28/03/2024 - Edição 540

True Colors

Casais homoafetivos criam filhos tão bem quanto heterossexuais, diz estudo

Publicado em 18/07/2018 12:00 - Redação Semana On

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Uma pesquisa publicada recentimente no periódico “The Journal of Developmental and Behavioural Paediatrics” e realizada na Universidade de Roma, apontou que filhos de casais homoafetivos crescem tão bem quanto os criados por heterossexuais e até têm mais “estabilidade emocional”. Os dados descobertos servem para contrariar a ideia de que a sexualidade dos pais afeta de alguma forma a criação dos filhos . 

Por meio de um questionário, os pesquisadores italianos consultaram 70 famílias com pais gays (que tiveram filhos usando barriga de aluguel), 125 com mães lésbicas (que tiveram filhos por inseminação artificial) e 195 com pais heterossexuais. De acordo com o estudo, o bem-estar da criança está ligado ao bom funcionamento das famílias, e os núcleos com casais homoafetivos  são as que funcionam melhor.

Para chegar a esse resultado, as características dos filhos foram combinadas com a avaliação dos pais sobre o funcionamento da família, sobre as próprias habilidades de criação e cuidados com a criança. Os resultados obtidos não apresentaram nenhuma grande diferença no comportamento psicológico e social de crianças dos três grupos de famílias. Em geral, crianças com pais do mesmo sexo reportaram menos dificuldades nesses âmbitos.

Famílias com pais gays foram as que apresentaram o melhor funcionamento, de acordo com a autoavaliação de cada uma. De acordo com os pesquisadores, isso pode ter ocorrido devido ao alto nível de comprometimento necessário para que homens homossexuais se tornem pais usando uma barriga de aluguel. Como conclusão, o estudo deixa uma mensagem para políticos italianos e serve de argumento contra a ideia de que filhos de casais homoafetivos podem ser prejudicados pela criação "diferente".  

Direitos de casais homoafetivos na Itália

Embora muitos países estejam se esforçando para modernizar as leis que dizem respeito a casais homoafetivos , a Itália ainda oferece um bocado de dificuldades para que essas pessoas adotem crianças ou até registrem crianças – já que, para isso, a instituição exige pessoas do sexo oposto. Em março de 2017, porém, foi reconhecida pela primeira vez a adoção de duas crianças por um casal gay, decisão inédita na história do país.

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Victor Barone

Jornalista, professor, mestre em Comunicação pela UFMS.


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