25/04/2024 - Edição 540

Viver Bem

Sua barba é um fator de risco para o coronavírus?

Publicado em 21/04/2020 12:00 -

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Boa notícia para os barbudos: apesar de cheia de germes, é muito pouco provável que a barba aumente as chances de contrair ou espalhar o coronavírus.

A dúvida em relação às barbas é uma entre várias que surgiram nesta pandemia, em parte por causa de um infográfico dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças que contém diretrizes detalhadas em relação aos pelos faciais. Mas, como diz Thomas Russo, diretor de doenças infecciosas da State University of New York em Buffalo, essas recomendações se aplicam a trabalhadores da área de saúde que têm de usar máscaras N-95.

“Para quem trabalha no setor de saúde, a barba é um problema porque a máscara N-95 precisa estar muito bem ajustada ao rosto”, explica Russo. “É por isso que as barbas volumosas podem ser um problema.”

Embora ainda haja muito a se saber sobre o novo vírus, acredita-se que a principal forma de transmissão sejam gotículas respiratórias, ou seja, se alguém tosse ou espirra perto de você. Russo observa que, se você estiver perto o suficiente de uma pessoa infectada, é provável que você contraia o vírus – a barba não faz diferença.

“Imagino que algumas gotinhas acabem na barba”, afirma ele. Mas, neste caso, a transmissão do vírus para outra pessoa só ocorreria caso “a distância fosse muito pequena, e isso significaria um risco mais elevado de contrair o coronavírus por outros meios”.

As evidências indicam que a transmissão pelo ar é muito menos comum que a que ocorre por meio de gotículas respiratórias ou superfícies infectadas.

Em entrevista ao The Los Angeles Times, John Swartzberg, professor emérito da Escola de Saúde Pública da Universidade de Berkeley e especialista em doenças infecciosas, evitou fazer declarações muito abrangentes em relação à barba, afirmando não haver evidências científicas suficientes. Ele afirmou que “em teoria” o coronavírus poderia ser transmitido pela barba, mas disse desconhecer “pesquisas científicas que sustentem o que acabei de dizer”.

Existe, porém, literatura científica em relação a tópicos adjacentes, como afirma ao HuffPost Lucy Wilson, professora do departamento de serviços de emergência da Universidade de Maryland Baltimore County. Uma ressalva: esses estudos se referem basicamente a bactérias, não a algo parecido com esse novo vírus.

“Há estudos que mostram que, na realidade, a barba pode representar um risco mais baixo de bactérias em comparação com áreas sem barba”, afirma ela. “Não vi estudos sobre vírus, mas a teria é que a abrasão causada pelo ato de barbear-se pode aumentar o risco de infecções bacterianas.”

A recomendação continua sendo a mesma – e vamos repeti-las, apesar de você ter ouvido várias vezes: o importante é priorizar a boa higiene e lavar as mãos.

“É razoável imaginar que você possa ter gotículas projetadas por alguém que espirre ou tussa na barba”, afirma Wilson. “Tocar a barba ou o rosto antes de lavar as mãos pode ser um problema. É importante lavar as mãos com muito cuidado e manter as superfícies desinfetadas. Como dizem, não faz mal voltar para casa e tomar um banho, limpar as compras – e também limpar a barba.”

Este texto foi originalmente publicado no HuffPost US e traduzido do inglês.


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