28/03/2024 - Edição 540

Brasil

Inconstitucionais, movimentos separatistas estão por todo o Brasil

Publicado em 16/03/2018 12:00 -

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Levantamento do site Poder360 aponta que os movimentos separatistas em atuação no Brasil alcançam todas as unidades da federação. Atualmente, pelo menos 27 grupos estão em atividade. Alguns têm páginas formais na web. Outros criaram apenas perfis em redes sociais. Eis a lista:

Ao levantar a bandeira da separação do resto do país, os movimentos alegam desde a carga a tributária sobre as regiões, potencial de autossuficiência até fatores políticos, como corrupção.

O O Sul é o meu país é o mais atuante, com reuniões de células todas as semanas. Nos últimos 2 anos, o grupo realizou o que chama de plebiscitos para questionar os sulistas sobre a separação do Brasil. Na realidade, trata-se de consultas que não têm valor estatístico científico, pois não se sabe se os participantes podiam votar mais de uma vez pelo computador. Há, é claro, 1 “efeito demonstração” que atende aos interesses dos líderes do movimento separatista.

Em 2016, o Plebisul teve a participação de 616.917 eleitores sulistas. Não se sabe exatamente como se deu essa votação (se houve auditoria para que cada pessoa votasse apenas uma vez). Esses mais de 600 mil apoios correspondem a 2,91% do eleitorado da região Sul. O resultado: 95,74% dos votos foram pela separação do resto do país.

Já em 2017, uma nova edição do Plebisul foi realizada. Desta vez, com a participação de 364.256 eleitores (apenas 1,72% dos sulistas votantes). Foram 96,26% a favor da separação.

Inconstitucionais

Todos esses movimentos, contudo, são inconstitucionais. O 1º artigo da Constituição Federal diz que o Brasil é uma República formada por união “indissolúvel” dos Estados e Municípios.

“Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito”, diz.

Galhofa

Também há movimentos que pedem a separação de áreas em determinados Estados. São eles:

  • Movimento Separatista do Norte Mineiro – criação de 1 Estado com Montes Claros como capital;
  • Estado do Triângulo (região oeste de Minas Gerais);
  • Estado do Gurguéia (região sul do Piauí);
  • Estado do Tapajós (região oeste do Pará);
  • Estado do Carajás (região sudeste do Pará).

Em janeiro deste ano, 1 grupo de cariocas lançou no Facebook o movimento Zona Sul é meu país. Com postagens irônicas, os separatistas vendiam a ideia de tornar a área nobre do Rio de Janeiro 1 território independente. Seria o “Mônaco dos trópicos”.

Tal área seria formada por 18 bairros, sendo alguns deles com os metros quadrados mais caros do país, como Leblon, Ipanema e Lagoa.

Esse movimento do Rio pretende zombar dos grupos separatistas reais. Segundo nota, os comentários publicados pela página Zona Sul é o meu País refletiam comportamentos cotidianos dos moradores da região.

“Apesar de se tratar de uma ficção, o movimento que criamos conta a verdade. O que vocês viram aqui existe e aparece no dia a dia de cada um de nós, cariocas, várias vezes ao ano”, diz o movimento. E mais: “Nunca veio às nossas cabeças que teríamos feito tanta gente aderir à proposta fictícia de independência. Foi muito mais gente do que esperávamos. Contudo, o discurso de ódio não provém da razão ou de argumentos lógicos, mas sim das emoções. E ele está se tornando cada vez mais banal.”

 


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