28/03/2024 - Edição 540

Ágora Digital

Marun ganhou um fã

Publicado em 03/11/2017 12:00 - Victor Barone

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O deputado Carlos Marun (PMDB-SP) está fazendo fãs no Congresso Nacional com seu estilo “topo tudo a todo custo”. Que o diga o deputado federal Wladimir Costa (SD-PA). Conhecido menos por sua atuação parlamentar do que pelas gafes constrangedoras que protagoniza (tipo ser flagrado no plenário pedindo nudes pelo celular), Costa promete tatuar o nome de Marun no peito. Isso mesmo: depois da tremenda papagaiada da tatuagem de hena em homenagem a Temer, agora, o prócere da tropa de choque do presidente Michel Temer (PMDB-SP) vai aprontar mais uma. “Marun é muito respeitado, não tem duas caras, combate as roubalheiras do PT. Sinceramente, após tatuar o nome do Temer, penso em tatuar o nome dele. Marun é uma referência para todos nós”, disse. Que tal?

Meu amigo Benito

O cantor e compositor Benito Di Paula ficou muito bravo com o uso de sua canção (Tudo está no seu lugar), pelo deputado Carlos Marun (PMDB-MS), em comemoração à votação que impediu o Supremo Tribunal Federal (STF) de investigar o presidente Michel Temer (PMDB-SP). Muito feliz da vida, o deputado não se conteve, e foi filmado cantarolando a música do Benito e fazendo uma “dancinha” para exaltar o resultado do placar pró-impunidade na Câmara. “Agora o cara vai pegar a minha música, que eu fiz para a minha mãe, e vai cantar que ‘tudo está no seu lugar’ porque o cara ganhou? Isso não é música de político não, rapaz! Isso é música de família!”, desancou o cantor no vídeo, de aproximadamente dois minutos. Assista a bronca.

Magoou

O deputado Carlos Marun (PMDB-SP) ficou muito magoado com a bronca que levou do cantor e compositor Benito Di Paula (leia a nota acima), que se disse fã. “Mas daqui para frente ele pode ficar tranquilo que não mais o farei, agora que recebi a ordem do dono das músicas”. O deputado disse que considerou o vídeo gravado por Benito “absolutamente incompatível” e que está triste e decepcionado com o cantor, que quer “censurar e impor o novo AI-5”. Olha só.

Dancinha sem ritmo

A dancinha de Carlos Marun (PMDB-MS) na Câmara, ao comemorar a votação que livrou Michel Temer (PMDB-SP) da segunda denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal (STF), rendeu um bate-boca ao vivo do deputado com comentaristas políticos do programa "3 em 1" da Rádio Jovem Pan de SP – Carlos Andreazza e Vera Magalhães. Marun havia sido informado de que teria sido ofendido pelos integrantes do programa e quis dar sua versão sobre o episódio. Ao participar ao vivo, por telefone, o deputado bateu boca com os jornalistas. Dá uma olhada.

O dono do cofre

“Sim, sou presidenciável”, afirmou o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, à revista Veja. Para ele, o cenário é favorável a um candidato reformista. Disse ainda que e que a mesma melhora da economia que “salvou” Temer pode viabilizar sua candidatura. “Na primeira vez que levantaram esse assunto, há alguns anos, eu disse que a Presidência era uma questão de oportunidade e destino. Olho com realismo as coisas. Eu acredito que o país vai, de fato, estar bem na situação econômica, mas existem condições políticas e condições eleitorais que precisam ser analisadas”, diz Meirelles.

Para tudo

O Ministério da Transparência suspendeu por dois anos a investigação de desvios praticados pela Engevix na Petrobras, sob a justificativa de que a empreiteira propôs um acordo de leniência —espécie de delação premiada para pessoas jurídicas. Documentos do Tribunal de Contas da União (TCU) mostram, no entanto, que, enquanto as apurações ficaram paradas, a construtora, alvo da Lava Jato, não confessou ilícitos, não colaborou com a descoberta de novos crimes e as negociações fracassaram. A suspensão de investigações tem sido um padrão na Transparência. Onze empresas suspeitas de corrupção, a maioria alvo da Lava Jato, tiveram processos administrativos de responsabilização (PARs) congelados para negociar colaborações, segundo dados da própria pasta. Porém, até agora, só uma, a UTC Engenharia, chegou a um termo com o governo.

