16/04/2024 - Edição 540

Ágora Digital

Maia e o pacote de cocô

Publicado em 30/06/2017 12:00 - Victor Barone

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A Polícia Legislativa da Câmara dos Deputados investiga o envio de um envelope para o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), com cocô dentro. É verdade. A Coordenação de Polícia Judiciária do Departamento de Polícia Legislativa confirma que um funcionário do gabinete parlamentar de Rodrigo Maia recebeu um envelope com fezes no início da semana. Os policiais apuram de que agência dos Correios o envelope foi despachado e se é possível identificar o remetente. Eles buscam imagens de câmeras de segurança para identificar o suspeito. Após a apuração preliminar, a Polícia Legislativa poderá lavrar um termo circunstanciado, visto que o ataque é tratado como uma brincadeira de mau gosto e deverá ser enquadrado como contravenção, dado o baixo grau de poder ofensivo. O termo circunstanciado será, então, encaminhado à Justiça. Procurada, a assessoria de Rodrigo Maia diz que não quer comentar o incidente.

Tucano de bico

O ministro Marco Aurélio Mello, do STF (Supremo Tribunal Federal), devolveu o mandato ao senador Aécio Neves (PSDB-MG). Ele prestou um serviço ao presidente Michel Temer (PMDB-SP) já que o senador mineiro faz parte do bando tucano que apoia a permanência de Temer no Planalto. O maior prejudicado da manobra é o próprio PSDB, que além de perder a oportunidade de se livrar do peso de Aécio, pode estar em vias de estabelecer uma ligação pouco proveitosa com o PMDB para 2018. O tucanato poderia ter saído a cavalheiro de sua ligação com o governo federal. Preferiu se agarrara cargos e agora, mesmo que queira, dificilmente se desvencilhará do aliado incômodo. Especialmente de Aécio crescer novamente.

Perdeu a noção

Ao celebrar o aniversário de um ano da Lei de Responsabilidade das Estatais, o presidente Michel Temer (PMDB-SP) disse que era preciso proteger as empresas e bancos públicos “de um certo assédio ilegítimo de quem quer que fosse.” Oi? Se a Lava Jato provou alguma coisa é que muita gente enriqueceu ilicitamente nos governos coabitados por PT, PMDB e seus parceiros. Foi sob Lula e Dilma que a aliança das empreiteiras com o Estado tomou proporções, digamos, titânicas.

Gulosos

O ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), recebeu o presidente Michel Temer (PMDB-SP), Moreira Franco (ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência do governo) e Eliseu Padilha (Ministro-chefe da Casa Civil) para um jantar em sua residência. Os convidados estão envolvidos até o talo em inquéritos que correm na Corte Suprema. O que rolou entre os quitutes, apenas as mais férteis mentes podem imaginar…

Socialista…

“Informo que os deputados federais Danilo Forte (PSB- CE) e Fabio Garcia (PSB – MT) permanecem como titulares da Comissão de Constituição e Justiça (CCJC) da Câmara dos Deputados. Enfatizamos que a prerrogativa de indicar membros de comissão na bancada socialista é do líder do PSB na Câmara. Reitero que não substitui ninguém da CCJ e não o farei. Assim informo que tal notícia não tem procedência e quem a informou não tem legitimidade para fazê-lo”, da deputada federal Tereza Cristina (PSB-MS), que de socialista tem apenas a cor da unha, mantendo na CCJ, em desacordo com o partido, dois aliados do presidente Michel Temer (PMDB-SP).

Medo de morto

O vereador Otávio Trad (PMDB) está preocupado com excessos sexuais nos cemitérios campo-grandenses. Para conter os ímpetos dos fetichistas, está propondo que os órgãos competentes aumentem a vigilância nestes locais. Ele também quer vigiar aqueles que usam os cemitérios para rituais religiosos. Segundo Trad, orgias e cerimônias estão se tornando recorrentes entre os mortos (entre seus locais de repouso)

BO

O vereador campo-grandense Valdir Gomes(PP) subiu nas tamancas nesta semana e mandou avisar que com ele o buraco é mais embaixo. Gomes teve acesso a uma conversa de Whatsapp em que um companheiro de partido o ofendia e ameaçava agredi-lo. O vereador não se fez derogado. Chamou o pepista pro confronto e ainda registrou Boletim de Ocorrência por ameaça. Arretado!

