28/03/2024 - Edição 540

Ágora Digital

A hora do tucano voa

Publicado em 25/05/2018 12:00 - Victor Barone

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O ex-governador de Minas Gerais Eduardo Azeredo (PSDB), 69, se entregou à Polícia Civil, para iniciar o cumprimento de pena de 20 anos e um mês de prisão por peculato (desvio de dinheiro público) e lavagem de dinheiro. É o primeiro acusado no chamado mensalão tucano a ser preso. A prisão ocorre 20 anos após os fatos que motivaram as acusações e 11 anos após a denúncia. O mensalão tucano é considerado o embrião do esquema de mesmo nome relacionado ao PT e, segundo o Ministério Público, aconteceu durante a fracassada campanha de reeleição de Azeredo ao governo mineiro.

Mui amigo

O pré-candidato à Presidência e presidente nacional do PSDB, Geraldo Alckmin, afirmou que a decisão da Justiça de Minas Gerais determinando a prisão do tucano Eduardo Azeredo (leia a nota acima) mostra que as instituições são apartidárias. “Isso mostra que as instituições funcionam. A Justiça não é vermelha, nem azul, nem amarela e nem verde. Diferentemente de outros partidos, que querem desacreditar as instituições, nós defendemos que a lei é igual pra todos e que decisão judicial se respeita”, declarou.

Bois de piranha

Sob pressão, o presidenciável do PSDB, Geraldo Alckmin, subiu o tom na crítica a correligionários encrencados com a Justiça. O tucano disse que a Justiça deve ser cumprida no caso do ex-governador de Minas Eduardo Azeredo (PSDB-MG). Afirmou que o senador Aécio Neves (PSDB-MG), réu no Supremo, não será candidato, tema que segundo o mineiro será decidido e anunciado em seu estado. Disse que o ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB) “vai se explicar”. E cobrou esclarecimentos sobre supostos recursos não declarados mantidos no exterior por Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, apontado como operador do PSDB. “O PSDB não é imune a críticas. Não passamos a mão na cabeça de ninguém”, realçou. “A Justiça se faz para todos. Aliás, acaba de ser feita.”

Cunhado bom

O presidenciável do PSDB, Geraldo Alckmin, defendeu o cunhado Adhemar Ribeiro, acusado de operar para ele caixa dois. "É casado com uma banqueira e simpatizante do PSDB", respondeu. Ele rebateu acusação da CCR —“um absurdo verdadeiro”, tachou— de que teria recebido R$ 5 milhões em caixa dois na campanha de 2010, intermediado por seu cunhado Adhemar Ribeiro. Também acusado pela Odebrecht de ter recebido mais de R$ 10 milhões em caixa dois, o tucano respondeu que as suas campanhas “foram feitas dentro da lei, sem ostentação”, e que essa foi a orientação repassada aos profissionais que nela atuaram.

Depressão

Pessoas próximas ao ex-governador mineiro Eduardo Azeredo lamentam o desfecho do processo. Dizem que ele vive de maneira austera e que não tem “o estoicismo de um José Dirceu” para encarar a cadeia. Temem uma depressão.

Aliado na marra

Em mais um sinal das dificuldades internas pelas quais passa o PSDB, o diretório paulista do partido discutiu obrigar seus filiados a declararem apoio formal a João Doria para governador e a Geraldo Alckmin para presidente, sob pena de expulsão por infidelidade. A medida foi proposta pelo presidente estadual da sigla, Pedro Tobias, mas acabou rejeitada após discussão em que ficou evidente que ela se tornaria uma prova pública do dissenso interno do PSDB.

Tucanos na mira

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou a prorrogação, por mais 60 dias, de um inquérito no qual são investigados os senadores Aécio Neves e Antonio Anastasia, ambos do PSDB mineiro. De acordo com a PF, ainda há pendências para concluir a investigação, como inquirição de Oswaldo Borges da Costa Filho, parente de Aécio casado com uma filha de seu padrasto, e o empresário José Enrique Castro Barreiro. Além disso, os policiais alegam que ainda falta fazer “análise e eventual perícia em dados dos sistemas utilizados pelo Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, ‘my web day’ e ‘drousys’”. O pedido para prorrogar a investigação foi reforçado pela procuradora-geral da República (PGR), Raquel Dodge. Com base nas delações da Odebrecht, a investigação apura supostos pedidos irregulares de recursos que Aécio teria feito a executivos da companhia para a campanha de Anastasia ao governo de Minas Gerais, em 2010.

Sete tiros

O senador mineiro Aécio Neves (PSDB) tem sete inquéritos tramitando no Supremo Tribunal Federal (STF). Além do inquérito relatado na nota acima, ele também é réu em uma ação penal na Corte, relativa à empresa JBS. Uma outra investigação contra o senador, sobre desvios na construção da sede administrativa do governo de Minas, foi remetida à primeira instância pelo ministro Alexandre de Moraes neste mês.

Ruim de voto

Com dificuldades de alavancar sua candidatura presidencial, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, do PSDB, tem apresentado até o momento o pior desempenho de um candidato tucano ao Planalto em pesquisas eleitorais desde 1994. A performance do paulista é só comparável a de Mário Covas, seu padrinho político, na disputa eleitoral de 1989, a primeira após a redemocratização. Em abril daquele ano, Covas, que terminou a eleição presidencial em quarto lugar, apresentou, no principal cenário, 6% das intenções de voto, mesmo percentual obtido por Alckmin no levantamento realizado no mês passado.

Aécio, Serra e o Foro

Os inquéritos que envolvem o tucano José Serra devem ser enviados nas próximas semanas à primeira instância pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Com a limitação do foro especial para parlamentares, os atos praticados fora do mandato sairão da corte. Serra é investigado por supostas irregularidades cometidas quando era governador de SP. O mesmo deve ocorrer com investigações sobre o senador Aécio Neves (PSDB-MG) que hoje correm no Supremo e que estão relacionadas aos anos em que ele governou Minas Gerais.

Na maloca

O engenheiro Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, decidiu não fazer acordo de delação premiada: ele afirma que a ideia sequer passou por sua cabeça nos 35 dias em que esteve preso. “Fiquei dez dias numa solitária”, revela. “Quem não cometeu crimes não tem o que delatar.”  Segundo ele, “é falsa” a informação de que tem uma lista de 90 políticos que teria ajudado a eleger. “Nunca cuidei de financiamento de campanha.” Souza afirma que sempre atuou como gestor, “nunca como operador”.

Guarda-costas

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) identificou 110 magistrados sob ameaça, todos sob proteção. O estudo registra que, em 97% dos casos, a ameaça tem relação com o desempenho profissional dos juízes e que, em 65% das situações, o juiz conhece o potencial agressor. Em novembro, 38 magistrados viviam sob escolta total, com policiais –civis, federais ou militares– ou servidores terceirizados do tribunal que acompanham o magistrado e familiares 24 horas por dia. Seis em cada mil magistrados sofreram algum tipo de ameaça. A maior parte –97 dos juízes ameaçados– pertence à Justiça Estadual. Quase todos magistrados sob ameaça (95%) trabalham em alguma vara da primeira instância; apenas 5% deles são desembargadores.

Candidato

Mesmo diante da possibilidade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ser barrado pela lei da ficha limpa, o PT o mantém como pré-candidato Presidência. A pré-candidatura será lançada nacionalmente neste domingo (27), em Belo Horizonte. Preso em Curitiba, Lula falou a prefeitos reunidos em Brasília por meio de uma carta lida pela presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR). "Eu sou candidato a presidente porque não cometi crime nenhum. Eu sou candidato porque tenho honra e agi com responsabilidade, ética e correção nos meus oito anos de presidente da República", disse Lula na carta.

Manifesto

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está escrevendo na prisão, em Curitiba, um manifesto que será apresentado pelo PT nos atos de lançamento de sua candidatura ao Planalto. O petista deve aproveitar trechos da nova Carta ao Povo Brasileiro que discutia com os aliados antes de ir para a cadeia.