Da prisão para a presidência da AL-MT

A Assembleia Legislativa do Mato Grosso libertou da prisão seu vice-presidente, o deputado estadual Gilmar Fabris (PSD). Ele deixou a cadeia na quarta-feira da semana passada, após 40 dias no xilindró. Agora, o ex-presidiário se prepara para assumir a presidência do legislativo mato-grossense por dois dias: 14 e 15 de novembro. O presidente da Casa, Eduardo Botelho (PSD), terá de assumir interinamente o governo do Estado, pois o governador Pedro Taques e seu vice, Carlos Fávaro (PSD), viajarão para o exterior. Fabris, envolvido no escândalo do mensalinho que o ex-governador Silval Barbosa pagava a parlamentares estaduais, assumirá os negócios da Assembleia por 48 horas, transformando-se em mais um símbolo da casa da mãe joana em que se converteu a política brasileira.

Governo ignora Dodge

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge recebeu do ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, a garantia de que o governo responderia em dez dias à recomendação do Ministério Público Federal (MPF) para que seja revogada a portaria que dificultou o combate ao trabalho escravo no Brasil. Dezessete dias depois a promessa ainda está em suspenso. Suspensa por ordem da ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), a portaria do governo ainda não foi revogada.

“Preciso comer, beber, me calçar”: com R$ 61 mil

A ministra dos Direitos Humanos, Luislinda Valois (PSDB-BA), tentou garantir vencimentos mensais de R$ 61 mil. Alegou que a imposição do teto remuneratório de R$ 33.700 a aproxima de uma rotina que “se assemelha a trabalho escravo”. Valois pretendia reivindicar o acúmulo de dois vencimentos. Como desembargadora aposentada, ela recebe R$ 30.471,10. Como ministra, seu contracheque seria de 30.934,70. Entretanto, a lei proíbe servidores públicos de receberem remuneração mais alta que a dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que é de R$ 33.700. Para não extrapolar o teto, o Tesouro abate do salário de Luislinda R$ 27.642,80, reduzindo sua remuneração de ministra a R$ 3.292. Ou R$ 2.700 líquidos, como prefere realçar a ministra. Assim, ela embolsa mensalmente ''apenas'' R$ 33.700, equiparando-se aos magistrados da Suprema Corte. “Como é que eu vou comer, como é que eu vou beber, como é que se vai calçar?”, ela perguntou, numa entrevista à uma Rádio Gaúcha. Tadinha…

Ele quer saber quem dedurou, nós queremos saber de onde veio a grana

O ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) acesso ao número de telefone que fez a ligação anônima que denunciou à Polícia Federal o apartamento, em Salvador, onde estavam os R$ 51 milhões em espécie. Nós, o povo, queremos saber onde o nobre arrumou o dinheiro.

Plugadão

O ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot, que deixou o cargo em setembro, estreou na quinta-feira (2) no Twitter. No segundo post, avisou: “não sou candidato a nenhum cargo eletivo. Sigo com a agenda anticorrupção”, e foi além: “Saúdo todas as tribos do Twitter. Acompanharei aqui a luta de todos nós contra a corrupção no Brasil e em nossos vizinhos da América Latina”, escreveu na primeira mensagem publicada na rede social.

Angorá feliz

O presidente Michel Temer (PMDB) sancionou a Medida Provisória 782, agora convertida na Lei 13.502, que reestrutura os cargos do governo federal. Publicada no Diário Oficial da União de sexta-feira (3), a nova regra tem como principal destaque a recriação definitiva da Secretaria-Geral da Presidência. Com isso, o seu ministro, Moreira Franco (PMDB-RJ), garante o direito ao foro privilegiado. Entendeu?

Cadê minha foto?

Presos em desdobramentos da Operação Lava Jato, os ex-deputados peemedebistas Eduardo Cunha (RJ) e Henrique Eduardo Alves (RN), ambos do PMDB, até hoje não constam da galeria de fotos de ex-presidentes da Câmara fixada na parede contígua à entrada principal do plenário. E não foi por falta de tempo para a inclusão das respectivas fotografias: Henrique Alves comandou a Casa até janeiro de 2015. Já Cunha – que, em maio de 2016, foi afastado das funções pelo Supremo Tribunal Federal (STF) – deixou definitivamente o posto em setembro do ano passado, quando foi cassado por seus pares. Cunha e Henrique Alves estão entre os membros do chamado “quadrilhão do PMDB”, apelido dado pelo ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot ao grupo de políticos do partido acusados por crimes como corrupção e lavagem de dinheiro.

Bad ass

O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), aceitou abrir um inquérito para investigar a deputada Jozi Araújo (PODE-AP) por ameaça e lesão corporal. A parlamentar é suspeita de ter mandado espancar um ex-cabo eleitoral que cobrava uma dívida de R$ 35 mil. O pedido de investigação foi feito pelo ex-procurador-geral Rodrigo Janot e endossado pela atual procuradora-geral da República, Raquel Dodge.

Presidiário-presidiário sofre AVS e Marun culpa a Justiça

Condenado a 7 anos e dois meses de prisão, mas autorizado a deixar a cadeia durante o dia para exercer o mandato na Câmara Federal, o deputado Celso Jacob (PMDB-RJ) sofreu um sofreu um AVC (Acidente Vascular Cerebral) hemorrágico “de pequena abrangência” na última segunda-feira (30). Desde então, o parlamentar segue internado em um hospital de Brasília. Segundo informações da assessoria de Jacob, apesar de passar bem, não há previsão de alta. Procurador parlamentar da Câmara e colega de legenda, o deputado Carlos Marun (PMDB-MS) afirmou que o quadro de saúde de Jacob é “resultado das tensões provocadas pela sua absoluta inconformidade em relação a injusta condenação da qual foi vítima”.

Depois o doido é o Torquato…

O presidente Michel Temer (PMDB-SP) conversou com o ministro da Justiça, Torquato Jardim, na quinta-feira (2). Falaram sobre o quiprocó que estremeceu as relações entre Brasília e Rio de Janeiro depois que o ministro dirigiu críticas cáusticas às autoridades de segurança do Estado. Munido de panos quentes, o presidente pediu ao ministro que não inflame ainda mais o incêndio. Mas o que disse Torquato de tão grave? Apenas o que já era murmurado por todas as autoridades que lidam com a área de segurança no Governo Federal: que a PM do Rio é controlada pelo crime organizado, não pelo governo estadual. Os criminosos participam da escolha do comando da Polícia Militar. E os chefes dos batalhões da PM são “sócios do crime”, disse Torquato que, repita-se, é o ministro da Justiça, não um palpiteiro.

Na avaliação do ministro da Justiça, está ocorrendo uma mudança no perfil do comando da criminalidade no Rio. “O que está acontecendo hoje é que a milícia está tomando conta do narcotráfico. Os principais chefões do tráfico estão trancafiados em presídios federais. E o crime organizado deixou de ser vertical. Passou a ser uma operação horizontal, muito mais difícil de controlar.” Ao esmiuçar seu raciocínio, Torquato declarou que a horizontalização do crime fez crescer o poder de capitães e tenentes da polícia. “Aí é onde os comandantes de batalhão passam a ter influência. Não tem um chefão para controlar. Cada um vai ficar dono do seu pedaço. Hoje, os comandantes de batalhão são sócios do crime organizado no Rio.”

Pois é… Não adianta o presidente pedir o silêncio do ministro; não adianta o governo do Rio de Janeiro protocolar no Supremo Tribunal Federal (STF) uma interpelação judicial contra Torquato Jardim; não adianta os delegados da Polícia Federal considerarem as declarações “inadequadas" e “temerosas"; não adianta o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), se dizer “perplexo” e “pedir provas”. O fato é que a Polícia Militar carioca se transformou em mais uma facção do banditismo que controla o Estado.

CPI das Milícias

A conclusão a que chegou o ministro da Justiça, Torquato Jardim, sobre a Polícia Militar carioca (leia a nota acima) não é nenhuma novidade. Repete, na verdade, o que se concluiu na CPI das Milícias, em 2008.O deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL-RJ), que presidiu a Comissão sobre essas organizações criminosas formadas por policiais e ex-policiais, diz que a milícia é o único grupo que transforma domínio territorial armado em domínio eleitoral no Rio. Freixo, que também presidiu a CPI do Tráfico de Armas e Munições faz uma reflexão ácida sobre o episódio. ''Quando o ministro da Justiça fala disso como se fosse uma novidade e não tem nenhuma atitude sobre isso, é realmente assustador.''

A Lava Jato é nossa, aha, uhu!

Em entrevista concedida à CNN Espanhola na quarta-feira (1º), o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot afirmou que a Operação Lava Jato não pertence mais ao Ministério Público, mas "à sociedade brasileira e aos países atingidos pelos atos de corrupção de empresas brasileiras". Ao responder se ele confia que a atual Procuradora-Geral, Raquel Dodge, vai continuar a Operação Lava Jato com a mesma intensidade, Janot disse: "Espero que sim, que os trabalhos continuem".

