26/04/2024 - Edição 540

Brasil

Anistia Internacional cobra conclusão sobre assassinato de Marielle Franco e seu motorista

Publicado em 17/05/2018 12:00 -

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Após dois meses dos assassinatos da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e do motorista Anderson Gomes, a Anistia Internacional afirmou que, cada dia que se passa sem respostas sobre o caso, aumenta as dúvidas sobre a eficácia da investigação. Em nota, a diretora executiva da instituição no Brasil, Jurema Werneck, reforçou que as perguntas quem matou Marielle e Anderson e quem mandou matar não podem ficar sem respostas.

O comunicado traz também declarações da família de Marielle. A mãe da vereadora, Marinete Silva, agradece os esforços feitos até o momento na investigação, considerada séria, e destaca também a necessidade de continuar a cobrança por justiça.

Segundo a nota, a irmã de Marielle, Anielle Silva, também reafirma o compromisso de lutar pelo esclarecimento do assassinato. ”Enquanto tivermos forças exigiremos Justiça, e o faremos nas ruas e nos espaços públicos. A minha irmã era da resistência e é assim que nós seremos até o fim”.

Milicianos

Apontado por uma testemunha mantida sob sigilo como um dos responsáveis pelo assassinato de Marielle, o também vereador Marcello Siciliano (PHS) aparece em duas gravações conversando por telefone com milicianos. Ele atende a um pedido de policiamento e pede ajuda para fazer a implantação de um projeto social em área de milícia.

Siciliano e Orlando Oliveira de Araújo, o Orlando Curicica, são acusados por uma testemunha de ser os mandantes do assassinato de Marielle na noite de 14 de março, há exatos dois meses.

Na primeira conversa exibida pelo programa Fantástico, o vereador e um miliciano se cumprimentam chamando um ao outro de “irmão”. Em outra conversa, outro miliciano pede que Siciliano acione o 31º Batalhão da Polícia Militar (BPM).

Homem: “Uns bandidos lá mataram um amigo nosso. Você podia dar um toque no pessoal do 31 pra ficar de olho. Se botar uma blitz ali, vai pegar”.

Siciliano: “Vou mandar botar agora. Na volta eu passo aí. Beijo.”

Homem: “Tá bom. Beijo. Fica com Deus.”

Siciliano: “Te amo, irmão.”

No segundo telefonema, segundo os investigadores, o vereador pede ajuda para inaugurar um projeto social na área de milícia:

Siciliano: “O garoto ia começar a fazer o projeto lá hoje. Aí o rapaz falou: ‘Não. Não vai fazer nada, não.”

Homem: “Não, pode ir.”

Siciliano: “Eu posso ir atrás lá da pessoa pra resolver no teu nome?”

Homem: “Pode. Vou te mandar o telefone aqui.”

Em nota ao Fantástico, o vereador afirmou que nunca teve envolvimento com milícias, que já foi investigado, mas não foi indiciado pela polícia.

Curicica, que está preso desde outubro do ano passado, também negou por carta participação no assassinato de Marielle e de seu motorista, Anderson Pedro Gomes.


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