Pode ou não pode?

A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, descartou a possibilidade de a candidatura do ex-presidente Lula (PT), preso há mais de um mês em Curitiba, ser rejeitada sem levar em conta o direito à defesa. Cármen refutou a tese discutida nos bastidores do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de se tomar uma iniciativa para impedir de imediato o ex-presidente de concorrer às eleições. “O Judiciário não age de ofício, e sim mediante provocação”, rechaçou a ministra. Candidatos com condenação em órgão colegiado – caso de Lula, sentenciado a 12 anos de prisão pelo TRF-4 – são inelegíveis por causa da Lei da Ficha Limpa. Em todas as situações, porém, os postulantes têm direito a pedir o registro da candidatura e lutar na Justiça eleitoral pelo direito de disputar a eleição.

Órfãos do PT

Nomes tradicionalmente associados ao PT e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva figuram em manifesto de apoio à candidatura de Guilherme Boulos (PSOL) à Presidência da República. Entre eles, os atores Paulo Betti e Letícia Sabatella, o religioso Frei Betto e a urbanista Raquel Rolnik. O documento "Vamos com Guilherme Boulos e Sônia Guajajara" tem cerca de 500 assinaturas. A cantora Maria Gadú, o escritor Gregorio Duvivier, a atriz Sônia Braga e a cartunista Laerte Coutinho endossam o texto, no qual a pré-candidatura de Boulos é descrita "como arejada, construída de baixo pra cima, em aliança inédita entre partidos e movimentos sociais".

Saúde dele e dos seus

Investigações internas da Caixa Econômica Federal apontam que o atual ministro da Saúde, Gilberto Occhi, liberou, quando gestor do banco, recursos que foram usados na compra de casa lotérica vendida por seu filho e seu enteado em Alagoas. O dinheiro da Caixa, segundo a investigação, foi transferido a uma prefeitura local e, em seguida, por meio da triangulação com um fornecedor, destinado à conta de uma das lotéricas negociadas. O depósito foi de R$ 200 mil. Gustavo Occhi, filho do ministro, e Diogo Andrade dos Santos, filho da mulher dele, conseguiram concessões para explorar três casas no estado em 2011.  Na ocasião, Occhi era superintendente nacional de Gestão da Caixa no Nordeste.

Ciro .50

Se eleito presidente do Brasil, Ciro Gomes (PDT) promete revogar duas medidas de um "governo golpista" (teto de gastos e reforma trabalhista) e "deixar a porta aberta para dialogar com o PSDB". Está na torcida para um segundo turno entre ele e Jair Bolsonaro (PSL). "A rigor, gostaria muito de enfrentá-lo, me parece o candidato menos difícil de ser derrotado", afirmou o ex-ministro. Para Ciro, o adversário é fascista, "promessa certa de uma crise" e tem "soluções muito toscas" para o país. 

Pediu pra sair

O presidente Michel Temer anunciou sua desistência de concorrer a mais quatro anos à frente do Palácio do Planalto e lançou o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles como pré-candidato à Presidência pelo MDB. "Nós chamamos você para ser presidente do Brasil", disse Temer ao fim de um discurso em evento do MDB, em Brasília, para o lançamento do documento "Encontro com o Futuro".

Não sai nem a pau

O presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB), não vai apoiar a candidatura de Henrique Meirelles, de seu partido, à Presidência da República (leia a nota acima). Eunício diz que Meirelles nunca foi nem é do MDB e que vai apoiar algum candidato do campo de alianças que costura em seu estado, que inclui o PT, do governador Camilo Santana, e o PDT, de Ciro Gomes. Eunício reagiu ao recado do presidente Michel Temer que ontem convidou a se retirar do partido quem se recusar a apoiar Meirelles. Respondeu em tom de desafio: “Eu vou ficar no MDB e vou tomar a minha própria decisão em relação a coligações estaduais e à Presidência da República. Não vou sair e ninguém me tira. Tenho 45 anos de partido e uma única filiação. Nasci no MDB, numa família de emedebistas.”

