18/04/2024 - Edição 540

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carta aberta

Publicado em 04/07/2014 12:00 -

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Carta aberta assinada pelos trabalhadores do Centro de Saúde Escola Butantã Samuel Barnsley Pessoa, unidade da Faculdade de Medicina da USP, em defesa de Fábio Hideki Harano.

Nós, trabalhadores do Centro de Saúde Escola Butantã Samuel Barnsley Pessoa da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, decidimos hoje em Assembleia, por unanimidade, vir a público manifestar nosso repúdio à prisão arbitrária de nosso colega Fábio Hideki Harano, preso em 23 de junho de 2014 após participar da manifestação “Se não tiver direitos, não vai ter Copa”.

O envolvimento de Fábio com as causas que ele acredita é visível para todos nós. Ele não poupa energia para defender direitos da população, mesmo que ele não seja diretamente beneficiado, e é comum vê-lo ir, ao término de seu expediente, apoiar presencialmente atos em defesa do bem comum.

Sua militância se expressa também por meio de seu compromisso com seu trabalho como servidor público, realizado com inquestionável retidão. Em seu trabalho na farmácia, Fábio é reconhecido por sua gentileza e atenção dispendida a cada pessoa e pela consciência de seu papel de educação em saúde nos seus atendimentos. Sua atuação política no serviço é também marcada pelo diálogo transparente e construção democrática, sempre se posicionando com convicção e respeito ao outro e às decisões coletivas.

Portanto, foi com assombro que recebemos a notícia de sua prisão e das cinco acusações que lhe estavam sendo imputadas. Não precisamos nos deter sobre três delas (porte de material explosivo, desacato à autoridade e resistência à prisão): há vários vídeos e testemunhos do momento de sua prisão que desmentem essas acusações.

Quanto às outras duas (associação criminosa e incitação à violência), estas nos causaram verdadeira indignação pois não condizem, em absoluto, com o Fábio Hideki Harano, militante, comprometido e não-violento, que conhecemos. Para nós, a conversão em prisão preventiva e a negação do pedido de habeas corpus sob a justificativa de oferecer “perigo à ordem pública” são ultrajantes e consistem em um ato maior de violência perpetrada pelo estado, que merece nosso mais veemente repúdio.

Ao colega Fábio, oferecemos nosso apoio e solidariedade e desejamos-lhe força diante dessa injustiça. Seguimos juntos!


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