Dribladora

Indicada pelo presidente Michel Temer (PMDB-SP) para suceder Rodrigo Janot na Procuradoria-Geral da República, Raquel Dodge faz uma crítica à colaboração premiada firmada com executivos da JBS. Em conversas privadas, ela afirma que faltou ao acordo que converteu Temer em presidente denunciado uma exigência de reparação do dano causado ao erário. O que se pode esperar dela

Sem postura

No seu primeiro pronunciamento como presidente denunciado por corrupção, Michel Temer (PMDB-SP) perdeu o último trunfo que lhe restava: a serenidade. Fora de si, deixou antever o que tem por dentro: raiva excessiva e razão escassa. Movido pelo excesso, atirou em Rodrigo Janot e acertou o próprio pé. Premido pela escassez, exagerou na meia verdade, privilegiando exatamente a metade que é mentirosa. Temer estava irreconhecível. Perdeu a fita métrica que costumava trazer no lugar da língua. As explicações de Temer foram endereçadas aos deputados que compõem a milícia parlamentar que enterrará a denúncia. É gente que despreza o desejo da opinião pública de ver o presidente julgado no Supremo. Discursando para os seus apoiadores na Câmara, o presidente mandou às favas a lógica e a inteligência alheia.

Aprovada

Relator do processo de análise das contas do governo federal em 2016, o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Bruno Dantas recomendou nesta semana a aprovação prévia, com ressalvas, das prestações feitas pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT-RS) e pelo presidente Michel Temer (PMSB-SP). Ué.. mas não estava tudo errado?

Dureza na CCJ

Porta de entrada da denúncia contra Michel Temer na Câmara, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara Federal é presidida por Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), um deputado de primeiro mandato. Há quatro meses, Pacheco chegou a ser cotado para o posto de ministro da Justiça. Mas foi refugado por Temer, que preferiu nomear outro deputado: Osmar Serraglio (PMDB-PR), trocado posteriormente pelo advogado Torquato Jardim. Agora, Pacheco assombra o Planalto com uma retórica escorada num vocábulo que o governo considera tóxico: independência.

Perdidinho

Durante sua viagem à Rússia o presidente Michel Temer (PMDB-SP) se referiu aos empresários e empreendimentos locais como "soviéticos". Não é a primeira fez que a gestão peemedebista comete gafe em relação à Rússia. Na semana passada, o site oficial da Presidência da República chamou a Rússia, cujo nome oficial hoje é Federação Russa, de República Socialista Federativa Soviética da Rússia. A alcunha passou a ser utilizada em 1917, quando o país europeu se tornou uma nação socialista, e foi trocada para Federação Russa em 1991, pouco antes da dissolução da União Soviética. Durante a viagem à Europa, o presidente cometeu outra gafe em sua passagem pela Noruega. Aparentando cansaço, o peemedebista disse que iria visitar o rei da Suécia e o Congresso brasileiro antes de deixar a Noruega: "Hoje, uma reunião com vossa excelência e mais adiante com o Parlamento brasileiro e um pouco mais adiante com sua majestade, o rei da Suécia".

Em causa própria

Enquanto debatem a Reforma da Previdência, deputados federais e senadores estão associados a empresas que devem R$ 372 milhões ao INSS. Segundo levantamento da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional,  73 deputados e 13 senadores estão ligados a grupos devedores da previdência – 1 em cada 7 congressistas. Entre os devedores, 4 senadores e 11 deputados têm empresas que somam dívidas superiores a um milhão de reais.

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Victor Barone

Jornalista, professor, mestre em Comunicação pela UFMS.


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