Explicações

O primeiro desafio do ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles como nome do MDB para a Presidência será explicar os maus números produzidos pelo triunfalismo econômico do governo. A esperança de Meirelles de chegar a 2018 navegando nas águas da prosperidade bateu no iceberg do desemprego.

Carta fora do baralho

O pré-candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) minimizou a importância do anúncio de Henrique Meirelles como nome do MDB para a Presidência. “Meirelles é carta fora do baralho“, disse.

Põe o velho no armário

O MDB discute com partidos aliados esconder o presidente Michel Temer durante a campanha presidencial. A proposta na mesa é que o candidato apoiado pela sigla terá de pregar as reformas e iniciativas da atual gestão, mas não precisará defender diretamente o presidente ou colocá-lo em palanques eleitorais e propagandas

Corrupção dos outros

O presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) defendeu a flexibilização dos rigores do Ministério Público no trato com prefeitos em litígio com a lei. Disse Bolsonaro em discurso a gestores municipais nesta semana: ''Temos de ter coragem de falar sobre o Ministério Público. Faz um bom trabalho? Em parte, sim. Mas tem seus problemas. Que prefeito não fica com medo ou preocupado respondendo por improbidade administrativa? Temos de mudar isso.'' Oi? ''Não é dizer que não vai ter mais fiscalização, não é isso. Mas temos de ser prefeitos, governadores e presidente sem medo. Todos nós podemos errar. E não é do erro que vem acontecendo, vem uma lapada em cima da cabeça da gente.'' Bolsonaro quer um Ministério Público “parceiro”. Pelo bem do “desenvolvimento do Brasil.”

Hienas

Em encontro promovido pela Associação Comercial do Rio de Janeiro, no qual cerca de 300 empresários pagaram entre R$ 180 e R$ 220 para ouvi-lo, Jair Bolsonaro (PSL) afirmou que movimentos como o MST e MTST devem ser tratados como “terroristas”. Disse que têm que ser tratados no chumbo e até no lança-chamas. Os empresários riram bastante das sandices…

Eu penso, mas não sou

Com uma extensa lista de declarações e atitudes polêmicas nos seus 30 anos de vida pública, o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) busca provar na Justiça, nas redes sociais e em entrevistas que não é racista, homofóbico ou misógino.

O que o presidenciável ou sua defesa falam sobre suas frases polêmicas

MULHERES

"Entre um homem e uma mulher jovem, o que o empresário pensa? 'Poxa, essa mulher tá com aliança no dedo, daqui a pouco engravida, seis meses de licença-maternidade. (…) Por isso que o cara paga menos para a mulher. (…) Eu sou um liberal, se eu quero empregar você na minha empresa ganhando R$ 2 mil por mês e a Dona Maria ganhando R$ 1,5 mil, se a Dona Maria não quiser ganhar isso, que procure outro emprego! O patrão sou eu"
– 2014, em entrevista ao jornal Zero Hora

"Eu não empregaria [homens e mulheres] com o mesmo salário. Mas tem muita mulher que é competente"
– 2016, em entrevista à apresentadora Luciana Gimenez na RedeTV!

"Fica aí, Maria do Rosário, fica. Há poucos dias tu me chamou de estuprador no Salão Verde e eu falei que eu não estuprava você porque você não merece. Fica aqui para ouvir"
– 2014, em discurso no plenário da Câmara

"Eu tenho 5 filhos. Foram 4 homens. A quinta eu dei uma fraquejada e veio uma mulher"
– 2017, em palestra no clube Hebraica, no Rio

O QUE DIZ ELE 

– Afirma não ser misógino
– que está protegido pela imunidade parlamentar em relação às suas opiniões, palavras e voto
– No caso da defesa de que mulher ganhe menos do que homem, diz que que estava explicando a situação do empresário brasileiro, não dando uma opinião pessoal
– Sobre o caso do estupro, afirma que foi chamado de estuprador pela deputada e que apenas reagiu à agressão

