, mestre em Comunicação pela UFMS.


Voltar


Comente sobre essa publicação...

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *