25/04/2024 - Edição 540

Saúde

Dor nas costas e no estômago podem indicar infarto

Publicado em 07/07/2014 12:00 -

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O sintoma clássico quase todo mundo conhece: dor forte no peito que irradia para o braço esquerdo. Mas outros sinais menos populares e igualmente importantes também podem indicar um infarto. Dor na mandíbula, sensação de obstrução na garganta e de indigestão e dor nas costas na altura dos ombros são algumas delas.

Segundo o cardiologista do Sergio Timerman, do Instituto do Coração (InCor), um dos casos mais incomuns que já atendeu foi o de uma paciente que se queixava de "dor no dente". "Ele já tinha ido ao dentista, que não constatou nada. A dor, na verdade, era no maxilar", conta.

Não é incomum pacientes com fortes dores nas costas serem encaminhados para outras especialidades além da ortopedia. Isso porque eles sentem dores irradiadas, reflexo de outras originadas em outras partes do corpo, como no coração.

Dores diferentes

A dor cardiológica tem a característica de uma dor de aperto, que piora com o esforço e pode causar náuseas, mal-estar e falta de ar. Uma outra característica que pode ajudar na diferenciação das duas dores é que a dor cardiológica é mais alta, com reflexos nos ombros e no queixo.

Para esclarecer a população sobre os principais sintomas do infarto e lidar com emergências cardiovasculares, a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) prepara uma campanha para ser lançada em breve. Um encarte será distribuído em locais como metrôs e shoppings.

Mas, afirma Antonio Carlos Carvalho, coordenador do Comitê de Emergências Cardiovasculares e Ressuscitação da SBC, não é preciso entrar em pânico com qualquer manifestação de dor.

A dor de infarto, segundo César Jardim, cardiologista do Hospital do Coração (HCor), costuma durar 20 minutos e pode vir acompanhada de mal-estar, palidez e dificuldade para respirar.

Grupos de Risco

O principal diferencial, contudo, é que os tais sintomas atípicos são mais comuns em três grupos: diabéticos, mulheres e idosos. Neles, diz Jardim, os sinais de dor persistentes devem ser olhados com mais atenção.

"O quadro clássico de dor no peito que irradia para o braço esquerdo é muito comum até os 60 anos, mas 50% dos idosos, das mulheres e dos diabéticos apresentam os sintomas menos comuns. Isso faz com que a pessoa leve mais tempo pra pensar que tem algum problema e procurar ajuda, que nesses momentos deve ser urgente."

César Jardim lembra que pacientes com um ou mais fatores de risco (histórico familiar, obesidade, tabagismo, sedentarismo, colesterol e pressão alta) também devem ficar mais atentos a qualquer dor anormal e visitar um médico regularmente.

"O ideal é não esperar sentir dor para procurar atendimento. No cenário perfeito, todos deveriam procurar saber se têm fatores de risco e se cuidar para prevenir algo mais grave."


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