29/03/2024 - Edição 540

Mato Grosso do Sul

Reinaldo Azambuja diz que Brasil está enxugando gelo sobre combate ao tráfico

Publicado em 18/01/2018 12:00 -

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O governador Reinaldo Azambuja voltou a defender uma atuação do governo federal nas fronteiras para impedir o tráfico de drogas e armas que alimentam a violência nos grandes centros urbanos.

“Hoje, o Brasil fica enxugando gelo. Seria muito mais tranquilo e mais viável um fechamento ostensivo nas fronteiras, a presença das forças federais. Não adianta ficar ali no Rio de Janeiro, sendo que a porta de entrada das drogas no país é pela divisa com Bolívia e com Paraguai”, disse.

Azambuja afirmou não existir a presença efetiva das polícias Federal e Rodoviária Federal nas fronteiras de Mato Grosso do Sul. O Estado possui 1.517 quilômetros com Paraguai e Bolívia, incluindo 549 quilômetros de fronteira seca. “Dando atenção às fronteiras vai diminuir muito os problemas nos grandes centros. Acho que esse é o caminho para diminuir a criminalidade, enfrentar essas facções e assim diminuir o aumento da criminalidade dos grandes centros”, afirmou.

Em Mato Grosso do Sul, as forças estaduais de segurança apreenderam somente no ano passado 427 toneladas de drogas que entraram no País por meio das fronteiras com Paraguai e Bolívia. Para Reinaldo Azambuja, o Brasil está na contramão em relação à segurança pública. “Todo país que você visitar no mundo cuida das fronteiras. O Brasil, infelizmente, não”.

Outro problema enfrentado por Mato Grosso do Sul é o grande número de presos por crimes transnacionais, que ficam sob responsabilidade do Estado. Dos 16 mil detentos no Estado, mais de 7 mil cumprem pena por crimes federais. Uma massa carcerária que custa a Mato Grosso do Sul R$ 127,3 milhões ao ano.

Políticas públicas

A governadora em exercício Rose Modesto (PSDB) reafirmou o compromisso do Governo do Estado em avançar na questão da elaboração de políticas públicas de prevenção às drogas, em parceria com o Conselho e a sociedade.

“Temos adotado medidas para que recursos sejam disponibilizados para investirmos neste tipo de ação, prova disso foi a regulamentação da lei que define que 1% do ICMS da bebida esteja à disposição para trabalharmos com as comunidades terapêuticas, as associações que cuidam dos idosos, e também com as instituições que cuidam de crianças especiais. Essa foi uma alternativa que a administração estadual encontrou diante de algumas mudanças ocorridas nacionalmente”, afirmou ao lembrar que MS tem cerca de sete mil presos oriundos do tráfico, que custam mais de R$ 120 milhões ao governo.

Rose frisou a importância do fortalecimento do CEAD, que possui um papel fundamental perante a sociedade e principalmente na questão da criação dos Conselhos Municipais nas 79 cidades. “O CEAD possui a missão de nos ajudar na realização de ações diárias que farão a diferença, como a busca mais rápida por alternativas de poder leiloar os bens oriundos do tráfico de drogas, para que os recursos sejam aplicados em ações de prevenção, recuperação e de atendimento social”, destacou.

No discurso de posse, a nova presidente do CEAD, Denise Souza e Silva, que é a primeira mulher a presidir a instituição em 35 anos, disse que o foco desta gestão é a prevenção. “Temos um grande desafio, afinal as drogas sempre existiram e vão continuar existindo. O que podemos fazer enquanto instituição é trabalhar com a questão da redução do consumo por meio de algumas alternativas, como a implantação de uma política de estado que já está pronta e deve ser publicada ainda neste semestre, com intuito de garantir a implantação de diversas ações de combate às drogas”, pontuou a presidente empossada.

Ações

O secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, Antonio Carlos Videira, que esteve presente na solenidade, falou sobre as medidas adotadas pelo governo estadual no combate ao tráfico de drogas principalmente na região de fronteira, que resultaram na apreensão de 427 toneladas de drogas no ano de 2017.

“Isso é resultado do planejamento estratégico da administração estadual, que está investindo na reestruturação da segurança pública por meio do programa MS Mais Seguro, na a criação dos laboratórios de análises forenses em Corumbá, Ponta Porã e Dourados, que são responsáveis por examinar as amostras de drogas apreendidas permitindo, assim, a celeridade na emissão dos laudos periciais, além da implantação do sistema de radiocomunicação digital e realização do concurso da Polícia Civil que está em andamento e do Polícia Militar, que deve destinar mais efetivo para as policias especializadas que cuidam da região de fronteira”, pontuou o secretário.

Videira ainda ressaltou que o governo estadual tem dialogado com os governos do Paraguai e Bolívia, para o estabelecimento de medidas para que a população da região de fronteira tenha uma atenção especial.

Durante o período de dois anos ficam à frente do CEAD quatro membros, além da presidente Denise Souza e Silva. O vice-presidente é o médico psiquiatra Marcos Estevão dos Santos Moura, o secretário o coronel Ary Carlos Barbosa e o tesoureiro o delegado de Polícia Civil, Rodrigo Guiraldelli Yassaka, além de 24 conselheiros.


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