GAYS

"Se o filho começa a ficar assim, meio gayzinho, [ele] leva um couro e muda o comportamento dele"
2010, em entrevista à TV Câmara

"O comandante Jean Wyllys abandonou a tropa de homossexuais. E a tropa de homossexuais, agora, está batendo em retirada do campo de batalha. São heterofóbicos. Quando veem um macho na frente eles ficam doidos. (…) Homossexualismo… direito… vai queimar tua rosquinha onde tu bem entender, porra!"
– 2012, em sessão da Câmara que discutiu a chamada "cura gay"

"Seria incapaz de amar um filho homossexual. Não vou dar uma de hipócrita aqui: prefiro que um filho meu morra num acidente do que apareça com um bigodudo por aí"
– 2011, em entrevista à revista Playboy

"A sociedade brasileira não gosta de homossexual"
– 2013, em entrevista ao comediante inglês Stephen Fry

"Não vou combater nem discriminar, mas, se eu vir dois homens se beijando na rua, vou bater"
– 2002, em entrevista à Folha

O QUE DIZ ELE

– Afirma não ser homofóbico
– Diz apenas combater a veiculação de conteúdo educacional sobre diversidade sexual nas escolas
– Diz já ter tido assessor gay e aponta um aparte elogioso que fez ao deputado Clodovil (1937-2009) como prova de que não é homofóbico

NEGROS

"Eu fui em um quilombola em El Dourado Paulista. Olha, o afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas. Não fazem nada! Eu acho que nem para procriador eles servem mais"
– 2017, em palestra no clube Hebraica, no Rio

"Preta, não vou discutir promiscuidade com quem quer que seja. Eu não corro esse risco, e meus filhos foram muito bem educados e não viveram em um ambiente como, lamentavelmente, é o teu"
– 2011, em entrevista ao CQC, respondendo a uma pergunta gravada de Preta Gil sobre o que ele faria se um filho seu se apaixonasse por uma negra

O QUE DIZ ELE 

– Afirma não ser racista
– Que está protegido pela imunidade parlamentar em relação às suas opiniões, palavras e voto
– Sempre repete que seu atual sogro (pai da sua terceira mulher) se chama "Paulo Negão"
– Em 1978, salvou um colega soldado, "Negão Celso", de morrer afogado durante um treinamento. "Uma evidente prova do 'racismo' de Bolsonaro já nos tempos de caserna", ironizou o filho Flávio no livro que escreveu sobre o pai
​- Sobre o caso do CQC, afirma ter entendido errado a pergunta (teria ouvido "gay" no lugar de "negra"). O caso foi arquivado no STF sob o argumento de imunidade parlamentar e a falta da gravação original, sem edição, que permitisse juízo de valor sobre a possibilidade de engano em relação à pergunta

Ninguém acima de mim

Em discurso na cerimônia de formatura da Universidade de Notre Dame, nos EUA, o juiz federal Sergio Moro afirmou que “ninguém está acima da lei”, e que esse deve ser um princípio para a estabilidade da democracia no Brasil. Moro foi o principal orador da cerimônia de formatura da Universidade de Notre Dame, instituição católica fundada em 1842 e sediada no estado de Indiana, que reúne cerca de 12 mil alunos. 

Marun é brabo

O ministro Carlos Marun (Secretaria de Governo) recorreu à Polícia Federal para abrir um inquérito e provocar a intimação e o depoimento do jornalista sul-mato-grossense Edivaldo Bitencourt. Edivaldo, que edita o blog O Jacaré, teve que depor na Superintendência da PF em Campo Grande (MS) por ter divulgado um texto que o ministro julgou ofensivo à sua honra. Publicado sob o título “Cunha mantinha bancada mediante mesada e propina, mas Marun era fiel só por ‘amor’, diz delator”, o texto descreveu o depoimento do corretor Lúcio Funaro feito como parte de seu acordo de delação homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Marina fala

Esta será a terceira vez que Marina Silva, 60, (Rede), disputará à Presidência. Na última campanha presidencial, em 2014, ela concorreu pelo PSB e terminou em terceiro lugar, com 21,3% dos votos válidos, o que representou o apoio de cerca de 22 milhões de eleitores. Confira a entrevista feita pelos jornalistas Fernando Canzian, Folha, Diogo Pinheiro, chefe de reportagem do UOL, e Carlos Nascimento, âncora do SBT.

