Cultura e Entretenimento
Publicado em 31/08/2017 12:00 -
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O Fórum das TVs Públicas Estaduais foi formalizado no último dia 26, no auditório da Fundação Padre Anchieta (FPA), em São Paulo, em ato que teve a frente o ex-presidente e criador da Associação Brasileira de Emissoras Públicas e Educativas e Culturais (ABEPEC), Jorge Cunha Lima, e do diretor presidente da TV Cultura de São Paulo, Marcos Mendonça.
A reunião, que foi encaminhada por Fábio Chateaubriand Guedes Borba, diretor de rede da TV Cultura/SP, e considerada histórica pelos dirigentes, contou com representantes de 18 Emissoras Públicas do País. A ideia é transformar o Fórum, no principal interlocutor das emissoras públicas brasileiras junto ao governo federal, além de fomentar seu relacionamento.
O diretor presidente da TVE/MS, jornalista Bosco Martins, propôs e viu aprovada a ideia de que a diretoria fosse composta por membros representativos das regiões brasileiras. Presidirá o Fórum o jornalista Sérgio Kobayashi, diretor presidente da E-Paraná.
Os demais representantes regionais que compõem a direção da nova entidade são: a TV Cultura do Pará (Norte), TVE Bahia (Nordeste), TVE Mato Grosso do Sul (Centro-Oeste), TV Cultura de São Paulo (Sudeste) e E-Paraná (Sul).
Avanços
A discussão sobre a regulamentação da multiprogramação – que prevê a criação de subcanais no sistema digital, ligados a um canal principal, com programações segmentadas – foi um dos temas debatidos no encontro. A TV Cultura de São Paulo e a E-Paraná já tem o recursos e defendem a sua ampliação a todas as emissoras públicas.
O tema está ligado à digitalização das emissoras públicas, que ainda não deixaram o sistema analógico em sua totalidade. A falta de investimento é o principal gargalo nesse sentido, assunto que também foi debatido durante a reunião, juntamente com as alternativas de financiamento das TVs. O financiamento será um dos temas da próxima reunião do Fórum, prevista para acontecer em Brasília.
O jornalista Sergio Kobayashi, presidente da TVE-Paraná e do Fórum das TVs Públicas Estaduais, que agora congrega as emissoras educativas dos estados brasileiros e a TV Cultura de São Paulo, disse que seu programa frente à entidade é reivindicar apoio dos governos para o desenvolvimento de programas educativos e a implantação do sistema digital em toda a rede pública até 2023.
Dependentes principalmente de verbas estatais, as emissoras educativas até então assistiam passivas à pressão pelo fim de brechas legais que lhes permitem captar recursos de publicidade institucional, apoio cultural e patrocínio incentivado. Hoje, a captação de recursos privados corresponde a 30% da receita da TV Cultura.
Bosco Martins, acredita que a implementação da TV digital no país possibilitará que as TVs públicas, atualmente com baixa audiência, atinjam um “outro modelo e patamar” e pela qualidade de sua programação “aumentem substancialmente suas audiências”.
Durante o encontro, que debateu também a transição do sistema de TV analógico para o digital, Martins argumentou que a implementação do sinal digital vai possibilitar responder ao questionamento: se a baixa audiência dos canais de TV públicos ocorre pela qualidade da programação ou porque a população não os conhece. “A gente tem percebido, a partir das nossas parceiras e dos canais próprios, que quando conseguimos resolver problemas de qualidade do sinal a audiência aumenta e muito. Na medida em que a TV pública possa ser mais conhecida, competindo com as demais TVs comerciais no processo de digitalização, acreditamos que a audiência tende a aumentar bastante”, disse Bosco.
Fabio Chateaubriand também falou do aumento da audiência com as parcerias e do modelo de TV Pública, com uma grade nacional entre as emissoras, através de acordos e ampliação geográfica de sua retransmissão, sem perder a qualidade de sua programação: “Com o avanço, a TV Cultura passa a alcançar 132 milhões de pessoas em canal aberto. Já está presente nas cinco regiões brasileiras e hoje o sinal da TV Cultura ultrapassa 2.100 municípios por meio de 105 emissoras afiliadas e retransmissoras. Em um período de 4 anos, entre 2013 e 2017, a cobertura da nossa emissora saltou de 11 para 26 estados brasileiros, uma expansão de 150%. No início deste período, o sinal era disponível apenas para 68 milhões de habitantes, “finalizou Chateaubriand.
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