20/04/2024 - Edição 540

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Os fascistas estão voltando?

Publicado em 30/05/2014 12:00 -

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Na França, a Extrema-Direita foi a grande vencedora das eleições europeias. O Secretário Geral honorário da Frente Nacional – o partido vencedor – disse, há poucos dias atrás, que o vírus do Ébola resolveria o problema da imigração na França em três meses. O mesmo sujeito disse que as câmaras de gás na II Guerra Mundial foram apenas um pequeno detalhe do regime nazi.

Na Alemanha, o NPD, Partido Nacional Democrático, também conseguiu lugares no Parlamento Europeu. Este partido neo-nazista defende que a Europa é um continente de pessoas brancas, quer expulsar os estrangeiros que vivem e trabalham na Alemanha, e levam para os seus comícios bandeiras proclamando a ideologia nazi do “Nacional Socialismo”.

Na Grécia, os ultra-nacionalistas da Aurora Dourada também conseguiram lugares no Parlamento Europeu. O porta-voz do partido enverga, orgulhosamente, uma suástica tatuada no ombro, exclamou que o país tem de libertar-se da escumalha, referindo-se aos imigrantes na Grécia, e vários dirigentes do partido estão actualmente detidos, condenados por crimes de ódio. Foi o terceiro partido mais votado na Grécia.

Na Finlândia, o Finns foi um dos partidos que também assegurou lugares no Parlamento Europeu. Este partido defende que só os verdadeiros finlandeses têm o direito a viver no país, quer expulsar os muçulmanos do território nacional e quer proibir a união de casais do mesmo sexo.

Na Dinamarca, o Partido do Povo Dinamarquês teve quase 27% dos votos e duplicou o seu número de eurodeputados. A fundadora do partido defende que a imigração na Dinamarca não é natural nem bem-vinda e alega que os imigrantes na Dinamarca só poluem o país com guerras de clãs, assassinatos e violações.

O elemento comum a todos estes partidos é a ideologia fundamentada pelo preconceito racial e xenófobo.

Na Holanda, o Partido da Liberdade, de Extrema-Direita, consegiu quatro lugares no Parlamento Europeu. O líder do partido quer expulsar todos os muçulmanos do país e já tem tentado formar alianças com outros partidos ultra-nacionalistas de outros países, tentando promover leis europeias de maior controlo de fronteiras e restrição da livre-circulação de cidadãos europeus na Zona Euro.

O Jobbik, na Hugria, é um partido neo-nazi que defende que os judeus que vivem no país devem estar sujeitos a um registo especial, que os sujeite a controlos regulares, pois consideram que os judeus constituem um risco para a segurança nacional. Vários dirigentes do partido também já referiram que gostariam de ver a raça cigana erradicada do planeta. Conseguiram 14,7% dos votos nestas eleições.

Na Áustria, o partido da Liberdade Austríaca aumentou a sua representação no Parlamento Europeu para o dobro, conseguindo dois eurodeputados. Este partido, de ideologia ultra-nacionalista, defende que os estrangeiros no país devem voltar para os seus países e que a Áustria não tem lugar para mais imigrantes.

Na Itália, os Lega Nord conseguiram 6% dos votos. Um dos seus eurodeputados disse que os negros são intelectualmente inferiores aos brancos.

Pela primeira vez, o Parlamento Europeu terá um bloco inteiro constituído por partidos da Extrema-Direita, ultra-nacionalistas, defensores da saída dos seus países da União Europeia.

O elemento comum a todos estes partidos é a ideologia fundamentada pelo preconceito racial e xenófobo. Agora, esses grupos têm uma representação europeia forte, que poderá ser decisiva durante os próximos anos, na aprovação e rejeição de muitas das leis que influenciarão a política dos Estados-Membro.


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