Oportunismo não

Marina Silva, 60, (Rede) diz que não fará um “discurso oportunista” nem adaptará suas propostas para atrair os eleitores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “O eleitor não é bobo, as pessoas sabem as minhas convicções. E se, por ventura, uma pessoa que tinha intenção de votar no ex-presidente Lula vai votar em mim, ela fará isso sabendo o que eu defendo”, disse. Sobre se descartaria uma aliança ou apoio ao PT, Marina afirmou que os eleitores do partido têm todo o seu respeito, mas que sua candidatura “é independente”. Ela, inclusive, sugeriu que não mudaria sua opinião sobre a prisão do petista para atrair o eleitorado de Lula. “Não posso fazer adaptação de discurso, porque eu acho que quem cometeu erro tem que pagar por seu erro.”

Briga de toscos

O presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB) disse, em sabatina realizada pela Folha, UOL e SBT, que Jair Bolsonaro (PSL) e PT estão muito próximos e chegou a chamar o ex-capitão de representante do atraso e do corporativismo. O tucano disse ainda que o oponente não sabe dialogar. “Ele não sabe dialogar. Não sabe ouvir crítica. Então, desrespeita as pessoas. O que o Brasil precisa é de diálogo. Porque quem for eleito presidente da República vai ter que dialogar para poder fazer avançar um conjunto de reformas de que o país precisa”, disse o tucano.

Bolsonaro contra-atacou nas redes. "Geraldo Alckmin me rotula de atrasado por meus votos no passado. Um dos votos que mais me orgulha foi o contra a reeleição de FHC. Não aceitei a propina do seu partido, PSDB. Estou aguardando alguém da sua laia me chamar de corrupto", disse o deputado. Um dia depois, em Salvador, disse que Alckmin deveria mostrar o que fez por São Paulo em vez de criticá-lo. “Um pré-candidato que dentro do seu estado, jogando em casa, está perdendo para mim, não vou polemizar com ele”, disse Bolsonaro, numa referência às pesquisas que o mostram empatado com o tucano entre os eleitores paulistas.

Equipe de primeira

Em meio à greve dos caminhoneiros que paralisam o Brasil, Michel Temer resolveu anunciar sua participação na entrega de veículos para conselhos tutelares no Rio de Janeiro. Como resposta, recebeu uma série de críticas de internautas cobrando que o presidente saia da beira da estrada e resolva o grave problema gerado pela tributação excessiva que motivou a paralisação.

A culpa é dele

A atmosfera eleitoral já havia produzido uma fenda nas relações do presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM) com Michel Temer (MDB). Maia tramaria contra Temer porque quando um presidente sem vice afunda, o comandante da Câmara ascende por gravidade. Em conversa com o jornalista Josias de Souza, no entanto, Maia fez um desabafo. “O problema deles não sou eu, mas a impopularidade do presidente. O problema do governo são os 86% de brasileiros que avaliam o Michel de formal terminal. Essa é que a verdade”, declarou Maia. Ele se referia ao percentual de eleitores que disseram ao Datafolha, em pesquisa divulgada no mês passado, que não votariam num presidenciável indicado por Temer. Candidato ao Planalto pelo DEM, Maia avalia que o Planalto não tem razões para cobrar-lhe lealdade.

Governo fraco

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), criticou o decreto editado por Michel Temer (MDB) para autorizar o envolvimento das Forças Armadas no esforço para a liberação das estradas bloqueadas por caminhoneiros. “Isso é coisa típica de governo fraco”, disse Maia.

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Victor Barone

Jornalista, professor, mestre em Comunicação pela UFMS.


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