16/04/2024 - Edição 540

Mato Grosso do Sul

Médicos Sem Fronteira vão atender 6 mil índios em MS para tentar conter avanço da Covid-19 em aldeias

Publicado em 25/08/2020 12:00 -

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A organização não governamental Médicos Sem Fronteira começou a fazer atendimento na quinta-feira (27) nas aldeias de Aquidauana, em Mato Grosso do Sul. A secretaria especial de Saúde Indígena do Ministério da Saúde havia negado essa ação dos médicos, mas um novo plano de atendimento foi apresentado pela entidade e autorizado pelo órgão.

O novo plano de assistência aprovado pelo Ministério da Saúde prevê atendimento em 11 aldeias da região de Aquidauana e Anastácio e vai chegar a mais de 6 mil indígenas. A maioria da etnia terena.

Todo o trabalho será em conjunto com as equipes de saúde do Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei).

Os Médicos Sem Fronteiras se reunirão com os caciques e as lideras das aldeias para conhecer melhor as necessidades de cada comunidade.

Hoje as equipes móveis já começam a atender. Os profissionais vão fazer visitas domiciliares e também vão percorrer as aldeias.

São três equipes móveis com pelo menos um médico e um enfermeiro. Ainda tem psicólogo, promotor de saúde e um especialista em água e saneamento.

Os Médicos Sem Fronteiras também estão apoiando o trabalho no Hospital Regional em Aquidauana, para onde são levados pacientes mais graves. Eles também oferecem capacitação par aos profissionais de saúde que atendem pacientes com Covid-19.

A secretaria estadual de Saúde (SES) considera Aquidauana como região de alerta nível cinco, por ser uma das regiões de maior risco de contágio pelo novo coronavírus, e um dos epicentros da doença em Mato Grosso do Sul.

Desde julho os índios terena denunciavam a falta de estrutura no atendimento médico nas aldeias.

De julho até agora, só nas aldeias dessa região pantaneira já foram confirmados 286 casos de índios infectados pelo novo coronavírus e 18 morreram de Covid-19.

Imbróglio

Os Médicos Sem Fronteira explicam que primeiramente conheceram a região e disto saiu um projeto para atendimento a sete aldeias que somavam cerca de 5 mil pessoas, "com foco na prevenção e detecção de casos suspeitos de Covid-19, encaminhamento dos doentes para tratamento e apoio em saúde mental para comunidades e trabalhadores de saúde locais".

No entanto, a Sesai negou parte do projeto, sendo autorizado apenas atendimento a índios da comunidade Aldeinha, em Anastácio. Diante disso, a organização apresentou outro plano de trabalho, que inclui as sete primeiras, a Aldeinha e outras três, chegando a 6 mil pessoas, sendo este último aprovado.


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