24/04/2024 - Edição 540

Campo Grande

Medo de ir à escola pode ser fobia

Publicado em 22/01/2014 12:00 -

Clique aqui e contribua para um jornalismo livre e financiado pelos seus próprios leitores.

Para algumas crianças o início das aulas é mais custoso que o de outras crianças de sua idade. Elas passam por um período descrito popularmente como fobia escolar, medo excessivo de ir ou permanecer na escola capaz de provocar crises de choro, náuseas, tonturas, dores de cabeça e suor excessivo em alguns alunos.

Um dos primeiros artigos sobre o assunto, "School Phobia And Its Treatment" ("A fobia escolar e o seu tratamento"), publicado no "British Journal of Medical Psychology", em 1964, mostrou que a fobia escolar é caracterizada como ansiedade de separação, ou seja, dificuldade da criança de se adaptar a um novo espaço sem a presença do vínculo familiar do qual é dependente – a mãe, na maior parte dos casos.

É por esse motivo que esse tipo de fobia se diferencia de outras mais conhecidas, como a de elevador e de altura. A Associação Americana de Depressão e Ansiedade estima que a ansiedade de separação acometa 5% das crianças em idade escolar.

"Nos casos mais graves, o aluno apresenta forte dependência da figura materna", explica Ana Olmos, psicoterapeuta especializada em avaliação neuropsicológica infantil. "A falta de autonomia pode atrasar a formação de novos vínculos e a criança se sente excluída, o que é um gatilho para fobia", diz.

Bullying e problemas na família como agressões e separações podem agravar ou iniciar o transtorno.

Preocupação normal

A ansiedade, porém, se dá em vários níveis e nem sempre é preocupante. Segundo terapeutas e educadores, alguma dificuldade no começo da vida escolar é comum.

A maioria das crianças se adapta em uma semana, aproximadamente –período em que alguns colégios permitem que os pais permaneçam na escola, mas em salas separadas para não interromper a transição.

Mas quando essa ansiedade perdura por algumas séries é necessário analisar se há um transtorno mais grave.

A ansiedade se dá em vários níveis e nem sempre é preocupante. Segundo terapeutas e educadores, alguma dificuldade no começo da vida escolar é comum.

Nessas circunstâncias, a transferência para um colégio especializado pode ser indicada para a superação do transtorno. "As crianças se adaptam mais facilmente quando encontram outros colegas na mesma situação", explica Elizabeth Polity, terapeuta familiar.

Caso a avaliação médica descarte transtornos associados, a ansiedade de separação pode ser tratada com terapia cognitivo comportamental. Nela, a criança aprende a substituir hábitos de dependência por outros que a habilite a enfrentar os desafios do novo espaço coletivo.
A terapia familiar também pode ajudar a desatar vínculos de dependência.


Voltar


Comente sobre essa publicação...

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *