23/04/2024 - Edição 540

Poder

Funaro diz que Eduardo Cunha era banco de propina e dono de mandatos de deputados

Publicado em 21/09/2017 12:00 -

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O operador financeiro Lucio Funaro afirmou nos depoimentos do acordo de delação premiada que firmou com a Procuradoria Geral da República que o ex-presidente da Câmara e deputado cassado Eduardo Cunha era uma espécie de "banco de propina" de deputados, ou seja, pagava para os parlamentares e depois se tornava "dono" dos mandatos deles.

Os depoimentos de Funaro, apontado como operador do PMDB, foram prestados em 23 de agosto à Procuradoria Geral da República. No dia 5 de setembro a delação do operador foi homologada pelo ministro Luis Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal. Os documentos com o conteúdo dos depoimentos de Funaro foram anexados ao inquérito que investiga supostos crimes cometidos por políticos do PMDB da Câmara dos Deputados.

Nos depoimentos, Funaro relatou os desvios que operou no Fundo de Investimentos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FI-FGTS), na Caixa Econômica Federal, para beneficiar o grupo político para o qual atuava. Eduardo Cunha, Lúcio Funaro e membros do PMDB são réus em processo sobre desvios bo FI-FGTS que tramita na Justiça Federal em Brasília.

Funaro contou que atuou na Vice-Presidência de Fundos de Governo e Loterias da Caixa, que foi comandada por Fábio Cleto, e também na Vice-Presidência de Pessoa Jurídica do banco, que foi comandada por Geddel Vieira Lima – o ex-ministro está preso.

Ao falar sobre os desvios na área comandada por Geddel, ele detalhou como Eduardo Cunha, segundo afirmou, atuava com ele. Disse que os beneficiários dos desvios nessa área eram Cunha, Geddel, Henrique Alves e o próprio Funaro. Segundo disse, Cunha funcionava era um “banco de propina” e virava “dono” dos mandatos de deputados para os quais dava dinheiro.

No último dia 13, a defesa de Henrique Eduardo Alves afirmou que há mais de 40 anos ele faz parte do PMDB e não de uma organização criminosa e que a inocência dele vai ser provada ao longo do processo. Na mesma data, a defesa de Geddel informou que prestará esclarecimentos em juízo.

Funaro declarou que valores de propina eram creditados em uma conta-corrente que tinha com o grupo J&F, dos irmãos Joesley e Wesley Batista, delatores da Operação Lava Jato, ambos presos. E que recebia os valores de forma oculta e disfarçada, por meio de estratégias para ocultar a ilegalidade.


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