23/04/2024 - Edição 540

Comportamento

Dois terços dos pais não conseguem identificar sinais da depressão nos filhos, diz pesquisa

Publicado em 19/11/2019 12:00 -

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Ao mesmo tempo em que a taxa de suicídio entre jovens em diversos países aumenta ao redor do mundo, dois terços dos pais reconhecem barreiras na identificação do quadro depressivo de seus filhos. A conclusão é de uma pesquisa do hospital universitário da Universidade de Michigan (EUA), que estudou famílias de crianças e jovens dos ensinos fundamental e médio.

No Brasil, o tema também inspira cuidados — o Sistema Único de Saúde (SUS) registrou um aumento de 115% no total de casos entre 2015 e 2018.

Recentemente, o Ministério da Saúde, em parceria com o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, divulgaram uma campanha de conscientização sobre a depressão na juventude, que incentiva o diálogo familiar.

Nos Estados Unidos, a taxa de suicídio na faixa dos 10 a 24 anos cresceu 56% entre 2007 e 2017, de acordo com o Departamento de Saúde e Serviços Humanos americano.

A pesquisa americana, que entrevistou 819 pais espalhados pelos Estados Unidos, concluiu que a depressão é um tema recorrente na juventude atual: 25% deles têm filhos que conhecem um colega que sofre da doença e 10%, que perderam amigos para o suicídio.

O estudo identifica como um dos principais desafios a distinção entre a alternância de comportamentos e sentimentos, comuns no período da adolescência, e sinais efetivos da depressão.

Ao todo, 40% dos entrevistados dizem ter dificuldades em diferenciar um processo do outro, e 30% afirmam que seus filhos são bons em esconder o que estão sentindo, o que amplia a dimensão do problema. O sinal de alerta, no entanto, está em cerca de um terço dos pais que dizem ser capazes de reconhecer indícios da doença.

Para Sarah Clark, co-diretora da pesquisa, muitos deles podem superestimar sua capacidade de identificar pistas do quadro depressivo. Pais e mães muito confiantes acerca de seu domínio sobre as emoções dos filhos podem ser uma grande armadilha na percepção de que algo está fora do lugar.

Tristeza, isolamento, comportamento hiperativo e irritabilidade podem ser alguns sinais de depressão e devem acionar a vigilância da família.

Uma sinalização positiva, indicada pelo estudo, é a abertura familiar quanto ao papel das escolas no diagnóstico da depressão. Setenta por cento dos pais disseram acreditar que o tema deve ser discutido já no ensino fundamental.


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