25/04/2024 - Edição 540

Mato Grosso do Sul

Exportações de soja crescem e somam 36% da balança comercial do Estado

Publicado em 09/09/2020 12:00 -

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Mato Grosso do Sul terminou agosto com saldo de US$ 2,816 milhões na balança comercial, 32% maior que o verificado nos oito primeiros meses de 2019. As exportações de soja contribuíram para o aumento, chegando a representar 36,5% de todo o volume exportado em 2020.

As informações são da Carta de Conjuntura do Setor Externo do mês de junho, divulgada no último dia 8 pela Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar). Acesse o documento aqui.

As exportações de soja cresceram 58,6% em relação ao mesmo período do ano passado, devido à expansão no volume enviado a outros países, que somou 4,4 milhões de toneladas de janeiro a agosto deste ano. A celulose permanece como o segundo produto, embora tenha registrado uma queda de 17,49% na variação entre 2019 e 2020. O recuo no período ocorreu principalmente devido à queda de preço do produto no mercado internacional, visto que o volume exportado aumentou.

Outros destaques no primeiro semestre de 2020 foram as exportações de óleos e gorduras vegetais e animais, que cresceram 135,73% em relação ao mesmo período; as de açúcar, que aumentaram 263,51%, e as de ferro-gusa, que subiram em 325%.

“Nós temos alguns pontos relevantes que já vêm ocorrendo ao longo de 2020. Um deles é a taxa de câmbio média, que ficou em R$ 5,27 no mês de agosto, valor 40% superior ao que ela estava no passado. Isso significa mais receita para esses produtores e preços mais elevados para esses produtos em função de aumento na demanda internacional”, comenta o secretário Jaime Verruck.

O titular da Semagro destacou o impacto do câmbio nas exportações de soja em Mato Grosso do Sul. “No caso da soja, tivemos um crescimento de 61% em relação ao volume exportado no ano passado, o que é um fator extremamente positivo. Quando nós comparamos em relação a valores, o aumento foi de 55%. Então, a gente já está hoje com 3,915 milhões de toneladas de soja exportadas no Mato Grosso do Sul, o que representa cerca de 40% da soja produzida em nosso Estado”.

Sobre a celulose, segundo produto de exportação, o fator câmbio não tem sido suficiente para compensar a queda do preço no mercado externo. “Nesse item, tivemos um crescimento de 7%, mas diferentemente da soja, houve uma redução no preço em dólar no mercado internacional. Mesmo assim, a celulose ainda preserva o seu crescimento na pauta, posicionando o município de Três Lagoas como principal exportador do Estado”, ponderou Jaime Verruck.

Com relação às exportações de proteína animal, “a carne bovina está praticamente estabilizada. Tivemos a perda de alguns credenciamentos durante a pandemia, em função principalmente do mercado chinês, mas isso deve ser retomado. Há também a questão da falta de bovinos para que a gente possa fazer o abate, mas a perspectiva é de crescimento”, afirmou o secretário.

“Na carne de aves nós estamos 18% acima do ano passado. Também tivemos intercorrências em função da pandemia que resultaram em descredenciamento, mesmo assim o setor expandiu suas exportações. Na carne suína, temos uma perspectiva de crescimento no mercado interno, mas nas exportações já aparecemos em alguns mercados internacionais como Hong Kong”, completou.

A China segue como principal destino das exportações de Mato Grosso do Sul, com 50,88% do total exportado, seguida pela Argentina (4,45%) e Estados Unidos (4,01%). Três Lagoas lidera os municípios exportadores, embora o destaque seja para o segundo. Dourados que expandiu 101% suas exportações, principalmente devido às exportações de soja.

Nesse período de pandemia da Covid-19, as medidas de restrição às importações que têm sido implantadas pela China são alvo de monitoramento constante dos governos federal e estadual.

Colheita de milho

A elevação da temperatura, aliada à baixa umidade e ausência de chuvas, fez acelerar a colheita do milho nas regiões em que a cultura foi plantada mais tarde e ainda não havia sido retirada. Com isso, os trabalhos no campo ganharam intensidade na última semana e a safra do milho 2019/2020 se aproxima do final, sendo mantida a projeção de uma produção geral de 8,65 milhões de tonelada com produtividade média de 76 sacas por hectare.

Os dados constam no boletim técnico desta semana do Siga/MS (Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio), projeto implantado pela Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), em parceria com a Famasul e Aprosoja. O SIGA/MS reúne todas as informações do andamento da safra, cruzando com dados meteorológicos, do mercado financeiro e projeções técnicas para orientar o produtor rural.

Estima-se que as últimas áreas com milho sejam colhidas até dia 18 de setembro. “Essa semana demos um salto na colheita porque esquentou à noite, o milho perdeu umidade e se consegue dar marcha no trabalho. Na região Sul, que estava com esse problema da temperatura, tivemos uma correria grande de seis, sete dias em que foi possível entrar mais cedo na lavoura e sair mais tarde”, avalia o presidente da Aprosoja, André Dobashi.

Na região Norte, que plantou e colheu primeiro, a produtividade foi maior, superou 100 sacas por hectares. “Isso é acadêmico, semeou cedo sai na frente, tem um ganho muito grande em função, principalmente, de luz e temperatura, e escapa dos fatores que geralmente prejudicam a produtividade que é frio e seca”, diz Dobashi. Nas lavouras remanescentes a tendência é de queda na produtividade. Algumas áreas tiveram problemas com vento, granizo e excesso de chuva que danificaram lavouras.

A área plantada com milho em Mato Grosso do Sul está confirmada em 1,895 milhão de hectares, com uma redução de 12,79% quando comparada com a área da safra 2018/2019, que foi 2,173 milhões de hectares. A produtividade continua estimada em 76 sc/ha, gerando a projeção de uma produção de 8,650 milhões de toneladas.


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