19/04/2024 - Edição 540

Campo Grande

Marquinhos sugere boicote a locais que ignoram pandemia, mas não fala de fiscalização

Publicado em 25/06/2020 12:00 -

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O prefeito Marquinhos Trad jogou a responsabilidade pelo isolamento social durante a pandemia da covid-19 sobre a população. Nesta semana, sugeriu um boicote aos estabelecimentos que teimarem em descumprir medidas de biossegurança estabelecidas para a retomada da atividade econômica.

Marquinhos afirmou que muitos “zombam e ironizam” dos decretos. “Se não querem contribuir e terem um comportamento em favor dos outros, não prejudique”, disse. Marquinhos chegou a pedir para que as pessoas deixem de frequentar estabelecimentos que, segundo ele “estão zombando e ironizando”. “Basta a gente não ir. Quer desobedecer, desobedece e não vai ninguém”, disparou. Porém, o prefeito lamentou a realidade: “É ao contrário, lota. É um ligando para o outro e vai chegando mais gente, e não é só aquele bar [Barolé] que foi fechado, são muitos outros”.

Para que chamar a atenção da população, o prefeito lembrou do índice de ocupação de leitos na capital. “O número de leitos ocupados na nossa cidade que há 20 dias era de 25%, hoje, já chega a quase 70%”, informou.

Ocorre que, além da responsabilidade da população, o poder público precisa, também, garantir o cumprimento das diretrizes de isolamento e de proteção. Sem fiscalização adequada, a contaminação em Campo Grande pode atingir índices alarmantes

Toque de recolher

Da mesma forma, a nova alteração do horário do Toque de Recolher em Campo Grande acaba sendo uma medida inócua, para “inglês ver”. O Decreto n. 14.361, publicado no Diário Oficial de Campo Grande (Diogrande), determinou proibição de circulação nas ruas de Campo Grande das 22 às 5 da manhã, horário em que a circulação de pessoas já é reduzida naturalmente. No dia seguinte o prefeito mudou novamente o horário, ampliando o toque das 22h para as 23h.

A alteração do horário do toque de recolher foi anunciada em live pelas redes sociais. O prefeito Marquinhos Trad, já sabendo que receberia críticas em virtude da erraticidade de suas ações no enfrentamento à crise sanitária, disse que não “recuou” em sua decisão anterior, mas sim que adotou o comportamento de ser “humilde o suficiente para equilibrar a economia com a pandemia”.

Ele acrescentou ainda que a alteração decorre de “apelo da Associação Comercial, da Abrasel, da CDL, dos motoristas de táxis, dos motoristas de aplicativos, sindicato dos garçons, dos entregadores e dos músicos”. O novo decreto, que alterou o que foi publicado ainda ontem, deve estar nesta sexta-feira em edição extra do Diário Oficial do Município.

Com o novo decreto, houve ampliação de mais uma hora no toque de recolher, já que até ontem o horário era de meia-noite às 5h e agora passou a ser das 23h às 5h. Marquinhos justificou a medida alegando que houve abuso por parte de algumas pessoas que, segundo ele, não estavam respeitando a medida para conter a disseminação do novo coronavírus. ‘Tudo isso poderia ter sido evitado. Bastava cumprir o regramento, não precisava de uma medida dessa”, afirmou.


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