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Ebola pode sofrer mutação e se espalhar pelo ar, afirma ONU

Publicado em 03/10/2014 12:00 -

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Segundo Anthony Banbury, chefe da missão da ONU para o ebola, o vírus pode sofrer uma mutação e se espalhar pelo ar se a epidemia não for controlada com rapidez.

O ebola é uma doença viral aguda que causa febre hemorrágica. É causada por três das cinco espécies dentro do gênero. O vírus Ebola Zaire é a estirpe mais mortal, e tem sido identificada como a causa do surto atual. Em epidemias anteriores, esta estirpe teve uma taxa de mortalidade de 90%.

Este já é considerado o maior surto desde que o vírus foi descoberto, há quase 40 anos. O surto foi declarado em março, na Guiné. Desde então, a doença se espalhou para a Libéria, Serra Leoa, Nigéria e, nesta semana, chegou aos Estados Unidos. Ao menos 3.330 pessoas já morreram por causa do vírus na África Ocidental.

O vírus é transmitido pelo contato direto com sangue ou fluidos corporais dos infectados, inclusive dos mortos. Mas Banbury acredita que a demora em controlar a epidemia pode piorar a situação.

Outro lado

Cientistas britânicos, no entanto, rechaçaram as afirmações de Banbury e o acusaram de espalhar o pânico.

O diretor da London School of Hygiene & Tropical Medicine, Peter Piot, um dos descobridores do vírus do Ebola, disse que a simples sugestão de que a doença possa ser transmitida pelo ar é “completamente irresponsável”.

"A forma como o vírus de espalha foi a mesma em todos os 25 surtos registrados. A transmissão ocorre apenas pelo sangue e por secreções corporais. Não há nenhum precedente de um vírus mudando sua forma de transmissão de forma tão drástica”, afirmou.

Epidemia global

Apesar de improvável, uma mutação no vírus pode fazer com que a transmissão do ebola também aconteça por vias respiratórias. Se isso acontecer, as chances de uma epidemia global aumentam, pois é mais difícil conter um vírus que se espalha pelo ar do que por fluidos corporais.

Segundo o The Telegraph, Banbury disse que quanto mais tempo o vírus permanecer hospedado em humanos, maiores são as chances de mutação. "É um cenário de pesadelo (que poderia se espalhar pelo ar), e improvável, mas que não pode ser descartado", afirmou.

Ainda não há um remédio específico para a doença que seja aprovado para uso em humanos. Os sintomas costumam ser tratados separadamente. Por exemplo, o soro intravenoso pode evitar a desidratação, enquanto um antitérmico diminui a febre. Já os analgésicos podem diminuir as dores.

Aqueles que têm a doença identificada e recebem tratamento mais cedo têm mais chances de sobreviver à infecção. Infelizmente, como os sintomas são genéricos e parecidos com de outras doenças, o diagnóstico pode demorar.


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