25/04/2024 - Edição 540

Comportamento

Figura paterna ganhou espaço na ciência e na sociedade nas últimas décadas

Publicado em 13/08/2014 12:00 -

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As mães podem até discordar, mas os pais já foram promovidos de coadjuvantes a atores principais na criação dos filhos. Pelo menos no campo científico, segundo o escritor americano Paul Raeburn, autor do recém-lançado "Do Fathers Matter?" ( "Os pais importam?", sem edição no Brasil).

No livro, Raeburn, que é jornalista de ciência, reúne achados de pesquisas para advogar em defesa do papel do pai, da gravidez até a vida adulta.

Por exemplo: há mais risco de um bebê nascer prematuro se ele não tiver contato com o pai durante a gestação; já crianças cujos pais dividem as tarefas com as mães têm menos problemas de comportamento nos primeiros anos escolares – e por aí vai.

Mas a importância do pai nem sempre foi tema de estudo. "Há uma geração, a maioria dos especialistas duvidava que os homens contribuíssem com algo além do salário", disse Raeburn.

Só depois dos anos 70 a psicologia passou a olhar a paternidade com outros olhos. "Estão descobrindo que os pais são intimamente ligados com os filhos de maneiras que ninguém imaginava", acrescenta.

Definição difícil

A descoberta não foi por acaso. As taxas de divórcio aumentaram, as mães que começaram a trabalhar fora pediram socorro e a sociedade começou a questionar qual seria o papel dos pais, explica a psicóloga Milena da Rosa Silva, que pesquisa o tema e é professora na Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Até hoje, definir a função paterna não é simples. "As famílias estão muito perdidas, estamos em um momento de transição. Exige-se dos pais que eles participem mais, mas não fica muito claro o que eles devem fazer na prática", afirma.

Mesmo para a psicologia os conceitos estão diluídos. "Tradicionalmente a função paterna está relacionada com a autoridade e a função materna com o cuidado. Mas hoje tudo passou a ser compartilhado", diz Marcos Naime Pontes, psiquiatra e terapeuta familiar.


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