Incontrovérsias

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, afirmou ser “fato incontroverso” que o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes (PSDB-SP), recebeu R$ 500 mil da Odebrecht para sua campanha a senador em 2010 que não foram declarados à Justiça Eleitoral. Em relatório de investigação enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), Dodge disse, no entanto, que ainda falta apurar a origem dos recursos e a finalidade do repasse, o que é fundamental para saber se houve corrupção no episódio ou somente caixa 2. Aloysio Nunes é investigado desde março por supostamente ter recebido propina para interceder a favor da Odebrecht em contratações da Dersa, estatal paulista responsável por obras rodoviárias no estado. O relator do caso no STF é o ministro Gilmar Mendes.

Tucaninhos bravos

Depois da baixaria na reunião da bancada do PSDB da Câmara Federal, nesta semana – na qual deputados tucanos de Minas Gerais e Goiás – da ala governista – ligados a Aécio Neves (PSDB-MG) e a Marconi Perillo (PSDB-GO) atacaram impiedosamente o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), cresce a articulação para que Tasso e Perillo acertem um revezamento na presidência do tucanato. Por não ser candidato em 2018, Tasso assumiria o posto num primeiro momento. Passado um ou dois anos, a vaga seria de Perillo, que deve concorrer ao Senado no ano que vem. A ala que apoia a candidatura de Marconi diz que ele não abre mão “de jeito nenhum” da disputa.

Barroso volta à carga

Depois de protagonizar um duro embate com o ministro Gilmar Mendes no plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), na semana passada, o ministro Roberto Barroso repetiu as críticas que fez ao colega durante o 34º Encontro Nacional dos Procuradores da República, em Porto de Galinhas (PE). Durante a discussão no plenário do Supremo, Barroso disse que Gilmar Mendes “vai mudando a jurisprudência de acordo com o réu” e que promove não o Estado de Direito, mas um “Estado de compadrio”. Também afirmou que Mendes tinha uma “parceria com a leniência em relação à criminalidade de colarinho branco”.  Falando para a plateia de procuradores nesta semana, Barroso mostrou que não está disposto a colocar panos quentes no episódio. Sem citar Gilmar Mendes, o ministro voltou a atacar o “Estado de compadrio” que muda a jurisprudência “de acordo com o réu” e busca perpetuar “a cultura ancestral de leniência e impunidade com a criminalidade do colarinho branco”.

Oi?

“Dos cinco presidentes militares quais eram formados em economia? Nenhum. Eles trouxeram o Brasil da 49ª a 8ª economia do mundo”, disse o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) em entrevista à jornalista Mariana Godoy provocando uma reação, primeiro estupefata, depois didática, da profissional. “Oi?”, reagiu Godoy, para em seguida explicar: “Não, eles deixaram o Brasil com muita inflação, fizeram a dívida externa do tamanho que ficou”.

Dívida santa

Igrejas e entidades religiosas devem R$ 920 milhões à Receita Federal e à Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN) em impostos e tributos. Quase 60% dos R$ 799 milhões cobrados pela Receita são por contribuições previdenciárias não pagas. No início deste mês, durante a deliberação do texto-base do Refis, os deputados aprovaram uma emenda que perdoava dívidas dessas entidades, mas que foi derrubada quando a proposta chegou ao Senado.

Lula de lavada

De acordo com a pesquisa do Ibope divulgada no último dia 29, Lula (PT-SP) e Bolsonaro (PSC-RJ) disputariam a presidência no segundo turno se a eleição presidencial acontecesse hoje. Lula lidera com larga vantagem em todos os cenários em que seu nome aparece. O petista abre vantagem de mais de 20 pontos percentuais de Bolsonaro na pesquisa estimulada (com as opções de nomes para os entrevistados responderem). Enquanto Lula tem 35%, o deputado fluminense aparece com 13%. Marina Silva é a terceira colocada nesse cenário, com 8%. Nas respostas espontâneas – sem nomes apresentados -, Lula também lidera, com 26% das intenções de voto. Bolsonaro (9%) e Marina (2%) também aparecem em segundo e terceiro, respectivamente, nesse caso.

Mais Lula

Nova pesquisa do Instituto Datapoder360, divulgada no último dia 31, mostra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT-SP) e o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) consolidados à frente das sondagens para as eleições de 2018. O petista tem 28% das intenções de voto, num cenário com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), na disputa. Com o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), num segundo cenário, Lula alcança 32%. Já Bolsonaro tem 25% no primeiro cenário, com Alckmin. Com Doria na disputa, o deputado alcança 20% no segundo. Alckmin alcança 7% na disputa. A ex-ministra Marina Silva (Rede), 6%. O ex-ministro Ciro Gomes (PDT), 5%. Num cenário com Doria, que obtém 9%, Ciro e Marina obtêm 6% e 5%, respectivamente.

