29/03/2024 - Edição 540

Campo Grande

Covid-19: Governo e MPE fecham cerco contra descumprimento de decretos em Campo Grande

Publicado em 24/07/2020 12:00 -

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Integrantes da Polícia Militar e do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) estão reforçando a fiscalização para o cumprimento das medidas de combate à Covid-19 em Campo Grande. Entre as ações adotadas pelo município desde o último dia 20 estão o toque de recolher das 20h até às 5h e o fechamento de serviços não essenciais, como bares e restaurantes, aos finais de semana.

Detalhes da força-tarefa foram acertados entre o procurador-geral de Justiça do MPMS, Alexandre Magno de Lacerda, o governador Reinaldo Azambuja e o prefeito Marquinhos Trad. Também estavam presentes no encontro o secretário estadual de Justiça e Segurança Pública de MS, Antônio Carlos Videira, e o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Marcos Paulo Gimenes.

“Em face aos números crescentes do coronavírus e com o dever de proteger a sociedade sul-mato-grossense, tivemos a iniciativa de criar essa força-tarefa para fiscalizar o cumprimento do último decreto municipal. Nosso objetivo é evitar a contaminação em massa e a superlotação das UTIs. Queremos evitar que as pessoas morram sem qualquer tipo de atendimento médico”, afirmou Alexandre Magno.

Com a ação conjunta em busca de atitudes enérgicas nas abordagens, as autoridades municipais e estaduais vão reprimir os infratores. Pessoas que forem pegas quebrando as regras vão sofrer consequências previstas nos decretos. “Nós, integrantes do Ministério Público e da PM, vamos acompanhar as forças de segurança de Campo Grande em toda a cidade para cobrar o cumprimento do decreto”, avisa o chefe do MPMS.

O governador Reinaldo Azambuja ressaltou que o momento é de união de esforços para impedir o avanço da Covid-19 em Mato Grosso do Sul. Para ele, “as ações do poder público serão efetivas com a adesão da população”. “É importante nesse momento que todos se esforcem para o cumprimento dos decretos. Só assim vamos desafogar os hospitais. Nossa preocupação é com o atendimento digno de saúde para todas as pessoas”, disse o governador.

A força-tarefa começa a trabalhar de imediato, falou Marquinhos Trad. “Entra hoje para ajudar na fiscalização a Polícia Militar, junto com a Guarda Civil metropolitana, junto com a fiscalização do Ministério Público Estadual. Quero em nome da cidade de Campo Grande agradecer ao Ministério Público do Estado do Mato Grosso do Sul: muito obrigado ao Dr. Alexandre Magno e a toda sua equipe pela ajuda e pelo apoio que estão dando à nossa cidade”, falou o prefeito.

Cobrada pelo Ministério Público, a Prefeitura da Capital pediu apoio da Polícia Militar para fechar o cerco contra as pessoas que não cumprem as medidas de combate à doença. Segundo as autoridades municipais, no último fim de semana cerca de 200 notificações foram emitidas – para estabelecimentos que insistem em abrir fora do horário permitido e pessoas que saem às ruas em busca de serviços não essenciais.

“Discutindo os efeitos da inobservância aos decretos municipais, principalmente em Campo Grande, decidimos por colocar em prática medidas de apoio às fiscalizações não só na Capital, mas em qualquer município de MS onde for necessário – a exemplo do que já estamos fazendo com os postos de fiscalização sanitária montados nas fronteiras e nas divisas do Estado”, destacou o secretário Videira.

“Estamos fazendo levantamento para colocar todo nosso efetivo à disposição para atender a Prefeitura de Campo Grande e os demais municípios que precisarem. Colocaremos nosso efetivo que já está pronto, o que está em formação e ainda faremos algumas escalas extraordinárias. A Polícia Militar está à disposição para os serviços de apoio às fiscalizações”, pontuou o comandante-geral da PM.

