25/04/2024 - Edição 540

Ágora Digital

Inconfidências sexuais dos Bolsonaro

Publicado em 11/11/2021 12:00 - Victor Barone

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O termo "Micheque", relacionado à Michelle Bolsonaro, está entre o assuntos mais comentados do Twitter na manhã desta sexta-feira (12) por causa do discurso em ato público em que Jair Bolsonaro insinua ter mantido relações sexuais com a primeira-dama.

“Bom dia a todos. Menos para a primeira-dama, porque eu já dei um bom dia muito especial para ela hoje, né? Acredite, se quiser”, disse Bolsonaro, entre risos dos presentes, durante discurso no ato de lançamento do “Programa Brasil Fraterno – Comida no Prato”, na manhã de quinta-feira (11) no Palácio do Planalto.

Que presidente da República submeteria a própria mulher ao constrangimento de tornar público detalhes de sua vida sexual? Só Jair Bolsonaro.

No último 21 de agosto, em fala para um grupo de devotos, Bolsonaro exibiu uma medalha que mandou cunhar com o seu rosto e três palavras: Imorrível, Imbrochável e Incomível.

Ele sempre repete que é imbrochável. Mente. Ninguém é. A mentira revela sua preocupação com o assunto e dificuldades que talvez enfrente como qualquer outra pessoa.

Sempre discreta, Michelle nunca revelou o que acha disso.

FALANDO EM BROCHA

VAI PRA PQP

O presidente Jair Bolsonaro mais uma vez justificou sua iminente filiação ao PL. Em entrevista ao canal bolsonarista Jornal da Cidade Online, o ex-capitão afirmou que escolha por um partido do Centrão é inevitável, já que, fora isso, só sobrariam partidos de esquerda. “Se você tirar o Centrão tem a esquerda, pra onde é que eu vou? Eu tenho que ter um partido se eu quiser disputar as eleições do ano que vem”, justificou, ignorando o convite de legendas da direita, como o PTB, de Roberto Jefferson. Bolsonaro também alegou não ser uma novidade sua escolha pelo bloco, já que faz parte do grupo há mais de 20 anos. “Pessoal critica: ‘ah ta conversando com o Centrão’, quer o quê? Que eu converse com o PSOL? Com o PCdoB?”, questionou. “Tem 513 deputados e 81 senadores, essa é minha lagoa, esses são os peixes na lagoa e eu tenho que convencê-los a votarem nas minhas propostas. Não tenho como sair fora da lagoa. Quando se fala em Centrão também, eu fui do PP por 20 anos, então eu fui do Centrão…essa é a política brasileira”, acrescentou, reagindo às críticas.

A menção ao PSOL gerou reações de figuras de destaque da legenda. Veja algumas delas:

 

REI DO ZAPZAP

Entre os que se informam sobre política principalmente pelo WhatsApp, 51% preferem que o presidente Lula (PT) vença as eleições de 2022 frente a 27% dos que optam pelo atual presidente, Jair Bolsonaro (sem partido). Ao todo, 17% não preferem nenhum dos dois. Os dados são de pesquisa da Quaest Consultoria e da Genial Investimentos, divulgada na quarta (10), que levantou as intenções de voto para a eleição presidencial de outubro de 2022 e avaliou o governo Bolsonaro. Entre 3 e 6 de novembro, 2.063 entrevistas foram feitas em território nacional, com margem de erro de 2,2 pontos percentuais.

FAZENDO O QUE FAZ DE MELHOR

Apontado como chefe do “gabinete do ódio”, o vereador Carlos Bolsonaro teve duas publicações marcadas como “falsas” pelo Instagram no último dia 7. Em ambas, ele espalhava fake news sobre o ex-presidente Lula. “Informação falsa – A mesma informação foi analisada por verificadores de fatos independentes em outras publicações”, dizia o recado da rede social, que ocultou as publicações do filho de Jair Bolsonaro.

Carlos Bolsonaro também aproveitou a semana para apagar postagens de redes sociais em que fazia críticas a Valdemar Costa Neto, dirigente do Partido Liberal, a legenda que vai abrigar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em sua tentativa de se reeleger. Entre as postagens, Carlos cita as propinas para Valdemar e para o antigo PR (hoje, PL). Há ainda um comentário de Jair Bolsonaro, de 2018, quando ele costurava as alianças para a eleição. Na época, Bolsonaro atacou a imprensa e negou que "acena para corruptos e condenados".

FASCISTAS NERVOSOS

O líder do MTST, Guilherme Boulos (PSOL-SP), sofreu ofensas e xingamentos por parte de meia dúzia de bolsonaristas ao sair de uma rádio em Rio Claro (SP). Alguns poucos simpatizantes do presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) o cercaram e ameaçaram Veja abaixo:

 

VEREADORAS DO NOVO SAEM NO TAPA

A vereadora de São Paulo Cris Monteiro (Novo) registrou um boletim de ocorrência contra uma companheira de partido: Janaína Lima (Novo). As duas brigaram banheiro da Câmara de Vereadores na noite da última quarta-feira (10), durante a votação da reforça da previdência dos servidores municipais.

FRASES DA SEMANA

“O teto de gastos é apenas um símbolo, uma bandeira de austeridade. Não podemos ser dogmáticos a respeito dele. A prova é que se fôssemos respeitar o teto, teria sido uma tragédia econômica e sanitária mais agravada em 2020”. (Paulo Guedes, o ministro da Economia que se rendeu)

“Chega de corrupção, chega de mensalão, chega de petrolão, chega de rachadinha. Chega de orçamento secreto. No fim, chega de querer levar vantagem em tudo e de enganar o povo brasileiro”. (Sérgio Moro, ex-juiz, aspirante a candidato a presidente da República)

“Se tirar o Centrão, pra onde é que eu vou?” (Bolsonaro, nascido e criado no Centrão, que dele se afastou para se eleger presidente, e a ele volta como candidato ao segundo mandato)

“Eles [jornalistas] começaram a me agredir falando coisas absurdas. E quando um tentou se aproximar de mim foi barrado pelos carabineiros, pela polícia italiana. Nada além. Não vi acontecer nada a não ser uma gritaria lá”. (Bolsonaro, sobre a agressão a jornalistas em Roma)

“Candidatos que jogam à margem da legalidade acumulam vantagens indevidas. Essas são algumas das razões pelas quais, dentro de certas circunstâncias, os candidatos que recorrem a estratégias de desinformação poderão ter os mandatos cassados”. (Edson Fachin, ministro do STF)

“A economia sofreu um golpe no mundo todo. Sabemos da inflação e do aumento de combustíveis, sabemos que a Petrobras é, infelizmente, independente. Estamos buscando uma maneira de ficar livre da Petrobrás, fatiá-la bastante e, quem sabe, partir para a privatização”. (Bolsonaro)

“Cada um nas suas dificuldades. Eu trocaria qualquer coisa para não ter que ficar pegando avião. Só para ficar pertinho da família. Mas, é isso. Somos mais fortes do que imaginamos”. (Marília Mendonça, em 5 de novembro de 2019, exatamente dois anos antes de morrer)

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Victor Barone

Jornalista, professor, mestre em Comunicação pela UFMS.


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