Sem Lula

O PT tem negado ter um “plano B” caso Lula seja condenado em segunda instância e não possa se candidatar. O Datafolha testou o poder de transferência de votos do ex-presidente e perguntou aos entrevistados se eles votariam em um nome indicado por Lula. Apesar da considerável vantagem sobre os outros candidatos, a transferência de votos do petista – correspondente àqueles que responderam que votariam com certeza em um apadrinhado de Lula – é de apenas 26%. Em uma simulação sem Lula, o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) e a ex-senadora Marina Silva (MAIS–AC) ficam empatados em primeiro, com 15%. O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT), cujo nome é citado como um possível “plano B” do PT caso Lula não possa concorrer, aparece com apenas 1% das intenções dos entrevistados.

Mínimo ainda menor

No anúncio da revisão do orçamento da União para 2018, o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, anunciou que o governo prevê uma redução de R$ 4 no salário mínimo, passando de R$ 969 para R$ 965. É a segunda vez que o governo reduz a proposta da remuneração mínima no Brasil. Em agosto, o governo já tinha revisado a proposta, inicialmente prevista em R$ 979. Atualmente, o salário mínimo é de R$ 937.

Boca fechada

O deputado cassado e ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, descartou – no último dia 31 – a possibilidade fazer um acordo de delação premiada com a Procuradoria Geral da República (PGR). A exemplo de Funaro, operador do PMDB em esquemas de corrupção, Cunha está preso e condenado por imposição da Operação Lava Jato – mas, ao contrário do delator, não prosperou em negociações sobre eventual colaboração judicial. Questionado pelo repórter do jornal Folha de S. Paulo sobre uma possível delação, Cunha respondeu com um conciso “esquece”.

De olho no Jucá

Em manifestação ao Supremo Tribunal Federal (STF), a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, reforçou denúncia oferecida pelo ex-procurador-geral Rodrigo Janot contra o senador Romero Jucá (PMDB-RR) e o empresário Jorge Gerdau Johannpeter, presidente do Conselho de Administração do grupo Gerdau. Na denúncia, Janot pediu o pagamento de R$ 2,6 milhões por danos materiais e morais no âmbito da Operação Zelotes. Jucá e Gerdau foram denunciado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Alvo de 15 inquéritos no Supremo, sendo 8 no âmbito da Operação Lava Jato, nesta acusação Jucá é apontado por Janot como beneficiário de Gerdau, no valor de R$ 1,3 milhão, para alterar uma Medida Provisória a fim de beneficiar o grupo empresarial. Jucá foi o relator-revisor da matéria no Senado. O valor, segundo a denúncia, foi repassado por meio de doações oficiais ao diretório nacional do PMDB e ao diretório estadual de Roraima.

Contra a tortura

Seis parlamentares do Psol pretendem protocolar uma representação no Ministério Público Federal (MPF) contra o deputado Laerte Bessa (PR-DF) por apologia à tortura e incitação à violência. O documento é motivado por uma fala de Bessa contra o artista Wagner Schwartz, que protagoniza, nu, performance no Museu de Arte Moderna (MAM) em São Paulo. Os deputados querem que o representante do Distrito Federal dê detalhes sobre os instrumentos de tortura que utilizava, segundo seu próprio relato na Câmara, bem como em quais circunstâncias os atos foram praticados. Além disso, eles pedem a identificação das vítimas da violência. O crime de tortura é imprescritível pelo Código Penal brasileiro e na Constituição de 1988.

“Eu queria perguntar a ele [deputado Jean Wyllys, Psol-RJ] se conhece direitos humanos. Direitos humanos é um porrete de pau de guatambu que a gente usou, muitos anos, em delegacia de polícia. Se ele conhece rabo de tatu, que nós também usamos em bons tempos de delegacia de polícia”, disse Bessa em plenário.

O pronunciamento do parlamentar foi feito em sessão da Câmara realizada em 3 de outubro. Na ocasião, Laerte Bessa comentava declarações do deputado Jean Wyllys (Psol-RJ), que defendia a apresentação artística no MAM. Na Câmara, o deputado chegou a ameaçar o artista Wagner Schwartz, que fez a apresentação na estreia do 35º Panorama de arte Brasileira e causou polêmica nas redes sociais após a performance de nudez. “Se aquele vagabundo fosse fazer aquela exposição lá em Goiás, ele levaria uma taca que ele nunca mais ia querer ser artista. E outra: ele nunca mais ia tomar banho pelado”, disse Laerte Bessa.

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Victor Barone

Jornalista, professor, mestre em Comunicação pela UFMS.


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