O que pode e o que não pode

O comércio em geral pode ser aberto, de segunda à sexta-feira, às 9 horas, encerrando as atividades às 17 horas. Já shoppings centers poderão funcionar, das 11h00 às 19h00. As demais atividades podem funcionar respeitando o horário do toque de recolher. Nesta categoria inclui, por exemplo: academias, bares, lanchonetes, restaurantes, food parks, serviços de mecânica, borracharias, lava-jatos, salões de beleza e estética, barbearias, escritórios imobiliários de contabilidade e de advocacia, feiras livres, autoescolas, lojas de conveniências, cadeia da construção civil, entre outras.

Durante o horário do toque de recolher, podem funcionar apenas os serviços de delivery, assim como farmácias e serviços de saúde podem funcionar em horário estabelecido no alvará de localização e funcionamento.

Aulas presenciais teóricas só poderão ser ministradas por estabelecimentos de cursos livres, cursos técnicos e cursos preparatórios em geral, que possuam Plano de Biossegurança apresentado à Vigilância Sanitária, com o atendimento limitado a 30% da capacidade. Demais estabelecimentos que estão permitidos a abertura, também só devem funcionar com lotação máxima de 30% de sua capacidade. Bares, restaurantes e padarias não poderão fazer a junção de mesas e a ocupação máxima fica limitada a 6 pessoas por mesa.

Já aos sábados e domingos, está determinado a paralisação de todas as atividades econômicas e sociais não essenciais até o dia 31 de julho de 2020. Não se aplicam as medidas aos serviços de assistência à saúde, incluindo atividades da atenção primária a saúde e serviços médicos e hospitalares; farmácias e drogarias; hipermercados, supermercados, mercados, açougues, peixarias, hortifrutigranjeiros, quitandas, centros de abastecimento de alimentos; serviços de infraestrutura, tais como fornecimento de água, esgoto, energia elétrica, distribuição de gás, telefonia e internet; atividades relacionadas à cadeia de resíduos; postos de combustíveis e serviços de apoio em rodovias; atendimento médico veterinário; serviços de entregas (delivery) e de segurança particular; serviços funerários; serviços de hospedagem e ações de fiscalização e exercício do poder de polícia em geral. Está proibida ainda a consumação nos locais.

Além disso, até o dia 31 de julho, todos os estabelecimentos devem respeitar as demais medidas estabelecidas nas Resoluções Conjuntas Sesau/Semadur n. 05, n. 06 e n.07/2020, bem como demais regramentos estabelecidos por segmento, naquilo que não for contrário ao Decreto 14380/2020.

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Campo-grandenses ocupam 90% dos leitos hospitalares da Capital

O desrespeito ao isolamento social, ao uso da máscara e o descuido com a higiene fizeram disparar os casos confirmados de Covid-19 em Campo Grande e há um grande risco de falta de leitos. A ocupação de UTI oferecidos pelo SUS na macrorregião chegou a 94%.

Mas ao contrário do que muitos pensam, a maior parte dos pacientes internados na Capital não vêm de outros municípios. De cada 10 pacientes internados com a doença, 9 têm como domicílio Campo Grande.

Das 158 solicitações de internação por Covid-19 nos hospitais públicos de Campo Grande neste mês (de 1º a 22 de julho), 143 são da própria Capital – o que equivale a 90,5%. Apenas 15 pacientes são do interior, vindos de 11 municípios, todos da macrorregião da Capital.

A realidade na rede privada é a mesma. Das 110 internações no período em decorrência da doença, 100 são de campo-grandenses e apenas 10 de pacientes de outros municípios. Os dados são da Central de Regulação.

“Os dados comprovam a situação agravante em nossa Capital, que hoje ocupa o primeiro lugar no ranking estadual de casos confirmados e, infelizmente, de óbitos, evidenciando a necessidade de tomarmos medidas mais rígidas para o controle da doença em nossa cidade”, afirmou o secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende.

A mesma proporção se repete no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul, a principal unidade no atendimento a quem está com o novo coronavírus no Estado. No HRMS, 87 dos 96 leitos críticos estão ocupados e a maioria deles por moradores de Campo Grande. São 78 pacientes da Capital e apenas nove do interior.

Segundo o último boletim epidemiológico da Secretaria de Estado de Saúde, Campo Grande tem 7.680 casos confirmados de Covid-19, correspondendo a 39,04% do total contabilizado em todo Estado, e 81 mortes em decorrência da doença.


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